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Tantas vezes vivemos tão focados no objectivo final, que tudo o resto nos passa ao lado. Tantas vezes ansiamos chegar ao destino, à meta final, que não contemplamos, o caminho.
É bom ter sonhos, planos, objectivos. No entanto, depositar a nossa total felicidade, no alcance destes, pode gerar frustração, ansiedade, e acima de tudo, impedir-nos de viver, o momento presente. Quando fiz o Caminho de Santiago, pude contemplar paisagens e locais lindos, incríveis e maravilhosos. Andei por montes e vales, vagueei por ruas e ruelas de aldeias perdidas no tempo, vi igrejas, capelas, mosteiros e santuários, lagos e mar. No entanto, pelo caminho também passei por quilómetros em estrada de asfalto sem deslumbrante paisagem, apanhei chuva e muito frio, tive momentos difíceis, com longos caminhos íngremes debaixo de chuva. Contei algumas vezes todos os minutos e os últimos quilómetros da cada jornada, que pareciam por vezes não ter fim… Ansiei pela chegada ao albergue, ou encontrar por fim o café ou supermercado mais próximo… Consegui, no entanto, algumas vezes deixar-me simplesmente ficar para trás, caminhando lenta e tranquilamente sozinha, sem pressas, sem pensar onde ia, apenas, contemplando. Para quem viu o filme “The Way of the Peacefoul Warrior” (também traduzido como “O caminho do guerreiro pacífico” ou “O poder além da vida”), talvez possa recordar a cena em que Sócrates leva Dan a uma caminhada. Dan era um jovem atleta olímpico, movido pelo desejo de atingir o sucesso, neste caso, ganhar as olimpíadas e respectivas medalhas. Durante a caminhada, Dan estava entusiasmado e alegre, seguindo o seu Mentor, rumo ao cimo da montanha. Horas depois, chegando ao pico, Sócrates mostra a Dan uma simples e pequena pedra, referindo que tinham chegado ao destino. O jovem Dan ficou furioso e indignado, de ter chegado ao tão desejado e esperado destino e não ter lá, nada de grandioso para contemplar. A lição é simples: O caminho. A jornada. É aí que está a felicidade, a aprendizagem, a evolução – não na meta ou destino. Assim é o caminho da vida. A vida é cheia de diferentes paisagens, diferentes percursos, diferentes climas, diferentes desafios, diferentes experiências, diferentes aprendizagens, diferentes fases, diferentes emoções. Viver apenas e somente focado no “destino” final, é perder toda a vida que até lá, se vive. Vivemos tempos extraordinários que nos trazem muita incerteza quanto ao futuro. Ninguém sabe ao certo, qual o nosso destino, o que as mudanças que vivemos (e estão por vir) nos vão trazer e para onde nos vão, ao certo, levar. Talvez possamos aproveitar o incerto como uma lição de vida. Pois a incerteza, na verdade, sempre existiu. Nada é permanente e certo. Apenas o Ser Humano assim preferiu acreditar, numa ilusão sobre o controlo e a permanência das coisas. Aproveitemos o momento para reflectir na impermanência das coisas, na mudança constante, de tudo o que vive e existe. Aproveitemos para contemplar, tudo o que conseguirmos, aqui e agora, neste exacto preciso (e precioso) momento, além do nosso possível destino. Ainda que o momento seja turbulento. Ainda que possamos estar a lidar com desafios nunca antes vividos. Ainda que não consigamos, ainda, avistar a meta. Haverá sempre algo a agradecer, a aprender, a contemplar. A felicidade não está na meta, está no caminho. E o caminho, faz-se, caminhando. Ana Sofia Rodrigues® | ©Todos os direitos reservados
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Maio 2023
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