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É este o convite do Outono.
Saindo da energia Yang (calor, sol, alto, céu, exterior, actividade, masculino), damos início à energia Yin (frio, lua, baixo, terra, dentro, passividade, emotividade, feminino). O convite é ir para dentro, recolher, reflectir, sentir. E é por estas e por outras que muitas pessoas sofrem de depressão e ansiedade nesta época. Olhar para dentro, ver e sentir, pode ser muito duro. E se tudo isto é muito simbólico em qualquer momento, nos tempos actuais, ainda mais. E há sempre quem escolhe não ver, nem reflectir, muito menos sentir. São escolhas. E não há escolhas boas ou más, mas todas acarretam consequências. Acredito que o momento actual nos convida (bom... talvez seja mais "nos empurra à força" mas pronto... ), para mergulhos interiores e reflexões fundamentais, cruciais, determinantes. O que se passa no macro, reflecte-se no micro e vice versa. Portanto, para quem tem culpado e responsabilizado o outro, o tempo, o bicho, a pandemia (ou seja lá mais o que possa ser...) e tudo mais que acontece fora de nós pelos nossos próprios problemas ou desordens emocionais, lamento informar que o que acontece dentro de nós, não só é responsabilidade nossa, como também influencia todo o nosso exterior. As emoções andam ao rubro, num carrossel e montanha russa daquelas com descidas de tirar o ar e subidas de deixar o estômago lá em baixo. E apesar de serem muitas e diferentes emoções, a que tende a predominar e está mais associada a estes meses que se seguem, é a Tristeza. Será porque olhar para dentro dói? Talvez... Para muitos, é bem mais fácil estar focado no exterior, no que está fora. Culpar o outro. Ou ser reactivo. Ou agressivo. Ou activo. Ou até alegre e expansivo. Bem mais fácil do que parar e olhar para dentro... Olhar para dentro? Isso dói. Dá uma trabalheira. Além de que também pode ser chato... Mas sabem aquela antiga "Se é chato, coça. Se coça, faz ferida. Se faz ferida, vai ao médico. Se vai ao médico, sai caro. Se sai caro, é chato. Se é chato, coça"...? Bom... Podemos sempre poupar uns trocos e não ir ao médico, (até porque provavelmente não vamos ter médico...). E portanto não coça, não faz ferida. Deixa andar. Ignora a dor. (... Até quando?... Sabem o que acontece ao nosso corpo físico quando ignora, reprime, bloqueia as emoções...? ) Uma outra curiosidade sobre este momento Yin e o Outono, é que esta estação está associada ao Pulmão e ao sistema respiratório (... imagine-se!!! Com tanto órgão e sistemas no nosso corpo, tinha mesmo de ser a parte respiratória... Sério??... Yep. Sério.) Então, quais as sugestões? Reforço do sistema imunitário, boas escolhas nos alimentos (evitar/reduzir as saladas e alimentos crus, optar por cozinhados como cozidos, estufados, guisados, salteados. Alimentos de cor branca são de eleição para o Outono e o Pulmão, como o nabo, a pêra, cebola, alho). Encontrar o seu centro. Trabalhar para o equilíbrio interno. Compreender que o fluxo interno deve abrandar, o que não significa que o externo também abrande. Observar a natureza. Que tanto nos ensina. Recordar que as árvores ao deixarem cair as suas folhas secas, ficam despidas, simbolizando assim a sensibilidade, vulnerabilidade e também o fim de um ciclo (para dar início a outro). Acolher. Nutrir e alimentar (o corpo e a alma!). Deixar ir que já não faz falta, não nos serve. Para dar lugar ao novo. E claro, lamento ser repetitiva e voltar ao mesmo mas...olhar para dentro. Feliz novo ciclo. Ana Sofia Rodrigues® Todos os direitos reservados©
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Maio 2023
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