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Confissão: estou a passar por muito. (...na verdade, sim, bem sei; estamos todos. O mundo está em mudança e os desafios são mais que muitos.)
No meu caso, nos últimos dois a três anos, passei pela conhecida "noite escura da alma", tive inúmeros desafios familiares, tomei das decisões mais difíceis da minha vida, saí do papel de "mãe da mãe" na pior altura possível... E no meio de tudo isto fui mantendo a fé, a energia, aumentei desporto e vitalidade, mantive total foco no meu trabalho, lancei um livro, fiz várias turmas do meu curso, ajudei dezenas, centenas de pessoas... E quando, finalmente, tudo parecia estar mais calmo... um dos meus filhotes patudos, Kiko, pregou-me um susto daqueles...com um tumor silencioso que de repente, rebentou... E com tudo isto, também a minha dor rebentou... mas juntamente com a dor, também rebenta o amor. Nas diversas situações mais difíceis que vivi nestes últimos anos, muitas vezes, em puro desespero e catarse perguntava: "mas como é que eu vou lidar com isto Meu Deus??"....e a resposta, mesmo baixinha, lá no fundo, sempre vinha: com Amor. E de facto...muitas vezes a dor por vir com amor. A dor pode ser disputada pelo amor. E o amor pode precisamente desabrochar pela dor. Sinto que tenho vivido este paradoxo...porque afinal a dor e amor não estão em campos opostos irreconciliáveis; pelo contrário, cruzam-se, alimentam-se e até nascem um do outro. E enquanto sinto a dor da doença do Kiko e dor da possibilidade de o perder, sinto também um amor que me invade e cresce tanto que chega mesmo, a doer. E com esta situação do meu Kiko, imediatamente me vulnerabilizei e pedi ajuda, pois de outra forma, muito provavelmente não o conseguiria salvar. E a ajuda, veio. De tantas formas. De tantos lugares. E de repente, dei por mim nas catarses de medo de perder o meu patuto, da dor de o ver assim e sem saber o que virá a seguir...e surpresa com tudo o que me chegava, com lágrimas de muito amor e gratidão, simultaneamente. E muito, por vocês. Por todos aqueles que contribuíram, de uma forma ou de outra. Tenho reflectido muito sobre isto, tenho sentido muito, tudo isto. E se eu sou a pessoa que faz gestos que fazem a diferença (e quem me conhece, conhece muitas dessas minhas histórias), desta vez, mergulho nas lembranças de pequenos gestos que alguém teve para comigo e que se tornaram gigantes. Hoje, recordo pessoas comuns...e pequenos gestos...simpatia...e amor... Na verdade, nunca sabemos o impacto que podemos ter na vida das pessoas...ou que algumas pessoas tiveram na nossa vida... Porque há pessoas que nos deixam marcas...que nos inspiram...impactam... que nos ensinam...que nos acolhem...que nos despertam... Às vezes com palavras, outras vezes com pequenas acções...às vezes só com presença... E não, não são gurus nem influencieres... São seres humanos, comuns, nutridos de empatia, compaixão, inteligência emocional, amor e respeito... Hoje recordo algumas destas maravilhosas pessoas, que num simples momento me deixaram marcas para nunca mais esquecer...
....Tenho a certeza que se me esforçasse um pouco mais, ia encontrar mais pessoas e histórias destas... (...tenho mais pessoas tão importantes na minha vida...não vos vou identificar...até porque faço questão de expressar nas minhas relações o que sinto....por isso, desculpa se não te mencionei...mas saberás se pertences....) Todas estas pessoas são os verdadeiros professores, mestres e gurus. Não vestem capas nem túnicas. Não são influencers. Não fizeram o que fizeram por publicidade ou por outro tipo de retorno. Fizeram o que fizeram, porque é quem são. E sim, também teria eu - felizmente - muitas histórias para contar, de pequenas acções que fiz por outros, que tenho a certeza absoluta da diferença que fiz... Mas este texto não é sobre mim, é sobre estes maravilhosos "outros". Obrigada a todos os que passam na vida uns dos outros e deixam presentes e marcas como estas ❤ Por um mundo melhor. Mais amor. Mais humanidade. Mais empatia. Mais compaixão. Mais inspiração. Se te inspirei, ajudei ou impactei em algum momento e me quiseres aqui contar, partilha comigo que vou adorar. #inspirar #ajudar #educar #amor #respeito #humanidade #compaixao #empatia
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O dia em que deixei de fumar, foi o dia em que compreendi o que procurava em cada cigarro e também, do que fugia.
Todo o vício é uma automedicação, uma tentativa de resolver, silenciar, anestesiar ou compensar o verdadeiro problema. Todo o comportamento aditivo (tabaco, álcool, drogas, comida, jogo, sexo...) tem por base algum problema, alguma dor, eventualmente um trauma e com certeza alguma carência... Quando questiono os meus clientes o que procuram naquele comportamento, o que sentem ao fazê-lo, que sensação ou emoção conseguem alcançar naqueles pequenos instantes de satisfação do desejo, no início , raramente me sabem responder. Depois, com orientação começam a surgir respostas que variam desde "conforto, pausa, calma, alegria, força, confiança, silêncio..." - consoante cada pessoa e a sua própria história. Descobrir o que procuramos nesse comportamento repetitivo e nocivo, pode ser a pista fundamental para descobrir o que nos falta ou queremos alcançar. A questão seguinte a colocar é: e será esse vício, a única forma de alcançar esse estado? Com certeza que não. Existem muitas outras formas de conseguir parar e alcançar calma, de resgatar a nossa força ou de sentir alegria, de nos sentirmos acolhidos, confortados, seguros...E este é o caminho que se faz nas sessões de terapia: descobrir o que se procura e encontra no vício, olhar para a dor que está por base dessa busca e comportamento, acolher e transformar em novos comportamentos mais conscientes, saudáveis e equilibrados. No meu caso, o cigarro simbolizava a pausa, o "parar". O momento em que dizia a mim mesma "preciso respirar" e lá ia acender um cigarro - quanta ironia Sedenta de viver e cheia de energia, pouco parava. Mas acima de tudo eu sabia, que o parar verdadeiramente, simbolizava também ir mais fundo. E assim foi. Parei de fumar num dos momentos mais difíceis da minha vida. E se já mergulhava em mim e nas minhas dores de alma, deixar o tabaco foi como se eu dissesse ao universo ou à minha alma: "ok, estou pronta para sentir tudo." E senti. Foram tempos avassaladores, conhecidos por muitos pela "noite escura da alma" - que de noite, nada teve, pois foram anos a ver com muita luz toda a minha dor, toda a minha sombra. Ainda hoje estou a recuperar. Ainda hoje penso no que será que em mim morreu e no que de novo nasceu? O tempo dirá. Mas o tabaco, não voltará. Porque o afirmo desta forma? Porque ao longo da minha vida de fumadora parei várias vezes e dizia sempre "deixei de fumar". Mas desta vez, algo estranho aconteceu e em vez de dizer que parei de fumar, exclamei com convicção "não sou fumadora". Ou seja, desindentifiquei-me, pura e simplesmente, com alguém na fuma. Hoje e desde então, olho para quem está a fumar e penso "que estranho, como fiz aquilo durante tantos anos da minha vida?". Nunca mais senti o desejo, nem mesmo depois do café ou a acompanhar aquele copo de vinho no jantar de amigos. Não parei. Não deixei de fazer. Deixei de o ser. Lembro-me bem de, no início da minha noite escura da alma, pensar: "sinto-me desidentificada com tudo" - era como se não conseguisse mais me identificar com as minhas próprias acções, comportamentos, até com as minhas roupas e até o cabelo, com pessoas e convívios habituais... Há algo de verdadeiramente assustador nesta fase, é certo. Mas também há algo de mágico e libertador que acontece. Nessa desidentificação, a Ana Sofia que fumava deixou de existir. Os cigarros deram lugar à dor que foi sendo acolhida, transformada e dissolvida ao longo do tempo - work (still) in progress... Deram também lugar a mais desporto e a mais pausas, sem culpas, sem esforço e sem pressão. O Dr Gabor Maté tem um trabalho absolutamente maravilhoso no que diz respeito aos vícios e ao trauma. Ele diz "não perguntem porquê o vício?, mas sim, porquê a dor?" E foi precisamente através do trabalho de Gabor que eu própria passei e ultrapassei todo este processo. Foi enquanto fazia um dos seus cursos, que integrei o simbolismo dos vícios, que reflecti, mergulhei e senti sobre o que simbolizava o meu (vício); coloquei as questões necessárias para que o meu inconsciente ficasse consciente (se é que posso dizer tal coisa) e naturalmente, num dos momentos mais difíceis da minha vida, simplesmente aconteceu: deixei de me identificar com o tabaco, deixei de ser fumadora, deixei de evitar parar, deixei de fugir à dor. E nem foi um acto premeditado. Como disse, simplesmente, aconteceu. Um dia acordei e não tinha cigarros. Era a passagem de ano, dia 1 de janeiro, portanto à minha volta estava tudo encerrado. Vasculhei a casa, as gavetas, os bolsos dos casacos. Fui ao carro duas vezes ver o tablier, ou no chão ou até em baixo dos bancos. Mas na segunda volta ao carro, algo aconteceu... simplesmente parei, sorri e disse "ok, já percebi!" E nunca mais fumei, nem pensei em fumar e acima de tudo, deixei mesmo de me identificar com alguém que fuma. Hoje, ajudo quem me procura no mesmo processo. Não propriamente só para largar o cigarro ou qualquer outro vício, mas acima de tudo, para se reencontrar. Para reconhecer a dor, acolhê-la, transformá-la e devolver-lhe dignidade. Porque quando fazemos este caminho, eu acredito que o vício deixa de fazer sentido. Ana Sofia Rodrigues® Todos os direitos reservados© "Quero ser inconsciente outra vez!"...
Esta foi a frase que eu própria disse um dia, no decorrer da minha primeira fase de psicoterapia, no auge dos meus 20 e tal aninhos! Cheguei à consulta, meio que zangada, cruzei os braços e exclamei: "Quero ser inconsciente outra vez! Isto é muito duro!"😖 Com um sorriso matreiro, a minha terapeuta respondeu: - Mas foi a Ana Sofia que escolheu... 🙄 (...Caramba... Detesto quando têm razão! 🤣 Vocês não??) E é verdade: fui eu que escolhi e é duro sim, "p'a dédéu"! Tomar consciência, assumir a responsabilidade, é mesmo duro. Encarar a realidade deste mundo e as nossas próprias sombras. É que já não dá para culpar só o outro...(...ora bolas...uma chatice!...) Hoje, numa consulta online, surgiu este tema e muito rimos juntos (eu e o cliente) com esta realidade. Porque às vezes mais vale mesmo rir desta montanha russa emocional. Sim, é mesmo duro... e por vezes dá vontade de já não querer saber mais, de voltar a ser inconsciente - como se isso fosse possível. Apetece mais às vezes desaprender, do que aprender. E às vezes...quanto mais aprendemos, parece que cada vez menos sabemos...🫣😂 É um caminho sem volta. E é um caminho para a vida. Quem me conhece de longa data, sabe bem como sempre fui muito alienada de tantos temas comuns e mundanos. Nunca vi muitos telejornais ou novelas. Vivia no "meu mundinho". E de certa forma, ainda tento nele viver, mas sendo impossível fugir à realidade e ao que fui descobrindo - dentro e fora de mim. Infelizmente, o actual mundo, muito convida à desconexão e à desinformação - o que é no mínimo caricato, pois nunca tivemos acesso a tanta informação, a tanta terapia, a tanto conhecimento. Neste momento, duvido de quase tudo o que me chega pois está mais do que comprovado, o quanto é possível hoje em dia, criar histórias para serem verdades absolutas, incutir pensamentos, moldar comportamentos. A comunicação social, é actualmente um dos grandes poderes do mundo e até direi, uma das grandes armas do mundo. E sabendo isso, procuro me informar através de fontes independentes que não sejam financiadas e beneficiadas por tantos outros poderes que governam este mundo. E "assim (é) na terra como no céu", ou seja, tanto nos temas mais sociais e terrenos, como no mundo do desenvolvimento pessoal e da espiritualidade, procuro não me influenciar pelas grandes massas, desconfio e fujo das frases feitas, não sigo gurus de nada. Por isso sim, às vezes dá mesmo vontade de dizer "chega!, vou largar tudo e voltar à santa ignorância.!.." 😇 Mas como diz o outro "só que não!" . Já não dá. Já vi. Já senti. Já acordei. Já iniciei, há tanto tempo, o caminho...E agora… só te resta continuar. Com mais consciência, mais filtro, mais verdade — e, se possível, também com mais gargalhadas no caminho. Porque ser consciente dói… Mas ser inconsciente dói muito mais. Ana Sofia Rodrigues® Todos os direitos reservados© É… lamento informar… mas não herdaste só os genes — herdaste os hábitos. Predisposição não é sentença.
Sabes aquelas frases que se ouvem vezes sem conta? “Ah, é de família.” “Sou diabética, mas o meu pai também é.” “Sou ansiosa, mas já vem de família.” “Tenho colesterol alto, mas é genético.” Estas frases aparecem constantemente nos meus acompanhamentos, como se fossem carimbos de destino. Mas… será mesmo? Será que a genética é uma sentença? Lamento, mas não acredito nisso. E a minha prática clínica confirma: vejo padrões familiares que mantêm doenças — mas também vejo pessoas perfeitamente saudáveis com um historial familiar carregado. Então… o que faz a diferença? Sim, há condições genéticas reais. Claro. Mas a maioria das doenças actuais não são genéticas. O peso real da hereditariedade é muito menor do que o impacto dos teus comportamentos e rotinas diárias. São o que chamo de doenças do estilo de vida. Ambientais. Emocionais. Comportamentais. Mais do que herdar genes, herdas hábitos: alimentação desequilibrada, padrões emocionais, formas reativas de lidar com o stress, sedentarismo, má qualidade de sono, desidratação, ausência de limites, desconexão do corpo — e por aí fora. Claro que há uma predisposição. Mas repara: predisposição não é sentença — é um alerta. Se continuas a repetir os padrões nocivos que conheces da tua família, a probabilidade de desenvolveres as mesmas doenças é enorme. Quase garantida. Mas… e se mudares? E se aprenderes novas rotinas? Se fizeres novas escolhas, alterares comportamentos, aprenderes a reconhecer e gerir as tuas emoções, nutrires o teu corpo com alimentos reais e saudáveis? Se começares a impor limites, a honrar o teu corpo e as tuas necessidades? O teu corpo não é um acaso biológico. É o reflexo das tuas escolhas diárias. Sim, mudar pode ser desafiante. Leva o seu tempo. Mas não precisas de mudar tudo de um dia para o outro. Mudar um pouco todos os dias… pode mudar tudo. ✨ O convite? Sair do papel de vítima da genética e assumir a responsabilidade e a autoria da tua saúde. 🔑 Palavras-chave para aprofundar este caminho: Autocuidado • Autoconhecimento • Terapia • Alimentação • Gestão Emocional Ana Sofia Rodrigues® Todos os direitos reservados© Num mundo cada vez mais "unicorniano", cheio de rituais e fórmulas mágicas, vale a pena recordar as palavras de Carl Jung:
"Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo — até ao absurdo — para não enfrentar a própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar luz, mas por se tornar consciente da escuridão." Portanto… lamento informar: O incenso que queimas não te faz espiritual. Os mantras não apagam emoções “menos bonitas”. Os vazios não se preenchem com mil cursos. E nem ecoar “gratidão” a toda a hora… dissolve a tua sombra. Tornares-te terapeuta não apaga as tuas feridas emocionais. Os rituais de nada servem se não te trabalhares. Os cursos de nada servem se não os aplicares em ti. Espiritualidade é na dia-a-dia, na prática. Começa em ti, e dentro. E já agora: • Retiros não são terapia. • Influencers não são terapeutas. • E só porque mil pessoas fazem, não significa que seja verdade, saudável ou consciente. Sim, há um certo deslumbramento no início do caminho do autoconhecimento, da espiritualidade, do desenvolvimento pessoal. É normal. Mas não te iludas: o caminho da consciência é exigente. Olhar para dentro dói. Não vais encontrar só unicórnios. Há leões que rugem quando tocas na ferida. Serpentes que resistem a mudar de pele. Camaleões que se camuflam. E sim, também há borboletas. Mas não esqueças que a maravilhosa borboleta nasce de uma lagarta. A lagarta precisa do casulo e passa pela metamorfose. E a metamorfose não vem com purpurinas nem playlists zen. Crescer dói. Mas evitar a dor… dói muito mais. "Posso dar-te a mão. Mas o caminho é sempre teu." Que te guiem para te tornares quem és -- e não para encaixares num qualquer guião. Ana Sofia Rodrigues© Todos os direitos reservados® Discernir o que é meu, do que é do outro. Considero este discernimento absolutamente fundamental para o nosso bem-estar, saúde mental e equilíbrio.
Quando fazemos a escolha de olhar para dentro e assumir a responsabilidade de quem somos, colocamo-nos facilmente em causa. Pelo menos, eu confesso: ponho-me muitas vezes - se não sempre - em causa. Coloco sempre a pergunta, até que ponto, o que aconteceu, o que me disseram ou fizeram, tem responsabilidade minha. E se tem, qual é. Pergunto-me muitas vezes "isto é meu?" Ou outra pergunta fundamental é "o que quer isto dizer sobre mim?"... Perguntas estas que muitos dos meus clientes tanto ouvem, que lhes coloco durante a terapia... Mas que também as faço para mim e sobre mim, sempre. O caminho da responsabilidade é por vezes árduo. E o caminho da verdade é por vezes cruel e tantas vezes, injusto. "Como assim a verdade é injusta?" - não é a verdade que é injusta, é conseguir viver em verdade, dentro da nossa própria história, assumindo as nossas dores, enfrentando os conflitos familiares e numa sociedade desiquilibrada que normaliza a injustiça, o que é grave e tantas vezes, mentira. Sendo Terapeuta, acresce ainda mais para mim responsabilidade de colocar estas questões e procurar estas resposta - acresce, para todo e qualquer terapeuta, na minha opinião. Só posso ajudar o outro se fizer o mesmo caminho. Costumo dizer que eu sou o meu principal objecto de estudo. No entanto, fazer este caminho, não significa obviamente não ter problemas, não ter feridas emocionais, não ter desafios, como qualquer ser humano. O Terapeuta é em primeiro lugar, um Ser Humano. E por isso acresce a responsabilidade de olhar para dentro e fazer o caminho que se "prega" ao outro. Mas não há isenção. Não é porque estudei e exerço esta actividade que estou isenta dos problemas e desafios da vida. Muitas vezes, espera-se que o Terapeuta seja perfeito - e tantas vezes, é mesmo o terapeuta que vende essa imagem de ser perfeito. Mas felizmente, não é. A perfeição cabe num guião. A imperfeição, na humanidade. O problema, não é ter problemas. O problema, é ter problemas e não os reconhecer, culpar tudo e todos por esses problemas, sem nunca se questionar. Que eu tenha sempre a coragem de me questionar, a capacidade de reconhecer e discernir o que a mim me pertence e a serenidade de aceitar, o que por fim eu descobrir. #verdade #terapia #terapeuta #discernimento Ana Sofia Rodrigues©
deixar-me ir...
Prefiro ser diferente, do que me perder na multidão... Prefiro a rebeldia à cobardia... Prefiro questionar e duvidar, do que me enrolar em verdades absolutas... Prefiro ser um ser humano imperfeito, a ser perfeitamente artificial... Prefiro dizer um não, em respeito por mim, do que um sim apenas para agradar o outro... Prefiro seguir os meus valores e princípios, a perder-me de mim mesma pelo caminho... Prefiro o desequilíbrio do ser, ao desequilíbrio do ter... Com certeza já me perdi. E voltarei a perder-me... Mas a beleza está em retomar o caminho, levando tudo o que aprendi e redescobrindo, uma vez mais, quem posso ser. E mesmo perdida pelas ruas e ruelas da vida, que nunca me perca de mim nem da minha essência. Porque tudo isto dá trabalho. E traz desafios. Mas para mim, só assim faz sentido. E só assim pode ser. #respeito #coerência #humanidade #verdade #ser Ana Sofia Rodrigues© Disseram-nos...
A raiva é feia. A tristeza é para fracos. A impulsividade é má. A generosidade é boa. No entanto... A raiva serve para te defenderes, reconheceres e aplicar os teus limites. A tristeza serve para superares situações bem difíceis como por exemplo um luto (e não necessariamente a morte física, mas também um luto de uma relação, de uma situação). A impulsividade serve para agires rapidamente em situações críticas e de urgência (por exemplo, vais na rua e vês um acidente...quem vai de imediato ajudar, ligar para o 112, ver o que pode fazer? Exato: é o impulsivo. O passivo está de mãos na cabeça a observar)... A generosidade, juntamente com passividade e ausência de limites, serve para te perderes de ti mesmo, anulando-te, em prol de apenas agradar, servir o outro. Então... A raiva pode ser boa. A tristeza pode ser fundamental. Ser impulsivo pode ser a solução. Ser generoso em demasia pode ser prejudicial. Até porque... A raiva contida vai provocar dor de cabeça, enxaquecas, problemas visuais e menstruais... A tristeza não expressa pode adoecer os teus pulmões e esgotar a tua energia vital... A impulsividade que recusas pode estar a ferver contida no teu corpo e na verdade e na volta, até pode ser utilizada se forma benéfica... E a generosidade...se for só para os outros e não te contemplar, não vai ser generosa com o teu corpo e vai adoecê-lo, provavelmente inflamando-o ou originando doenças auto imunes.... Agora… Então vamos todos andar aos gritos, ou a chorar constantemente, agir sem pensar, ou deixar de oferecer (ajuda, coisas, o que for)…? Claro que não! Tudo passa por nos conhecermos, reconhecermos as nossas emoções e necessidades, procurando formas de lidar mais conscientes, saudáveis e sobretudo, equilibradas. No momento certo, na proporção certa e da forma correcta, todas as emoções ou características podem ser boas - tal como todas as que consideras supostamente boas, na volta, até podem ser más... Tenho vindo a observar que a maioria das pessoas recusa uma parte de si. E eu já estive aí. A minha força escondia as minhas inseguranças, a mulher firme escondia a sua criança, o bom humor camuflava as inseguranças, por detrás da raiva impedia de aceder a uma tamanha tristeza… Precisei de me confrontar com o meu lado menos bonito – diziam, - para me apaziguar, me equilibrar, ressignificar e sobretudo, aceitar-me no todo que sou. Pois se recusava parte de mim, não me aceitava, respeitava e amava na verdade. Portanto… Quando recusas uma parte de ti - porque não é bonita, ou porque dói, ou porque a sociedade não gosta - estás a recusar quem és - no todo que realmente és. E na verdade, nada disso te define: Tu não és a raiva, nem a tristeza, tal como não és a impulsividade. Tu sentes raiva e tristeza. Tu ages com impulsividade. Não é quem tu és. Não te define. E se não é a tua essência, é só uma forma de sentir e agir, que, com caminho de consciência, com vontade e honestidade, poderás aprender a gerir melhor e até a dançar com tais emoções e características. A dança da vida não é isenta do que dói ou do que alguém te disse um dia que não era bonito... A dança da vida tem melodias maravilhosas e estrondos avassaladores, é feita de slows apaixonantes e de fados profundos e intensos. Por vezes é um sambinha leve, outras um valente rock que faz estremecer. Passa pelos clássicos, visita o inesperado, e às vezes termina num transe desconcertante... E, ainda que nem todos os ritmos sejam os teus favoritos, cada um deles tem o seu lugar, no seu momento... Cabe-te sentir e deixar que cada melodia encontre a sua expressão no palco único que és. #oteucorpofala #anasofiarodrigues Ana Sofia Rodrigues© Todos os direitos reservados© Quando não pedes e não aceitas ajuda, poderás estar a fazer alguma destas coisas:
1) a esgotar-te fazendo tudo sozinha quando poderias ter algum apoio e divisão de tarefas 2) a assumir que tudo só depende e só pode ser feito unicamente por ti 3) a impedir o outro de te ajudar 4) a diminuir o outro ao dizer "deixa que eu faço" 5) a mentir a ti e ao outro quando respondes "não é preciso" 6) a adoecer o teu corpo... Observo tudo isto nos meus acompanhamentos. É tão interessante... Certa vez, com uma cliente com muitos problemas de saúde como um quadro oncológico e obesidade grave, ela relatava-me enraivecida, uma situação que tinha ocorrido em casa, antes mesmo dela sair para a nossa consulta e como estava não só zangada, mas exausta. Contava que ninguém a ajudou a fazer várias coisas em casa, desde o almoço, à arrumação ou limpeza. Existiam neste cenário mais duas pessoas, além dela. Perguntei a determinada altura se lhes tinha pedido ajuda, ao que me respondeu furiosa "Eles veem! Eles sabem que preciso de ajuda!"... Devolvi a possibilidade do cenário de eles não saberem, de precisarem que lhes fosse pedido, que há pessoas que são proactivas e outras, não. Que podiam estar distraídos, cansados... Coloquei vários cenários, apenas para tentar perceber, até que ponto esta mulher não pedia mesmo ajuda. Mais à frente, continuando no seu relato, diz-me mais baixinho e entre dentes: "bom, na verdade eles às vezes até oferecem ajuda...". Surpresa por esta revelação, questionei: "então e quando assim é, o que responde?". Preparados para o grande final? Ela responde: "deixem estar que eu faço"!... Não…! Esperem! Afinal este ainda não era o grande final...ainda há um final maior. Claro que, com esta resposta da minha cliente, espontaneamente me saiu uma ligeira gargalhada misturada com um ralhete! Devolvi-lhe o cenário que me acabava de contar: "Portanto, está exausta e zangada porque não tem ajuda, que nunca pede e quando lhe oferecem, você recusa. É isso?"... Agora sim, o final maior: "É que se eles fizerem, eu vou lá a seguir e refaço tudo de novo porque não sabem fazer bem." Ora bem.... e resumindo: "Então afinal está exausta e zangada porque não tem ajuda - que nunca pede - e quando lhe oferecem, você recusa e não deixa mais ninguém fazer porque só você é que sabe fazer bem. É isso?"... Riu-se. E de seguida ainda perguntei: "E afinal, com quem está mesmo zangada?" Passou do riso para as lágrimas e respondeu: " Comigo". ... Quantas vezes reclamamos de tudo e de todos sem avaliar a nossa própria responsabilidade na situação? Não é porque sabemos e conseguimos fazer sozinhos que o temos de fazer. Os perigos do controle excessivo e da perfeição são inúmeros. Quando queremos tudo perfeito à nossa medida, precisamos lembrar que o que é supostamente perfeito é só aos nossos olhos e não aos olhos dos outros. Quando queremos tudo única e exclusivamente à nossa maneira, estamos a desrespeitar, a negligenciar, a ignorar e anular o outro. Quando recusamos a ajuda porque não gostamos como o outro faz, estamos de certa forma a dizer que nós fazemos melhor. E dependendo da pessoa que está do outro lado, isto pode ser bem complicado de integrar. Podemos activar e reforçar inseguranças em alguém que já dúvida se é suficiente, se é bom, se faz algo bem... Tive por perto várias pessoas com estas características, sobretudo, da perfeição. E devi dizer também que é realmente irritante, quando têm sempre algo a acrescentar, a dizer, a melhorar - porque a verdade, é que nem sempre têm. E claro, o excesso de tarefas e actividades, de preocupações e responsabilidades, negligenciando as nossas necessidades e emoções, em estados constantes de stress crónico e irritabilidade, adoece o nosso corpo físico - e disto eu não tenho dúvida absolutamente nenhuma. E já agora: receber, é receber. Ou seja, se recusas receber ajuda, observa também o que te queixas na vida que não tens, não recebes. Se estás fechada ao receber ajuda, poderás estar fechada a receber outras coisas. Ana Sofia Rodrigues® Todos os direitos reservados© Sabem aquela bela frase que não me canso de repetir "cada caso, é um caso"? Hoje trago-vos dois, completamente distintos, sobretudo no seu resultado. Ontem, terminei o acompanhamento com uma cliente, por não estarmos a alcançar os resultados que gostaríamos.
A verdade é que não, nem todas as pessoas respondem da mesma forma à minha abordagem, claro. E não, nem todas as pessoas têm resultados incríveis com a Acupuntura. E não, não é só a Acupuntura que faz ou não efeito - existem inúmeros factores que influenciam os sintomas das pessoas e como tal, inúmeros factores melhoram ou agravam determinada sintomatologia. A cliente de ontem não teve os resultados esperados. Realizámos 5 tratamentos e a melhoria foi muito residual. De referir que o estilo de vida actual desta cliente é de elevado stress e responsabilidade, má alimentação, falta de estabilidade estrutural com inúmeras mudanças de casa. Optámos assim por terminar o acompanhamento, com total consciência daquilo que já aprendi há muito tempo: eu não vou conseguir ajudar a 100%, 100% dos meus pacientes. E está tudo bem. De referir ainda que, os resultados que não foram alcançados, diziam respeito aos sintomas físicos. Ao nível de consciência, um importante trabalho aconteceu durante as sessões e hoje, esta cliente tem uma consciência sobre o seu corpo, o seu estilo de vida e a sua saúde, que não tinha. A própria cliente reconheceu este feito. Para compensar... Hoje, vi pela segunda vez uma cliente antiga, que regressou apenas o mês passado às consultas, após ausência de vários anos. Com um vasto historial preocupante, esta cliente tem elevado excesso de peso, inúmeras queixas, sintomas, patologias, do foro nervoso, gástrico, intestinal, hormonal e respiratório. É já com diagnósticos de doenças crónicas. Apenas com uma consulta e tratamento, teve melhorias significativas em 80% das suas queixas. E isto é um caminho, porque um longo trabalho ainda existe por fazer, face ao agravamento da saúde desta pessoa que, infelizmente, levou muitos anos sem se cuidar e sem pedir ajuda. No entanto, está, finalmente empenhada e tem procurado implementar as minhas sugestões na sua rotina diária, nomeadamente sobre a alimentação. Além disso, só com um tratamento viu melhoras nas queixas digestivas, intestinais, no seu metabolismo e no seu sono. É por estas e por outras, que eu simplesmente adoro o que faço e considero-me uma abençoada por ser munida deste conhecimento e experiência, por puder ajudar os outros desta forma. Sempre com a consciência de que ninguém consegue resultados a 100% para 100% das pessoas. É só impossível. Se vos disserem isso, bom, poderá tratar-se de um vendedor e não de um terapeuta 😎 Ana Sofia Rodrigues Todos os direitos reservados© |
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Agosto 2025
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