A importância de saber procurar a solução ideal para cada pessoa em particular é fundamental. O que é bom para mim, pode não ser para si. Isto é válido para medicamentos, suplementos, alimentos e até comportamentos. Cada um tem o seu quadro clínico, quer no âmbito físico, como mental ou emocional.

É muito frequente encontrar pessoas que tomam determinado complemento ou mesmo medicamento, por conselho de alguém amigo ou mesmo porque leram na internet.
É importante compreender que o que faz bem a uma pessoa, pode facilmente fazer mal a outra. Isto porque podemos ter diferenças consideráveis nas causas, embora até possamos ter as mesmas manifestações. Para citar um exemplo, imaginemos uma pessoa que tem um quadro de ansiedade e insónia. Na maioria dos casos, os sintomas de manifestação podem ser iguais ou semelhantes, mas por trás do sintoma, as causas podem ser muito diferentes. E como tal, o mesmo medicamento, o mesmo tratamento, pode não ser benéfico para duas pessoas com os mesmos sintomas.

Exemplificando com algo simples: um chá. Frequentemente aconselho plantas e muitas vezes sob a forma de chá (ou um conjunto de vários chás) para tratar determinados sintomas. Os chás e plantas que prescrevo têm determinadas propriedades terapêuticas e medicinais, que são indicadas para aquele caso e sintomas em particular. Imaginemos o dente-de-leão e cavalinha, os quais poderei prescrever para fazer uma desintoxicação e limpeza ao fígado, sempre após avaliar o quadro clínico específico e respectiva sintomatologia. Se para esta pessoa será benéfico este conjunto de plantas, para outra, que sofra por exemplo de tensão arterial baixa ou tenha debilidade das funções renais, pode ser muito prejudicial, na medida em que tais plantas têm propriedades diuréticas, isto é, vai aumentar a diurese, a frequência urinária, diminuindo assim a tensão arterial e exigindo demais às funções renais que já se encontram debilitadas.
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Outro exemplo pode ser dado com o gengibre, cujas propriedades medicinais são imensas e maravilhosas para a nossa saúde. No entanto, nem para todas as pessoas este rizoma será benéfico, sobretudo aquelas que já possuam quadros clínicos de calor interno ou fogo* na medida em que o gengibre tem uma natureza quente** e poderá agravar a sintomatologia inerente, levando a sede ou secura, obstipação, dores de estômago, azia, entre outros.

No mundo actual em vivemos, em que o acesso a todo o tipo de informação nunca foi tão fácil, é muito importante recorrer a especialistas, a profissionais especializados e devidamente credenciados, para saber o que melhor se adequa ao seu caso em particular.

Cada caso, é um caso.
 
*Conceitos estudados e considerados na observação e desenvolvimento das doenças em Medicina Chinesa, identificando se se trata de quadros Yin ou Yang, por Vazio ou por Excesso.
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**Temperatura: outro conceito muito importante bem presente em medicina chinesa, no estudo e classificação, quer dos alimentos e plantas, quer das próprias doenças e padrões clínicos individuais
 

​® Ana Sofia Rodrigues | Saúde e Desenvolvimento Pessoal  | Todos os direitos reservados

No actual momento em que vivemos, este é sem dúvida um tema central e de extrema importância. Parece também ser, o único ponto de consenso e a única certeza que temos: o Sistema Imunitário debilitado é o mais afectado e o que constitui a gravidade nas reacções ao corona vírus.

Estamos já, e felizmente, na fase de desconfinamento, no entanto, e infelizmente, nunca houve tanta discordância, incoerência, desinformação. A população está, naturalmente, confusa e cansada. O medo e a ansiedade têm sido as principais emoções geradas pelas notícias. É muito importante regressar às nossas rotinas diárias, retomar as nossas relações pessoais, apanhar sol (principal fonte de vitamina D) e aproveitar o bom tempo – tudo isto com as devidas precauções, bom senso, consciência (individual e social).

O Sistema Imunitário na Medicina Chinesa tem a designação de “sistema defensivo” como pode facilmente ser compreendido pelas funções que desempenha no nosso corpo em nos proteger, daquilo a que nos referimos como “factores patogénicos externos”. Um sistema imunitário saudável tem a capacidade de dar resposta às diversas ameaças que podemos sofrer de vírus, bactérias, fungos, entre outros.
Então, como fortalecer o Sistema Imunitário?

Quando falo em fortalecer o Sistema Imunitário, penso imediatamente em duas bases fundamentais: alimentação e emoções. E embora o sistema imunitário e defensivo possa estar, à luz da Medicina Chinesa, maioritariamente associado a três órgãos (Pulmão, Baço e Rim), eu encontro relação e importância com todos os outros. Pois uma vez envolvido o sistema nervoso e as emoções, temos sempre de pensar no Coração (sistema nervoso e cardio-vascular) e no Fígado (o grande gestor emocional, além de todas as outras funções ao nível do metabolismo, digestão e desintoxicação fundamentais) envolvidos. Também o intestino tem aqui um papel importante e não deve ser esquecido, uma vez que grande parte do nosso sistema imunitário está bem presente nesse órgão (o intestino).

Existem dois grupos de maior risco e com o sistema imunitário afectado, que já devem, por esta altura, ser bem conhecidos por todos: a população sénior, uma vez que o sistema imunitário vai enfraquecendo e ficando menos eficiente à medida que vamos envelhecendo, e as pessoas com doenças auto-imunes como sendo a artrite reumatóide, o diabetes, lúpus, entre outros.

Como em qualquer outra doença ou patologia, existem sempre, condições que beneficiam ou agravam a respectiva sintomatologia. Neste caso, a importância da alimentação e uma boa gestão emocional, são fundamentais.


Sobre a alimentação:

Evitar:
Alimentos processados, açucares, gelados, leite e lacticínios, farináceos (trigo, gluten), álcool. Todo este grupo de alimentos vai debilitar ainda mais o sistema imunitário e a saúde geral do seu corpo e organismo, provocando inflamação. Os lacticínios e farináceos prejudicam o Baço e a metabolização dos líquidos, criando mucosidades que muitas vezes se manifestam ao nível do sistema respiratório, afectando assim os Pulmões. Os congelados, gelados e alimentos frios igualmente afectam o bom desempenho do Baço e do Pâncreas, que necessitam de calor para realizarem correctamente as suas funções.

Preferir:
Alimentos naturais, frescos e biológicos sempre que possível. Legumes e leguminosas, frutos secos, frutas da época. Os alimentos naturais como legumes e frutas, são ricos nos nutrientes que o nosso organismo necessita. São exemplo de alimentos a preferir: a batata doce, ervilhas, espinafres, brócolos, cogumelos, cenoura, abóbora, entre outros. Os alimentos devem ainda ser cozinhados de forma uma equilibrada, com variedade na escolha e cozinhados preferencialmente a vapor, estufados ou salteados (sendo esta a forma mais equilibrada de cozinhar, em termos de temperatura, conceito este bem presente no estudo dos alimentos e das doenças na Medicina Tradicional Chinesa). Não esquecer o consumo e ingestão de água, sobretudo fora das refeições, de preferência natural, cerca de 8 copos ao dia. 

Existem ainda várias plantas com propriedades medicinais e complementos, que podem contribuir de forma muito positiva em reforçar e equilibrar o sistema imunitário, como o camu camu, a curcuma (curcumina), o propólis, a equinácea, o sabugueiro, o alcaçuz, o tomilho, entre outras. Cada planta tem particularidades e propriedades específicas que devem ser adequadas ao caso individual e à sintomatologia e quadro clínico da pessoa.

De referir ainda que, pessoas com doenças auto-imunes, ou mesmo outras patologias, devem recorrer sempre a um aconselhamento de um especialista.
 
Apesar da própria DGS ter publicado que não existe evidência científica no combate à covid19, através dos alimentos ou complementos, deverá certamente ser de fácil entendimento e de senso comum, que alimentação processada e não rica nos nutrientes necessários ao bom funcionamento do nosso organismo, será, certamente prejudicial. Devo confessar o meu espanto e surpresa ao tomar conhecimento da referida publicação da DGS, pois embora aleguem a “falta de evidência científica”, tal publicação desvaloriza por completo a importância da alimentação e das plantas, as quais, desde sempre da nossa história humana, são tidas em conta como base fundamental para a vida e saúde. “Que seu remédio seja o seu alimento e que o alimento seja o seu remédio” – Hipócrates.
 
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Sobre as emoções:

O stress, o medo e a ansiedade debilitam o sistema imunitário. Há mesmo quem diga que neste momento vivemos a pandemia do medo, e de certa forma, não deixa de ser verdade. Procurar ajuda para se restabelecer pode ser fundamental. Existem actualmente inúmeras abordagens terapêuticas, naturais e eficazes, para acalmar a mente e o corpo, como por exemplo, a acupuntura. Dosear e filtrar muito bem a informação que nos chega, é também determinante para garantirmos a nossa sanidade e equilíbrio mental e emocional. Ver as notícias uma única vez ao dia, ou mesmo de 2 em 2 dias, é mais do que suficiente para se manter informado. Escolher dar mais foco ao lado positivo, manter a esperança e encontrar a flexibilidade necessária para nos adaptarmos às mudanças, é também fundamental. A prática de exercício físico é igualmente recomendada e beneficia o sistema imunitário, assim como outras práticas como a meditação e técnicas de respiração (fonte da vida). Encontrar formas saudáveis de libertar os estados emocionais menos positivos é também essencial, seja por exercício, seja pela dança, canto, escrita, pintura... as artes são maravilhosas aliadas para expressar e libertar as emoções de forma saudável.

E por último mas não menos importante e até mesmo fundamental:  sempre que consiga e possa, vá até à natureza, conecte-se com a natureza.
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​® Ana Sofia Rodrigues 
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