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As Cefaleias e Enxaquecas são sintomas e queixas muito comuns na nossa sociedade, afectando cerca de um milhão de Portugueses, com maior incidência na população adulta e do género feminino. Existem diferentes tipos de Cefaleias e estas podem estar associadas a diferentes causas. As Cefaleias de Tensão estão mais associadas ao stress e à ansiedade, ocorrem mais no final do dia e a dor é normalmente leve a moderada. Já as Nevralgias são mais incómodas e persistentes, afectando a região malar, frontal, ocular e temporal. A dor pode ser intensa e muito forte e pode mesmo afectar o quotidiano da pessoa (exemplo são as Nevralgias do Trigémio, que ocorrem por inflamação do nervo ou por vírus). As Enxaquecas afectam no geral mais a população feminina e por norma são desencadeadas por estímulos, como por exemplo a menstruação, o stress, ingestão de álcool, ou ingestão de certos alimentos como o chocolate e citrinos). A dor pode ser de moderada a severa e podem ocorrer outros sintomas tais como náuseas, vómitos ou mau-estar geral. Embora episódica, a enxaqueca é recorrente e tende a ser crónica se não tratada. Na Medicina Chinesa, a Enxaqueca (e outras Cefaleias) são igualmente diferenciadas pelos seus factores de manifestação, factores desencadeantes ou agravantes, bem como pelos sinais e sintomas associados. Um padrão comum das enxaquecas em clínica, está associado à estagnação da energia do Fígado e ocorre associada à menstruação – já que este é o órgão responsável pela distribuição do sangue menstrual. A Medicina Chinesa recorre assim aos seus métodos naturais terapêuticos para regular a energia do Fígado, aliviando a dor e tratando a respectiva causa. Para além da Acupunctura, pode ser sugerido a retirada de alguns alimentos que se verifiquem ser o estímulo que desencadeia a dor ou também prescrita alguma combinação de plantas terapêuticas para complementar a terapêutica. As dores de cabeça são ainda diferenciadas pela sua localização, uma vez que tal corresponde a um determinado nível energético e por sua vez a determinado órgão ou órgãos que se encontrem afetados, facilitando assim o diagnóstico e respetiva estratégica terapêutica a ser utilizada pelo Especialista de Medicina Chinesa. A explicação seguinte corresponde a tal diferenciação, conforme ilustrado na imagem. - Tai Yang (área occipital): muitas vezes associada a cervicalgias e problemas de coluna ou associada também a constipações e gripes; - Yang Ming (área frontal): problemas e desordens de Estômago ou Intestinos, tais como dificuldades digestivas, gastrites, azia, refluxo, entre outras; - ShaoYang (área lateral / fontes): associação a desordens menstruais ou emocionais; desordens associadas à Vesícula (e por afinidade, ao Fígado); muitas vezes a dor é acompanhada de sensação de latejar; - Tai Yin (área medial): sensação de pressão e peso frequente e muitas vezes associado a humidades e mucosidades, podendo existir sintomas de alterações respiratórias ou digestivas; - Shao Yin (área medial): pode estar associada a problemas do sistema nervoso ou cardiovascular, tal como ansiedade, medo e palpitações; sensação comum de distensão ou subida; - Jue Yin (vértice): esta área corresponde ao Fígado e encontra-se muitas vezes associada a distúrbios menstruais e/ou emocionais. De referir que o anteriormente descrito é apenas exemplo e indicativo, devendo ser elaborado o respectivo diagnóstico pelo Especialista, de modo a identificar qual a desordem no organismo e escolher o tratamento adequado a cada caso. ©Ana Sofia Rodrigues
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Depressão ou Infelicidade? Depressão ou Solidão? Depressão ou incompreensão? Depressão ou resistência à mudança? Deparo-me constantemente com pessoas medicadas com antidepressivos sem nunca lhes ter sido perguntado sequer porque estavam tristes. Muitas delas até me dizem que nunca estiveram propriamente tristes, mas sim sem forças. É de facto um dos sintomas ou sinais inerentes ao diagnóstico de depressão: a falta de vontade e apatia, perda de interesse em realizar certas tarefas (que no passado eram prazerosas). Mas é necessário muito mais do que isto para se estabelecer um diagnóstico de depressão e acima de tudo, ser prescrito medicação nesse sentido. Nos actuais dias que vivemos facilmente um adulto pode chegar a um momento cansado, esgotado, sem forças, sem vontade – ninguém pára, não se respira, não se contempla, mal se convive, tanto se trabalha e esquecemo-nos de nós próprios...todo o santo dia! Vivemos dias tão conturbados que os próprios médicos, com o tempo de consulta contado, mal olham para o paciente e procuram a causa de determinadas queixas. Isso leva-nos a um facilitismo e banalidade tal, tanto na própria queixa como no respectivo diagnóstico de ansiedades, depressões e outras patologias do foro nervoso, mental ou emocional. Esta é também uma questão cultural em que nos habituamos a “resolver” tudo com um comprimido. Acontece que, na maioria das vezes, o comprimido nada resolve…apenas “anestesia” e “esconde” a origem dos sintomas que se manifestam… Na minha opinião terapêutica, mais importante que tudo é questionar o porquê de tal estado de espírito! É observar, sentir, ouvir quem nos procura. Não me canso de dizer que somos um todo – corpo-mente-espírito – e o corpo físico reage à forma como vivemos, como reagimos, como interagimos, como “digerimos” coisas, acontecimentos e emoções. Muitas vezes a pessoa simplesmente nunca chorou uma situação dolorosa vivida no passado como por exemplo nunca tenha feito um luto de algum ente querido perdido. Ou talvez se encontre a desempenhar o mais terrível e ingrato dos trabalhos diários para sobreviver. Talvez não durma bem porque teima em jantar muito tarde e nunca ninguém lhe explicou que a digestão vai interferir na qualidade do sono. Talvez se tenha esquecido do que gosta de fazer em função de desempenhar papéis necessários nesta sociedade. Mil respostas me ocorrem, juntamente com mil opções de ultrapassar esse estado – tudo isto antes de um diagnóstico de desordens mentais e/ou psicológicas ou mesmo de prescrição de medicação! Não estou contra nenhum sistema nem contra os médicos ou a medicação, compreendendo que em algum momento tudo isto pode ser necessário. No entanto, a prescrição e toma de anti-depressivos e ansiolítcos no nosso país tomou proporções avassaladoras – hoje em dia, muitos jovens e crianças já estão também medicados. Portugal está no topo da lista dos países de maior consumo destes medicamentos e de diagnósticos de ansiedade e depressão. É importante reflectir… As pessoas necessitam de ser mais ouvidas, sentidas, compreendidas e orientadas. Não necessitam propriamente de mais diagnósticos e medicamentos para camuflar sentimentos e adormecer emoções – até porque estas não desaparecem e ficam como que gravadas no nosso corpo físico, mental e emocional. ©Ana Sofia Rodrigues A Acupuntura é a técnica de inserção de agulhas filiformes no corpo, em pontos específicos reconhecidos pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC). É frequentemente associada a tratamentos de dor, no entanto é muito mais do que isso.
Hoje em dia esta técnica é praticada por diversos profissionais de outras áreas, os quais dispõem na sua maioria apenas do conhecimento do tratamento com agulhas em analgesia e associação dos pontos ao sistema muscular, ósseo e nervoso. No entanto, importante será referir e salientar que a Acupunctura é parte integrante da MTC, carecendo portanto de um vasto conhecimento e experiência sobre anatomia, meridianos, pontos de acupuntura e várias teorias subjacentes à utilização dos pontos adequados, para poder ser exercida. Por este mesmo motivo, a sua utilização e eficácia de resultados vai muito para além da dor. Esta técnica pode ser utilizada em inúmeras patologias dos vários sistemas do corpo humano como por exemplo em distúrbios de sono, ansiedade ou depressão, alterações do sistema gástrico ou intestinal (como exemplo gastrites, úlceras, diarreias, obstipação, doença de chrown e outras), desordens do aparelho respiratório (tais como tosse, asma, bronquite, constipações e gripes, entre outras) e muito mais. A sua utilização como ferramenta terapêutica é também indicada para recuperar ou manter equilíbrio geral do corpo bem como é muito benéfica usada como prevenção da doença ou na simples regulação do bem-estar. É um tratamento natural e muito eficaz praticado na china há milhares de anos. Os seus benefícios foram inclusivamente reconhecidos há vários anos pela própria OMS (Organização Mundial de Saúde) a qual publicou um artigo onde constam inúmeras patologias e quais os resultados obtidos no estudo efectuado. Artigo OMS: http://apps.who.int/medicinedocs/pdf/s4926e/s4926e.pdf O uso de plantas e ervas terapêuticas antecede a história humana escrita. É de facto admirável como a natureza nos providencia remédios naturais e tão eficazes, desde sempre.
Sabia que pode tratar uma infecção urinária recorrendo a um chá com duas ou três plantas apenas? Ou que pode ter o alívio imediato de sintomas como a azia? Ou mesmo que pode tratar uma constipação desta forma? O estudo das plantas à luz da Medicina Tradicional Chinesa vai muito além das propriedades das mesmas. Tal como nos alimentos, é tido em conta o sabor e temperatura da planta. Por temperatura não me refiro à forma de consumo da mesma, ou seja, se bebe por exemplo o chá quente ou frio. Todas as plantas têm uma natureza que vai de fria a quente. A título de exemplo, o alecrim é um excelente tónico de energia, fortalece o sistema digestivo e favorece a produção e circulação do sangue recomendado por isso em casos de fadiga, convalescença e anemia; no entanto, é de natureza morna podendo desta forma beneficiar qualquer pessoa que necessite de aumentar o seu calor interno, mas por outro lado, poderá prejudicar uma pessoa que tome esta planta em excesso tendo já por si só, um quadro clínico de calor apresentando sintomas como sede, obstipação, cara vermelha, entre outros. O aspecto aqui referido sobre quadros de “calor” ou “frio” é algo analisado também nesta Medicina, permitindo identificar padrões clínicos e as suas origens e como tal, permitindo também identificar quais as terapêuticas adequadas para cada caso. Naturalmente qualquer planta, por mais benéfica que seja, se tomada em excesso, poderá vir a ser prejudicial. O devido acompanhamento e aconselhamento profissional na sugestão de toma de plantas terapêuticas pode no entanto auxiliar o tratamento eficazmente em determinadas patologias, podendo mesmo substituir a toma de certos medicamento (colaborando desta forma para uma diminuição da intoxicação do organismo pela ingestão excessiva de químicos). Pequenos exemplos são problemas como as infecções urinárias, que facilmente se tratam com plantas como a uva-ursina, barbas-de-milho, pés-de-cereja ou cavalinha. Evitando assim o recurso constante a anti-bióticos, estas plantas são diuréticas e anti-sépticas e tratam os sintomas da infecção urinária, sendo que a cavalinha é ainda remineralizante, ou seja, repõe os minerais no organismo. Outro exemplo é o Tomilho. Planta benéfica para o Pulmão e problemas respiratórios, que pode ser consumida sobre a forma de condimento adicionando a especiaria às mais diversas refeições e alimentos, bem como sobre a forma de chá, infusão. Tem também propriedades digestivas. Esta planta pode ainda ser usada através de inalação dos seus vapores, favorecendo a limpeza das vias respiratórias congestionadas. O mundo das plantas medicinais e terapêuticas é imenso. E juntamente com os alimentos que escolhe para comer, algumas plantas deveriam fazer parte da sua farmácia natural em sua casa. Ana Sofia Rodrigues Síndrome do Canal Cárpico O que é? O Canal Cárpico é um espaço na face anterior do punho onde o nervo medial e vários tendões passam do antebraço para o punho. A condição conhecida por Síndrome do Canal Cárpico acontece quando ocorre compressão no nervo medial originando dor e dormência na mão e dedos, podendo mesmo afetar a condição motora e limitar alguns movimentos. Quais as Causas? As causas podem ser várias mas frequentemente se deve ao excesso de esforço produzido pelos flexores do antebraço, levando à tal compressão do nervo no túnel do canal cárpico. Movimentos repetidos com estes músculos em esforço irão causar tensão na respetiva área levando aos sintomas descritos anteriormente. Hoje em dia é comum quem utiliza computador e o rato diariamente desenvolver este problema. Como tratar? Na Medicina Convencional frequentemente é sugerida a cirurgia como tratamento. Na Medicina Natural e Chinesa, existem várias alternativas muito eficazes. A Acupuntura é sem dúvida uma delas – pela inserção de pontos específicos que se localizam não só na área afectada, mas ao longo de todo o trajecto do nervo mediano, antes e após o pulso, esta técnica permitirá não só aliviar a dor, como eliminar a dormência, descomprimindo o nervo em causa e desbloqueando todo o trajecto afectado. Aliado à Acupuntura é possível introduzir a Massagem Tuina para desbloqueio e relaxamento dos flexores que comprimem o nervo. Alguns alongamentos serão também benéficos e recomendados ao paciente. Sabia que... A cor dos alimentos tem associação a determinados órgãos e como tal beneficia os mesmos? Naturalmente que o estudo dos alimentos segundo a Dietética Chinesa vai muito além da classificação por cores. Existem vários aspectos e outras características que são consideradas tais como o sabor, a temperatura ou o tropismo do alimento. No entanto, este pequeno artigo foca apenas o aspecto da cor dos alimentos e respectivos benefícios. Aqui fica um breve resumo orientador: Alimentos vermelhos: Beneficiam o Coração - e o sangue (ex: mirtilos, amoras, ameixa vermelha, beterraba, etc) Alimentos brancos: Beneficiam o Pulmão (ex: pêra - branca por dentro - nabo, rábano, etc) Alimentos verdes: Beneficiam o Fígado (ex: espinafres, brócolos, couves, agrião, abacate, etc) Alimentos laranjas / amarelos: Beneficiam o Baço / Pâncreas / Estômago - e como tal, o sistema digestivo geral (ex: cenoura, batata doce, abóbora, papaia, etc) Alimentos cinza / pretos: Beneficiam o Rim e Bexiga (algas, feijão azuki, uvas, sementes sésamo pretas, etc) Desejos de pratos saudáveis e coloridos :) Ana Sofia Rodrigues |
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