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Pensamentos geram emoções, emoções geram sensações, e as sensações manifestam-se fisicamente. E manifestam-se das mais variadas formas, quer ao nível de comportamento, quer através de sintomas e doenças. Para quem trabalha em clínica, frequentemente verifica a causa de determinada manifestação, dor ou doença, ser de origem emocional – ora disputada por certa situação emocional, ora por acumulo e prolongamento de emoções.
As emoções são processos naturais no ser humano mas podem-se tornar “tóxicas”, quando prolongadas, acumuladas ou não “digeridas”. Por exemplo, irritamos-nos frequentemente com determinadas situações e sob o stress e tensão do dia-a-dia. No entanto, algumas pessoas não expressam a sua irritabilidade, contêm-na. E contêm-na vezes sem conta, acumulando tudo lá num cantinho escondido no nosso organismo, no coração, na mente, no corpo físico e emocional. Ao falarmos em expressar a sua irritabilidade, naturalmente não queremos incentivar ninguém a “explodir”, existem muitas formas de nos expressarmos, de nos libertarmos e de cada um lidar com as suas emoções. Como terapeuta de medicina tradicional chinesa, costumo dar uma imagem da rotina diária para reflectir o nosso corpo físico e emocional: Imagine aquela gaveta onde guardamos as nossas meias e roupa interior, aqueles “pedaços” de roupa tão pequenos mas que necessitamos diariamente. Pois todos os anos compramos mais umas meias, depois umas cuecas, e depois mais umas meias…. E ano após ano se repete a aquisição de algo que faz parte das nossas necessidades e protecções intimas. O único problema é que vamos comprando, acumulando, enchendo a gaveta e há um dia que dizemos “Ops!!! Já não fecha!?!?” Mas porque nos esquecemos de reciclar, de deitar fora o que já não faz falta, de libertar o velho para dar lugar ao novo? Assim o é com as nossas memórias físicas e emocionais. Neste sentido, torna-se curioso, observar que a maioria das pessoas revela problemas de estômago ou problemas intestinais, quando passa por alguma tensão ou stress emocional. Como se não “digeríssemos” os acontecimentos, as emoções, os pensamentos. (Sim, porque não digerimos só alimentos, digerimos também emoções!). Se pensarmos bem no processo digestivo e na sua continuidade (intestinos e excreção), de certa forma o mesmo acontece (ou deveria acontecer) com os nossos pensamentos e emoções. Ingerimos os alimentos, o processo digestivo acontece, é separado o puro do impuro (transformação dos nutrientes dos alimentos em energia e sangue distribuídos para todo o corpo). O impuro é enviado aos intestinos para posterior excreção – do que não faz falta. No campo das emoções e pensamentos, uma boa parte das emoções acontece por estímulos externos e outra boa parte por ser gerada através dos pensamentos; a nossa mente tem a capacidade de gerar histórias e conflitos, sempre a ”pré-ocupar-se” e elaborando maquiavélicos filmes sobre o que foi ou o que será (e com pouca frequência sobre o que é!); esses pensamentos geram emoções, como é o caso da preocupação constante que nos ocupa a mente e gera ansiedade, ou a tensão e exigência constante da nossa mente que nos gera tensão emocional e física. Quanto às emoções geradas por estímulos, como por exemplo, irritarmos-nos com alguém ou sentirmos-nos magoados por alguma atitude de alguém, estas também podem gerar manifestações físicas, não só emocionais, caso não sejam “digeridas”. Quantas vezes ficamos presos a acontecimentos que nos geraram tais emoções? Remoemos vezes sem fim determinado acontecimento que nos gerou raiva, irritabilidade, tristeza, injustiça, etc. Ao retermos esses sentimentos, não os libertamos, não os digerimos e não os “excretamos”. Muitas vezes estamos a conter emoções, histórias, crenças, padrões, pensamentos, que simplesmente, já não fazem falta, já passaram, são para libertar, para “excretar”. O estômago é assim muitas vezes associado a questões emocionais que temos de certa forma de "digerir", bem como o intestino, libertando o que já não nos faz falta. De acordo com a medicina tradicional chinesa (MTC), cada órgão representa todo um sistema global que integra vários aspectos tais como relação com sentidos, tecidos, áreas do corpo, emoções. Os dois órgãos maioritariamente associados ao processo digestivo na medicina chinesa são o estômago e o baço. Este último transforma os nutrientes dos alimentos que ingerimos em energia e sangue, transportando-o para todas as áreas necessárias do nosso corpo. É também o baço que gere o nosso pensamento e capacidade de estudo, memória e concentração, pelo que o excesso de pensamento e actividade mental pode lesar a energia deste órgão, dificultando por consequência a digestão. Assim, este órgão em equilíbrio facilita o processo digestivo bem como a boa capacidade de pensar, estudar, concentrar e memorizar. Podemos verificar então que um dos principais órgãos associados à digestão é também aquele que gere o pensamento. A visão holística da medicina chinesa sobre o corpo humano, dá particular atenção às emoções e suas relações com corpo físico. As cinco principais emoções na medicina chinesa associada aos órgãos são: a alegria (associada ao coração), pensamento (associada ao baço), tristeza (associada ao pulmão), medo (associado ao rim) e raiva (associada ao fígado). As desordens emocionais podem assim lesar os órgãos correspondentes. Por exemplo, uma tristeza prolongada pode afectar o pulmão e suas funções; tal como preocupação constante pode lesar a energia do baço, como foi anteriormente dito. Tanto a desordem da emoção pode afectar o órgão associado como o inverso pode também acontecer (desordem do órgão levar ao desenvolvimento da emoção associada). E para além desta relação directa emoção-órgão, o nosso organismo e corpo humano, qualquer órgão, pode ser facilmente afectado por stress emocional. O grande gestor das nossas emoções é o fígado. É ele o responsável por facilitar a circulação energética do nosso corpo, sem a qual não seria possível realizar-se o processo digestivo por exemplo. Quando há stress emocional no indivíduo temos normalmente a energia do fígado envolvida e afectada, a qual pode gerar tensão física e outros sintomas, bem como frequentemente afectar as funções digestivas. A medicina tradicional chinesa, munida da compreensão das leis naturais do universo e do conceito do holismo, ajuda-nos a compreender estes processos, observando o ser humano como um todo – mente, corpo, espírito. Reunindo métodos terapêuticos como a acupunctura capazes de restabelecer estes desequilíbrios energéticos, sintomas digestivos entre muitos outros. A MTC visa retornar ao equilíbrio do corpo e também da mente, uma vez que estes não se separam e se influenciam mutuamente. Através da inserção em pontos específicos no corpo humano, a acupunctura acalma a mente e o espírito, resolvendo a estagnação, acalmando a energia do fígado e aliviando os sintomas digestivos de manifestação. Existem ainda várias técnicas que têm vindo a demonstrar ser eficazes para a digestão e desbloqueios emocionais. Embora existam várias ferramentas terapêuticas ao dispor do público e qualquer indivíduo que procure a MTC possa beneficiar dos seus efeitos, o processo “digestivo” passa também muito por reeducar a mente, ter consciência das nossas emoções, voltar a aprender a reconhecê-las, aceitá-las, digeri-las e libertá-las. Ana Sofia Rodrigues
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