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Sabias que a Inteligência Emocional pode ser aprendida e desenvolvida por qualquer pessoa? E sabias que a auto-consciência e o auto-conhecimento, são bases fundamentais para essa aprendizagem e desenvolvimento emocional?
Recordo uma frase já aqui escrita e dita antes: Conhece-te a ti mesmo e saberás como viver bem e feliz…! Sabes identificar e reconhecer as tuas emoções predominantes? Sabes como geri-las e digeri-las? Consegues lhes dar um nome e expressá-las em palavras? Consegues expressar no teu corpo físico? Conhece-te a ti mesmo, o que sentes, como sentes, quando o sentes… aprende a reconhecer, a gerir e a digerir as emoções… aprende a discernir as emoções dos sentimentos… a dor, do sofrimento… Este auto-conhecimento e auto-regulação emocional é fundamental para o teu bem-estar físico, mental ou emocional. A tua vida equilibrada “depende” disto, as tuas relações saudáveis e conscientes, “dependem” disto. E isto não quer dizer que nunca mais sentirás aquelas emoções que consideras menos boas como a tristeza, raiva, ou o que for...! De todo! Costumo dizer em tom de brincadeira, no início do meu Workshop Emoções “Se aqui estão a pensar que após este dia não voltam a sentir tristeza, esqueçam! Ando há anos a tentar!!” 😊 Continuarás a sentir tudo, até porque as emoções são processos naturais ao Ser Humano, e supostamente, todas, mas mesmo todas, têm uma função específica e positiva inerente. Por exemplo, como ultrapassas uma perda de um ente querido, se não te permitires sentir tristeza? Fazer o luto é essencial para ultrapassar esse trauma emocional. Todas as emoções são necessárias. E fazem parte. Com o desenvolvimento pessoal e treino da inteligência emocional, não deixas de sentir, mas passas sim a identificar o que sentes, a "digerir" o que sentes, a expressar o que sentes e a ultrapassar as sensações menos boas, a libertar o que houver a libertar. Passas a ser menos reactivo. Passas a gerir melhor, tudo o que te vai aí dentro. E até porque se quisesses deixar de sentir aquela parte que consideras menos boa, dolorosa até, estarias também a condicionar o sentir de todas as outras boas. Se te fechas para uma emoção, fechas para outras. Elas estão todas na "mesma caixinha" . O que muda, não são os acontecimentos externos e os desafios que podem surgir - esses continuam, pois a vida encarrega-se em nos presentear de tempos a tempos, ou não fossem os desafios que nos fizessem crescer. Os desafios e as surpresas não mudam, és tu que mudas. O que muda é a forma como reages a eles. Como lidas com eles. Conhece-te a ti mesmo. E saberás identificar melhor aquilo que sentes e como digerir e libertar o que fica tóxico. Muitas pessoas expressam determinado sentir, quando na base, muitas vezes até inconsciente, está uma outra emoção. A raiva muitas vezes esconde tristeza, por exemplo. Também as tuas necessidades são motor de comportamento e condicionam o teu estado emocional. Todos temos necessidades. Todos. Maslow falou deste tema há muito tempo atrás, e hoje é um tema muito comum nas actuais e várias vertentes da linha do desenvolvimento pessoal. Saber o que eu necessito, pode esclarecer totalmente aquilo que sinto e como tal, da forma como me comporto e ajo. Esta consciência fará toda a diferença, se pretendes evoluir, melhorar as tuas relações interpessoais, alcançar paz e simultaneamente, sucesso. Muitas vezes temos reacções que expressam um determinado estado emocional, quando na base, estão outras necessidades, que ignoramos. Quantas pessoas conheces que muitas vezes são rudes, agressivas, arrogantes….e no fundo no fundo, são carentes, necessitam apenas de atenção, de reconhecimento? Quantas outras conheces, que se apresentam com altivez e postura firme, e no fundo no fundo, são tão ou mais inseguras que tu mesmo? Quantas vês e ouves rir e brincar constantemente, quando escondem tamanha tristeza e angústia no seu ser? Talvez tu próprio possas ter, aqui e agora, enquanto lês este artigo, essa mesma reflexão e consciência. Será que te revês? Conhece-te. O que sentes? Como sentes? Quando o sentes? Porque o sentes? E como expressas e libertas essa emoção? Ignorar as emoções é acumular algo que um dia “explode”. As emoções contidas são a causa de inúmeras doenças. Sabias que a palavra Emoção deriva do latim “emovere” que significa “mover” ou “pôr em movimento”? Isto quer dizer que uma emoção gera uma acção, automática, no teu corpo. Imagina que vês um leão ao longe a andar na tua direcção: o que fazes? Como te sentes? Talvez a pulsação acelere, sintas suores, pões-te a correr! Uma emoção gera carga, tensão e acção. Imagina agora o que será que fazes ao teu corpo, quando impedes algo natural de se manifestar e acumulas, aprisionas… Vejo em clínica, diariamente, casos de sintomas e doenças físicas, que na sua base e origem, são de causa emocional. Inúmeros casos de doenças que surgem ou se manifestam, após determinado evento traumático de carácter emocional. Estamos sujeitos a vários estímulos que podem provocar trauma emocional, que diferem, de pessoa para pessoa. Sejam as surpresas menos boas da vida, como a perda de alguém, um divórcio, um acidente, um despedimento inesperado; sejam acontecimentos que, aparentemente são supérfluos, e causam, no entanto, marcas profundas no nosso corpo emocional. E já aqui falei da relação das Emoções com os vários órgãos do nosso corpo, como tão bem explica a Medicina Tradicional Chinesa. Emoções não reconhecidas, não digeridas, exacerbadas, podem gerar doença. Ouve o teu corpo. Reconhece e respeita o que sentes. Saber reconhecer o que sentimos, saber expressar sobre o que sentimos, saber gerir as nossas emoções… tudo isto é fundamental para a nossa vida diária, sobretudo em sociedade. As várias relações humanas, dependem de uma boa gestão emocional. E o auto-conhecimento está na base para se alcançar essa boa gestão emocional. ©Ana Sofia Rodrigues
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Novembro 2024
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