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Um dos grandes problemas do Ser Humano, é que narra, vive e interpreta cada história, como sendo a sua. É muito difícil colocarmo-nos no lugar do outro. É muito difícil, sairmos de nós, da nossa própria história, abandonarmos por momentos, as nossas próprias crenças e vivências, para observar, reflectir e sentir, a história do outro. É muito difícil, pensar num todo. É muito difícil, colocar de lado por momentos as nossas próprias verdades e continuar a duvidar, a questionar, a pesquisar…
Talvez se este exercício fosse feito, não se verificasse tanto conflito, tanta ofensa, tanta luta e guerras por aí… Devo confessar que recentemente já tive vários momentos em que tanto me desiludi e entristeci com o Ser Humano. Esta extraordinária história que vivemos tem revelado muito... E como disse num artigo inicial ainda em Março: este vírus irá trazer o melhor e o pior do Ser Humano ao de cima. E gostava tanto, tanto, tanto, de poder afirmar que é o melhor que está a reinar… Fico incrédula com as agressividades gratuitas. Uma coisa é termos uma opinião própria sobre um assunto e expor a mesma. Somos todos livres de o fazer. Outra coisa é simples e gratuitamente ofender, criticar, julgar, agredir o outro, porque este pensa, sente ou vive esta (ou qualquer outra!) história de forma diferente. Vejamos (contextualizando com o actual momento que vivemos…) Uns perderam o emprego e sofrem com a injustiça de um governo que não os apoia… Esses mesmos – e tantos outros! – sofrem a agonia de não terem como pagar as suas contas e alimentar a sua família. Temos outros, no entanto, que não lhes falta dinheiro, mas falta-lhe alguém da família! Perderam pessoas pelo caminho…por este caminho que todos estamos a caminhar, porém cada um em seu trilho e portanto, com “paisagens” e obstáculos, bem diferentes. A outros ainda não lhe falta a família, mas falta-lhes o contacto com ela... Há pessoas para quem, ficar em casa, foi a melhor coisa que lhes aconteceu. Para outras porém, a pior. Existem pais agoniados porque as suas crianças são impedidas de brincar e obrigadas a usar máscara. E neste último caso há o oposto, aqueles que, nem pensar!, deixarem ir as suas crianças para a rua, brincar, conviver, partilhar… e sim, a irem, será sempre de máscara! Ainda sobre as crianças… Conheço Pais que adoraram poder ter, finalmente, tempo útil com as suas crianças durante o tempo de confinamento…E conheço Pais que ficaram exaustos e quase enlouqueciam, exatamente pelos mesmos motivos… Depois temos o jornalismo…que nos invade constantemente com informações incoerentes e sobretudo, alarmistas. O nosso jornalismo (sobre)vive há muito de notícias de conflitos, políticas, guerras e desgraças – e isto ninguém pode negar. E há por isso, quem não consiga mais ouvir, ver e acreditar no que nos “vendem” pelos mídia… Havendo também o oposto, aqueles que apenas por esta via se informam e preferem continuar a acreditar… E sem esquecer a classe médica e a classe política, que nos confundem constantemente com as suas diferentes abordagens e explicações – ou com a ausência destas!! Temos quem apenas e somente queira provas científicas e quem grite que se esquecem do invisível aos olhos, do afecto, da empatia, da compaixão. Temos quem grite pela liberdade e quem grite para ficar em casa. E há quem muito grite por justiça, porque de facto, são muitas as incoerências e injustiças, com consequências dramáticas para muitos, aos olhos de cada um que assim quiser ver. E há também quem nada reclame e continue tranquilamente a fazer a sua vida. A quem nada disto lhe “tocou” e até dizem, como já tanto ouvi por aí “eu não quero saber”. E obviamente e infelizmente, também temos quem muito lucrou e beneficiou… Tantas, tantas diferentes pespectivas! E estão certas? Erradas? Diferentes vivências, experiências, perspectivas, sobre o mesmo desafio. Porque não somos todos iguais. Porque não temos todos os mesmos problemas. E sobretudo, não temos os mesmos valores e princípios. Quando nos toca a um dos nossos principais valores e princípios morais, normalmente, é aí que mudamos a perspectiva. O problema não está em termos diferentes opiniões e diferentes perspectivas. O problema está em não aceitarmos diferentes visões que a nossa. Em fecharmos a porta ao debate, à história do outro, aos argumentos e fundamentos, do outro. E se por momentos, por breves momentos, saíssemos da nossa própria vida, esquecêssemos os nossos próprios problemas, deixássemos de lado o nosso próprio umbigo, e ouvíssemos com muita atenção, as histórias e versões, do outro? E se por momentos, tentássemos esquecer as nossas teorias, crenças e ideias pré-concebidas, e tentássemos ouvir, a história, do outro? E se por momentos, os lados opostos se unissem, discutissem, abertamente, os seus diferentes pontos de vista e argumentos? E se por momentos, pudesse existir um pouco mais de compreensão, de cooperação e união do que separação? Afinal de contas, não estamos todos a viver o mesmo desafio? Não somos todos potenciais “vítimas” deste acontecimento global? E já agora, não teremos nós, a capacidade de escolher, ser ou não, vítimas? Por vezes... É tudo uma questão de perspectiva. No outro dia, ainda no verão, uma amiga perguntava-me se eu já estava a trabalhar e como corria. Respondi que sim, estava a trabalhar e até com muito trabalho para a época de verão. A minha amiga exclamou naturalmente por mim feliz: “que bom!”… ao que eu respondi “Sim e não. É bom e não é. É bom na medida em que estive meses sem trabalhar, e naturalmente fico feliz e grata de puder estar a trabalhar, sobretudo porque ajudo os outros. O “não” tem a ver com os motivos pelos quais tenho mais trabalho.” Não consigo ficar simplesmente feliz por mim, sabendo o motivo pelo qual tenho mais trabalho. Não consigo deixar de pensar nos outros. Não consigo, não pensar no todo. E neste momento, tão mais fácil assim seria, se assim eu fosse. Ficaria extremamente feliz, sem qualquer questionamento ou angústia como agora sinto, se o facto de eu ter muito mais pessoas a procurar uma Medicina Natural, um caminho de consciência e crescimento, se devesse a isso mesmo, à procura por vontade própria, de outras abordagens, de um caminho de consciência, de métodos naturais. Por quererem compreender o seu corpo, os seus sintomas. Por vontade própria. Mas não. Muitos vieram por se encontrarem completamente perdidos, exaustos e sentirem-se “abandonados” pela Medicina Convencional, pelo SNS. E eu poderia ficar muito feliz com isso, não é? Mas não, não fico. Nunca fui contra a Medicina Convencional. Sempre defendi complementariedade e não alternativas. As pessoas estão exaustas, confusas, doentes, com tudo isto. Recebo diariamente casos com histórias e relatos inacreditáveis. E ouço queixas de sintomas e doenças nada comuns para esta época do ano ou para as suas idades. O quanto se aprende, se evolui, ao escutar o outro… Provavelmente todos nós conhecemos alguém que, há sete ou oito meses atrás era lúcido, saudável e bem disposto… e agora, a mente prega-lhe partidas constantes, a sua disposição e brilho perderam-se, a exaustão e a doença instalou-se. Uns refugiam-se no trabalho, outros em álcool, outros na solidão. Uns mergulham na tristeza e angústia, outros sobrevivem através da energia agressiva e forte da raiva, frustração e indignação. Uns preferem tentar, a todo o custo, ignorar o assunto por já não conseguirem raciocinar sobre o mesmo, com tamanha confusão e disparidades de informação sobre tudo. Outros, vivem incessantemente em busca de respostas, da verdade, de coerência. E novamente… quem está certo ou errado? Não se trata de estar certo ou errado. Que possamos ter a compaixão de compreender e respeitar a vivência do outro. Se para uns ficar em casa é a solução, para outros é precisamente o problema. Se para uns não abraçar é a solução, para outros é precisamente o problema. Se para uns, uma qualquer absurda app poderá lhes salvar a vida, para outros, é o revelar que vivemos num mundo onde reina o controlo, o poder e o dinheiro, nada mais. O revelar, de que as medidas impostas, são políticas e governamentais, de interesses próprios, e nada tem a ver com saúde pública. Se para uns, continuar a confiar em quem nos governa é a solução, para outros é precisamente o problema. E talvez estes outros tenham motivos bastante válidos para tal. O problema é que ninguém os ouve… Talvez para alguns, a liberdade seja o seu grande valor e princípio que na vida os move. Ao invés dos outros que procuram a segurança e o controlo de tudo. Talvez para alguns, o afecto, as relações humanas, o amor, o carinho e a compaixão, sejam os seus motes de vida, os seus princípios mais elevados, aquilo que sem o qual, não poderiam nunca viver. E quanto às diversas medidas impostas... Talvez uns acreditem que sejam a solução e salvação... No entanto e para outros (...tantos!...) será certamente o problema e o afundar... dos seus negócios, das suas vidas, das suas relações, das suas liberdades...da sua saúde.... Mais respeito por favor. Mais compaixão. Mais entendimento. E pese embora possamos não compreender e aceitar a opinião e postura do outro, podemos sempre, no mínimo, tentar ouvir os seus motivos, a sua versão e sobretudo, respeitar. É tão fácil julgar e criticar os outros, com os olhos no nosso próprio umbigo. Sabemos a sua história? Os seus princípios e valores? Compreendemos de que forma vivem este, ou qualquer outro desafio? Sabemos em que se baseiam? Quando saímos do nosso próprio lugar e temos a capacidade de olhar e sentir o outro, pela sua própria história e não pela nossa, parece magia… começa a surgir entendimento. E não falo apenas de entendimento racional. Falo de compreensão humana, de alma, de vida, de respeito, de experiência, de empatia, de compaixão. Continuo a acreditar que tudo isto será para um Bem Maior. Um dia. Pois nenhuma tempestade dura para sempre. Vai levar tempo? Sim, vai. Vai ficar tudo bem? Não, não vai. Não para todos. Não, não está tudo bem. Mas irá ficar. Um dia, vai ficar. Demore o tempo que demorar. E embora obviamente e infelizmente não seja para todos, eu continuo a acreditar que irá melhorar sim e trazer-nos ainda mais LUZ! E sim, até melhorar, ainda vai piorar. E até melhorar, nós próprios temos o poder de escolha, de contribuir. Contribuir para a confusão ou para o esclarecimento. De contribuir para a separação ou para a união. Ainda que não saibamos a verdade, ainda que estejamos confusos, ainda que nos assuste o desconhecido, ainda que nos atormente a postura do outro, procuremos pelo bom-senso, respeito, compaixão, amor e compreensão. Recordando que cada um vive a sua história, com cada capítulo seu, com a sua própria intensidade e desafios. E ainda mais importante, até lá, hoje, amanhã e sempre, procurem nutrir o vosso corpo e a vossa mente com o “alimento” correcto e saudável. Procurem fortalecer o vosso sistema imunitário sim, mas também e muito, o sistema nervoso. Vão precisar. Que a lucidez não nos falte. Que a calma e a força não nos falhe. Que o amor e a compaixão não sejam esquecidos. Que a nossa Luz nunca se apague. Ana Sofia Rodrigues® © Todos os direitos reservados
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Julho 2024
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