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Pessoas e histórias que me inspiram...
Ressoam em mim e tocam-me profundamente, as palavras mais simples, mas verdadeiras, sentidas e vividas. Muito mais do que qualquer discurso bonito, técnico ou demasiado profundo, complexo. Para quê complicar e tantas vezes colocar tudo no “bonitinho” e no “perfeitinho”, se tudo é, afinal, tão simples…? No momento em que Eduardo Marinho renunciava o seu próprio património, formação, carreira, bens materiais, prémios, entre outros, os seus pais chocados, perguntaram-lhe: "Mas meu filho, o que você quer desta vida afinal?".... Ao que Eduardo respondeu: "Tudo o que eu puder levar!" Conheço os discursos de Eduardo há já algum tempo, mas recentemente decidi que queria saber mais sobre a sua história. E desde que vi o seu documentário completo, esta frase ficou a ecoar em mim. “Tudo o que eu puder levar!”. É isto. Tão isto!! De facto, sou muito mais de acumular experiências e emoções, do que coisas ou títulos. Gosto de me desafiar, gosto de novas experiências, gosto de criar, gosto de sentir! E não consigo fazer coisas que não estejam alinhadas com o meu carácter e com os meus valores. Ainda que possa não beneficiar de algo por isso, irei pelo menos, manter-me alinhada, coerente, comigo mesma. Não encho o bolso, é certo. Mas encho o coração. E esta resposta de Eduardo sobre a vida, é, para mim, “A Resposta”! Renunciei também eu, várias regalias e condições especiais, ao decidir em 2012, abandonar a carreira com a qual, não só não me identificava, como a certa altura, já me corroía. Neste caminho da autoconsciência – que cedo iniciei e nele irei permanecer enquanto viver – a determinada altura, percebi que não era mais compatível para mim, permanecer naquele emprego. Foram muitos os motivos que me levaram a sair da Banca e já tenho vindo a falar em público sobre alguns deles. Penso que este, nunca o revelei publicamente. E esse motivo, foi a tomada de consciência de como o dinheiro comanda o mundo, de como a corrupção vive sentada ao nosso lado, de como o nosso sistema, pura e simplesmente, só funciona para uma minoria, e sempre, para essa mesma minoria, menosprezando, manipulando, escravizando a maioria; de como determinados interesses prevalecem sempre; de como as prioridades estão tão trocadas; de como se desvaloriza quem realmente é útil, sabe e faz; de como o foco está só na quantidade e pouco importa a qualidade; de como o objectivo é ser o melhor, à custa de qualquer coisa ou qualquer pessoa; de como as pessoas ali, não eram pessoas, eram números… Escolhi sair. Escolhi ver pessoas, além de números. Escolhi Eu ser uma pessoa, além de um número. Escolhi dar prioridade à qualidade, em vez de querer mais quantidade. Escolhi sempre ponderar e avaliar, as minhas futuras escolhas e fundamentar bem, com o coração, os meus objectivos. Escolhi querer Ser mais, em vez de Ter mais. Escolhi o incerto e o desconhecido, em vez do suposto seguro e cruel conhecido. Escolhi os altos e baixos, em vez da “estável” linha recta ou da linha que muitos querem ver sempre só a subir (ou a descer…dependendo da perspectiva…). Escolhi dar valor ao que realmente importa. Escolhi, escolher-me. E saí. Com consciência, porém, de que, fazendo parte de uma sociedade, iria naturalmente continuar a fazer parte do sistema. No entanto, concluí que, pelo menos, poderia escolher de que forma queria continuar a fazer parte deste sistema. E num dos principais centros e focos do problema, escolhi que não. E sorrio ao ouvir o Eduardo dizer as mesmas ou semelhantes palavras que digo tão frequentemente aos meus clientes: nós não mudamos O Mundo, mudamos o Nosso Mundo. E mudando o nosso mundo, estamos a melhor o mundo. É o efeito onda, é o efeito “impacto” que já aqui falei noutro artigo, o impacto da pedra que cai no lago e vai gerando pequenos círculos e ondas que se vão estendendo, alargando, chegando cada vez mais longe… Sim. Escolhi viver alinhada com a minha essência, meu coração, meus valores, meu carácter. Mas surpresa para alguns será dizer-vos, que foi durante o tempo que vivi e trabalhei na Banca, que mais de mim descobri e evoluí. Não foi nos cursos de desenvolvimento pessoal, nos livros que li ou retiros que participei. Foi no centro do problema que mais cresci e mais me defini. Pois ali, diariamente era confrontada com modelos, atitudes, condutas, regras, carácteres, objectivos, interesses, ambições, com as quais não me identificava. E começaram cada vez mais a chocar, dentro de mim. Fizeram-me questionar, muita coisa. Levantando muitas dúvidas, sobre mim mesma, sobre a vida, sobre as pessoas, sobre o sistema. E fui encontrando algumas respostas para muitas das questões que colocava; outras, nem por isso… e talvez nunca saiba verdadeiramente responder. Fui encontrando algumas certezas no meio de tanta dúvida. As certezas, estas, eram – e são – sobre mim mesma. E sobre a forma como me identificava ou não, com tudo aquilo. Comprei muitas guerras e discussões ao recusar participar em algumas coisas e fazer frente a outras tantas. Talvez algum colega ou chefe meu agora me leia e esboce um leve sorriso malandro ou talvez arregale os olhos, ao recordar alguns episódios. Não tenho a solução para o mundo, nem tenho essa ambição com consciência das minhas limitações e conhecimentos. Não irei ajudar 100% das pessoas e novamente, não tenho essa ambição, pois se o tivesse, alguma coisa de muito errado estaria a fazer. E muitas dificuldades vou encontrando pelo caminho. Muitos desafios. Porque escolher não compactuar com muitas coisas, tem o seu preço. Escolher ser coerente e firme na sua conduta, tem outro preço. Escolher viver alinhada com certos valores que não são, infelizmente, os que comandam a sociedade nem o mundo, tem um outro preço. Escolher ser diferente, no meio de tanta “normalidade”, tem outro e muitas vezes, um elevado preço. Muitas vezes ouvi esta frase: “tu não és normal”. Ao que eu respondia (muitas vezes apenas interiormente): “Tudo depende do conceito de normalidade de cada um. Para mim, nada disto é normal. Não pode ser. E se é, viva a loucura e anormalidade.” Confesso que sinto, algumas vezes, que vivo em constante “batalha” interior. Pois se por um lado não consigo conceber, aceitar e compactuar com tantas coisas neste mundo e tal me destabiliza e revolta; por outro, é tentar sempre fazer o esforço de estar alinhada com os meus princípios e valores. Sim, porque sou como os demais… sou humana. E também me emociono, também me entristeço e tantas vezes me revolto. Não consigo compreender as diferenças incríveis deste mundo, onde o rico cada vez é mais rico e o pobre cada vez é mais pobre. Não consigo compreender a crueldade do Ser Humano, em tantos dos seus actos. Não consigo compreender como há pessoas no mundo, que fazem o que fazem, e conseguem, dormir descansadas de noite. Não compreendo como a quantidade é mais importante que a qualidade; como as palavras podem ser tão manipuladoras e como o Ser Humano pode ser tão manipulado (e manipulador!). Não consigo compreender nem aceitar que o dinheiro e o poder de alguns, seja mais importante que as vidas humanas. Não consigo compreender a falta de Humanidade. E se tenho a solução para tudo isto? Claro que não. No entanto, não deixo de o observar, reflectir e sentir. E vou fazendo as minhas pequenas escolhas, que possam fazer de mim um melhor Ser Humano, de forma a melhorar o meu próprio pequeno mundo, para que assim possa influenciar e contribuir, positivamente, para o mundo de outro alguém. Às vezes apetece mesmo “vomitar” cá para fora toda a revolta, desigualdade, crueldade, desumanidade, mentira e tristeza que vejo no mundo. Mas depois páro e reflicto, sobre que bem isso poderá trazer, a mim ou a outro alguém? Nenhum. Só irei atiçar mais os lobos. Então escolho o que fazer com tudo o que sinto. Como também já aqui o disse em outros artigos, o que fazemos com as nossas crenças, emoções e reacções, é que constitui, ou problema ou a solução. Perguntaram ao Dalai Lama “Como consegue continuar a fazer e a ser, tudo aquilo que faz e é, com tudo aquilo que já lhe aconteceu e lhe fizeram?” Ao que Dalai Lama respondeu: “Continuando a ser fiel ao meu princípio e conduta da “não violência”. Regressando à maravilhosa frase do Eduardo… E se eu fosse hoje, iria de sorriso rasgado… tendo absorvido cada experiência e vivido intensamente cada desafio… levando assim, cada “tudo” que a vida me tem oferecido, até então… Recentemente alguém me disse: “tu nunca vais ser rica”. De bens materiais? Muito provavelmente. Mas de carácter e de coração? Ah, vivo para acumular esse tesouro, essa “prata e ouro”, todos dentro do meu coração! Não levamos connosco a casa, o carro, o emprego, os títulos, diplomas e certificados, nem mesmo os amigos ou a família... Tudo isso nos pode ajudar a viver melhor esta jornada, é certo, com mais preenchimento e com aquilo que o Ser Humano tanto necessita: as relações e conexões. Talvez nos ajude a construir mais memórias e a ter mais experiências também. No entanto, connosco, o que vai, são mesmo apenas essas lembranças, as memórias, a experiência, todos os sentires, a sabedoria alcançada… de resto, tudo fica. Levamos o tanto que conseguirmos encher o nosso coração. E recordo assim as minhas próprias experiências vividas, as emoções sentidas e as conquistas alcançadas. Recordo as aventuras de adolescência, muitas pela natureza e outras tantas pelo bairro alto fora. Recordo as cantorias em grupo, nas maravilhosas noites de luar. Recordo as paixões, as amizades, as relações, as conexões. Recordo os momentos desafiantes e de adrenalina, os jogos de capoeira, os concertos, os mergulhos, as viagens. Recordo os sorrisos e também as lágrimas. Recordo as conquistas. Recordo as primeiras consultas que dei, os primeiros workshops que preparei e os primeiros retiros que criei. Recordo os meses e meses que me dediquei a preparar, cada detalhe, cada exercício, cada momento, cada banda sonora, de cada Retiro meu. Recordo a emoção pura de conexão com cada retiro que concretizo. Recordo o quanto consegui alcançar e criar, sem nunca ninguém prejudicar. O quanto aprendi sozinha. O quanto me esforcei e o quanto alcancei. Se é muito? Para muitos, não, é pouco ou nada. Se pode ser mais? Pode, claro, pode sempre ser mais. Mas não deixa de ser, para mim, imenso, no actual momento. Recordo os momentos que usufruí a dançar como se ninguém estivesse a ver e outros a cantar como se ninguém estivesse a ouvir… E recordando tudo isto, como sempre, emociono-me. O meu coração transborda e os meus lábios automaticamente se esticam num rasgado e sentido sorriso, ao recordar tantas experiências e emoções vividas. Emoções. Experiências. Sensações. Aprendizagem. Coragem. Amor. Respeito. Coerência. Integridade. Honestidade. Verdade. Compaixão. Paz! Tudo o que eu puder levar!!! Se já vivi tudo? Não, claro que não, espero! Se não há muito mais que possa fazer, ser, sentir, experimentar, aprender? Sim, claro que sim, haverá sempre! No entanto, tanto me alegra e emociona, saber-me assim de coração sereno e tão cheio, recordando tudo o que já daqui levo! Ana Sofia Rodrigues ® ©Todos os direitos reservados
1 Comment
José
21/7/2020 10:29:17 pm
Tu és daquelas (poucas) pessoas que eu conheço, a quem costumo dizer que "já passaram de nível", como se de um video-jogo se tratasse !
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