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Em plenas condições, ele traduz boa capacidade de estudo e concentração, boa memória, inteligência. Em estado debilitado, verifica-se o oposto...há dificuldade de concentração, falta de memória, pensamento excessivo ou obsessivo, o "ruminar"....
Tanto o excesso de pensamento / preocupação pode levar a lesões da energia do Baço gerando assim sintomas físicos tais como problemas digestivos e intestinais, como o inverso pode acontecer - a debilidade deste órgão pode levar a dificuldades mentais (como as referidas anteriormente). Verifica-se ainda uma ligação muito íntima do pensamento com o nosso estado quer emocional quer mesmo físico. Vivemos constantemente no passado ou no futuro, assoberbados de pensamentos muitas vezes negativos e envolvidos por medo. Re-eduque o seu pensamento... Pensamentos geram emoções...Emoções geram manifestações... E cuide do seu Baço. Ana Sofia Rodrigues © Todos os direitos reservados
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A Dor é uma das queixas principais da população em geral e daqueles que recorrem à Medicina Chinesa. É importante diferenciar e caracterizar a dor tendo em consideração vários factores tais como: factores agravantes, ou que melhoram a condição dolorosa, o tipo de dor, se irradia ou é localizada, a antiguidade da sintomatologia, sintomas associados, entre outros. Não descuidando nem esquecendo naturalmente a anatomia do corpo humano, possíveis sequelas de traumatismos, questões fisiológicas ou de biomecânica que possam estar inerentes ao aparecimento da dor, é igualmente necessário ter em consideração o aspecto fundamental no qual assenta a visão do universo e do Ser Humano – o Holismo. Esta “ideia” diz-nos que somos um Todo: Corpo-Mente-Espírito, e desta forma, como muitas vezes é verificado, as dores revelam-se como manifestações físicas de estados emocionais ou mentais alterados ou em desequilíbrio. Segundo o estudo das emoções à luz da Medicina Tradicional Chinesa, tal pode ser explicado pelo movimento do Qi (energia) implícito nas próprias emoções. A raiva e irritabilidade por exemplo, contraem o Qi, gerando tensão muitas vezes manifestada por patologia tendino-muscular. Outra explicação relaciona-se com a associação de cada órgão a uma emoção, bem como a sentidos e áreas do corpo. Outro exemplo pode ser dado com as típicas dores de tensão nos ombros e pescoço - despistando se as mesmas derivam de más posturas ou outro tipo de lesões, estas podem também estar associadas ao excesso de stress e preocupação (e com frequência, derivam de ambos os quadros). É assim fundamental definir e caracterizar o tipo de dor e a sua causa, de forma a actuar não só no sintoma / manifestação, mas também na sua origem, constatando muitas vezes que algumas dores não são mais do que manifestações físicas de desordens emocionais ou mentais, de situações por resolver ou emoções “mal digeridas” ou que perpetuam no tempo e neste caso, no corpo. Não ignore o seu corpo, ele fala consigo. ©Ana Sofia Rodrigues Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), cada emoção está relacionada com um órgão e por sua vez, relacionada com várias manifestações sintomáticas reflexas no corpo humano.
Vários estudos e a experiência milenar desta Medicina, comprovam a eficácia da acupunctura no tratamento de distúrbios e doenças psico-emocionais.. A título das várias curiosidades aqui partilhadas sobre a sabedoria milenar desta Medicina, vamos neste artigo mencionar as principais emoções e órgãos e respectivas manifestações: Raiva: inclui fúria, ressentimento, irritabilidade, ódio, amargura. Afecta o Fígado, sendo este o órgão responsável pela “gestão” das emoções e do “livre fluir do Qi” (energia). Estas emoções prolongadas causam Estagnação da Energia do Fígado, podendo levar a várias manifestações físicas como dores tendino-musculares, tonturas, cefaleias ou enxaquecas, ansiedade, depressão, entre outras. Alegria: alegria excessiva, um estado não natural e saudável mas sim de excitação extrema, euforia patológica, pode lesar o Coração, levando a vários sintomas físicos como dores de cabeça, palpitações, ansiedade, entre outras. O Coração é ainda um órgão "central" neste campo, sempre afectado pelos vários estados emocionais. Tristeza: debilita o Pulmão, sendo este o Órgão responsável por governar o Qi (energia) e debilitado, pode levar a surgimento de dispneia, tosse, asma, cansaço, suores espontâneos, depressões, entre outras. Preocupação: pensar demais, estudo excessivo, preocupação constante, são pensamentos e emoções que lesam a energia do Baço. Resultado em manifestação física pode levar a cansaço, diarreias, edemas, problemas digestivos, entre outras. Medo: esta emoção está relacionada com os Rins, morada da nossa energia vital. Pessoas que vivam com constante medo e sobre a pressão desta emoção, podem desenvolver lombalgias, debilidade nos joelhos e pernas, problemas urinários e/ou auditivos, etc. ©Ana Sofia Rodrigues Necessitamos de parar, sentir e escutar o corpo… O corpo fala-nos… Reflecte em nós, as nossas emoções e pensamentos, preocupações e desgastes físicos diários… Tensões acumuladas, muitas vezes ao longo de muitos anos… Inserida no âmbito da Medicina Chinesa, composta por sequências de exercícios fluidos e suaves, esta prática terapêutica conta com inúmeras vantagens e benefícios, quando praticada com regularidade, tais como a melhoria ao nível da concentração e memória, melhorias na qualidade do sono, melhor postura e tonicidade dos músculos, relaxamento e serenidade, melhorias na respiração, reforço ósseo e articular, entre outras. …Mas afinal o que é isto do Qigong (leia-se Chi Kung)…? Tenho observado várias reacções semelhantes, de várias pessoas diferentes, ao saber da existência desta prática… Costumo dizer em tom de brincadeira que o Qigong “Primeiro estranha-se, depois entranha-se!”… Ao observarmos os movimentos desta prática, percebemos imediatamente neles uma fluidez e suavidade constante…movimentos lentos e fluidos, que podem no entanto “assustar” algumas pessoas que habitualmente se consideram muito activas e não se imaginam de forma alguma a fazer aquele tipo de movimento por ser tão lento e suave. No entanto, é observável a surpresa em muitas dessas pessoas, que ao experimentarem, encontram uma forma de acalmar o corpo e a mente, não fosse esse um dos objectivos do Chi Kung, entre muitos outros. A prática de Chi Kung vai ajudar a acalmar, a “enraizar”, a sentir, a respirar, a equilibrar…Tal como os outros métodos terapêuticos da MTC, também o Qigong tem como objectivo restabelecer a harmonia e equilíbrio no Ser Humano, quer ao nível físico, emocional ou espiritual. Nas aulas, aprendemos auto-massagem e vários dos referidos exercícios com foco na postura, na respiração, na ligação à Terra e ao Céu e também na percepção energética que é alcançada com a respectiva prática. O convite que normalmente faço nestas aulas é um apenas: Estarem no Aqui e no Agora e usufruírem da prática por e para si mesmos! Para mim e na minha experiência, é aqui que reside um dos iniciais e melhores benefícios das aulas, pois no dia-a-dia atribulado que vivemos, é difícil (e até raro) conseguirmos parar e ter tempo para viver o momento, concentrando energia para esse momento - e naturalmente para o momento seguinte. É difícil parar…e muito mais a mente! Os pensamentos surgem…e deixamos estes surgirem na mesma, simplesmente não os “agarramos”… Libertamo-nos deles, deixando-os fluir… Para isto as aulas são guiadas nos respectivos exercícios, demonstrando várias formas de se concentrarem no momento, quer pela execução do próprio movimento em si, quer pela atenção na respiração, quer por visualizações e intenções guiadas. Numa prática inicial, é possível também que se sintam tensões no corpo…e aqui está uma óptima ferramenta para nos observarmos, sentirmos o que o nosso corpo nos diz…as tensões normalmente manifestam-se onde existem ” bloqueios” de energia e é na frequência da prática que estes se dissolvem, permitindo ao corpo restabelecer o fluxo de energia e sangue. Os conceitos e objectivos do Qigong são também muito mais abrangentes do que aqui faço referência e existem diferentes Sistemas (conjuntos e sequências de exercícios) direccionados para diferentes objectivos terapêuticos (quer para o tratamento de doenças específicas, sejam estas físicas ou psico-emocionais, quer numa vertente mais espiritual). Este artigo serve apenas para elucidar algumas questões práticas e reacções verificadas inerentes ao Qigong. O melhor, é sem dúvida experimentar e comprovarem por si mesmos os benefícios da prática – a qual, à semelhança de qualquer outra prática ou terapêutica, deverá ser regular para alcançar os efeitos e resultados desejados. Ana Sofia Rodrigues
articulações, sendo a manifestação da dor mais comum e frequente, a dor lombar e/ou sacro-lombar, afectando cerca de 75% dos casos com comum a irradiação da dor para a parte posterior das coxas e pernas. A dor agrava com repouso e melhora com actividade física e pode ainda se manifestar mais frequentemente pela manhã, acordando mesmo a pessoa. Outros sintomas comuns associados a pessoas com EA são a inflamação ocular (uveite) presente em cerca de 20 a 30% dos casos, e astenia generalizada. (…) A idade habitual dos primeiros sintomas é entre a segunda e terceira década de vida e afecta mais Homens do que Mulheres. As causas desta doença são desconhecidas, no entanto considera-se a hereditariedade e genética. Estudos revelam que as pessoas com o marcador anti génio HLA-B27 têm maior predisposição para a doença. O tratamento, consiste em aliviar a dor e inflamações, de modo a contribuir para melhorar a mobilidade articular do paciente. Os vários tratamentos possíveis incluem exercício, reabilitação postural, massagens, medicação como anti-inflamatórios e injecções locais para alívio da dor. Uma das categorizações para a EA em Medicina Chinesa é a limitação óssea e dolorosa - Painful Bone Impediment. São métodos fundamentais para um tratamento com eficácia na EA, a Acupunctura, na qual são utilizados pontos dos Meridianos da área da Coluna Vertebral, e também a aplicação de Moxabustão (a qual pode ser utilizada sob a forma de aplicação de Moxa em agulha quente ou por aplicação de lâmpada TDP) – de modo a aquecer meridianos, aliviar a dor e aumentar o efeito de melhorar a circulação do Qi. Também a Massagem Tuina colabora eficazmente no relaxamento muscular e alívio das tensões, proporcionando assim uma melhoria considerável na respectiva sintomatologia. Num Estudo Pré-Experimental que realizei há uns anos, para avaliar a dor e quais os resultados da intervenção da Medicina Chinesa nesta doença, foi possível verificar os efeitos positivos dos respectivos tratamentos nos casos da Espondilite Anquilosante. Os pacientes foram alvo de apenas três sessões semanais, que incluíam as técnicas terapêuticas da Acupunctura, MassagemTuina e aplicação de Lâmpada TDP. O nível de dor foi medido através da Escala EVA (0 a 10, sendo 0 sem dor e 10 dor muito intensa e grave), em que cada paciente classificou o seu nível de dor. A observação inicial demonstrava que esse nível de dor se encontrava entre 8 e 7. Tendo-se verificado redução dos níveis logo após a primeira sessão, todos os pacientes terminaram as três sessões com os níveis de dor classificados entre 0 e 3. Para além das melhorias consideráveis ao nível da dor, alguns pacientes beneficiaram também de outros efeitos positivos como a melhoria da qualidade do sono, por alívio das dores diárias que até então se manifestavam mesmo em repouso e pelo respectivo relaxamento muscular. Ana Sofia Rodrigues Pensamentos geram emoções, emoções geram sensações, e as sensações manifestam-se fisicamente. E manifestam-se das mais variadas formas, quer ao nível de comportamento, quer através de sintomas e doenças. Para quem trabalha em clínica, frequentemente verifica a causa de determinada manifestação, dor ou doença, ser de origem emocional – ora disputada por certa situação emocional, ora por acumulo e prolongamento de emoções.
As emoções são processos naturais no ser humano mas podem-se tornar “tóxicas”, quando prolongadas, acumuladas ou não “digeridas”. Por exemplo, irritamos-nos frequentemente com determinadas situações e sob o stress e tensão do dia-a-dia. No entanto, algumas pessoas não expressam a sua irritabilidade, contêm-na. E contêm-na vezes sem conta, acumulando tudo lá num cantinho escondido no nosso organismo, no coração, na mente, no corpo físico e emocional. Ao falarmos em expressar a sua irritabilidade, naturalmente não queremos incentivar ninguém a “explodir”, existem muitas formas de nos expressarmos, de nos libertarmos e de cada um lidar com as suas emoções. Como terapeuta de medicina tradicional chinesa, costumo dar uma imagem da rotina diária para reflectir o nosso corpo físico e emocional: Imagine aquela gaveta onde guardamos as nossas meias e roupa interior, aqueles “pedaços” de roupa tão pequenos mas que necessitamos diariamente. Pois todos os anos compramos mais umas meias, depois umas cuecas, e depois mais umas meias…. E ano após ano se repete a aquisição de algo que faz parte das nossas necessidades e protecções intimas. O único problema é que vamos comprando, acumulando, enchendo a gaveta e há um dia que dizemos “Ops!!! Já não fecha!?!?” Mas porque nos esquecemos de reciclar, de deitar fora o que já não faz falta, de libertar o velho para dar lugar ao novo? Assim o é com as nossas memórias físicas e emocionais. Neste sentido, torna-se curioso, observar que a maioria das pessoas revela problemas de estômago ou problemas intestinais, quando passa por alguma tensão ou stress emocional. Como se não “digeríssemos” os acontecimentos, as emoções, os pensamentos. (Sim, porque não digerimos só alimentos, digerimos também emoções!). Se pensarmos bem no processo digestivo e na sua continuidade (intestinos e excreção), de certa forma o mesmo acontece (ou deveria acontecer) com os nossos pensamentos e emoções. Ingerimos os alimentos, o processo digestivo acontece, é separado o puro do impuro (transformação dos nutrientes dos alimentos em energia e sangue distribuídos para todo o corpo). O impuro é enviado aos intestinos para posterior excreção – do que não faz falta. No campo das emoções e pensamentos, uma boa parte das emoções acontece por estímulos externos e outra boa parte por ser gerada através dos pensamentos; a nossa mente tem a capacidade de gerar histórias e conflitos, sempre a ”pré-ocupar-se” e elaborando maquiavélicos filmes sobre o que foi ou o que será (e com pouca frequência sobre o que é!); esses pensamentos geram emoções, como é o caso da preocupação constante que nos ocupa a mente e gera ansiedade, ou a tensão e exigência constante da nossa mente que nos gera tensão emocional e física. Quanto às emoções geradas por estímulos, como por exemplo, irritarmos-nos com alguém ou sentirmos-nos magoados por alguma atitude de alguém, estas também podem gerar manifestações físicas, não só emocionais, caso não sejam “digeridas”. Quantas vezes ficamos presos a acontecimentos que nos geraram tais emoções? Remoemos vezes sem fim determinado acontecimento que nos gerou raiva, irritabilidade, tristeza, injustiça, etc. Ao retermos esses sentimentos, não os libertamos, não os digerimos e não os “excretamos”. Muitas vezes estamos a conter emoções, histórias, crenças, padrões, pensamentos, que simplesmente, já não fazem falta, já passaram, são para libertar, para “excretar”. O estômago é assim muitas vezes associado a questões emocionais que temos de certa forma de "digerir", bem como o intestino, libertando o que já não nos faz falta. De acordo com a medicina tradicional chinesa (MTC), cada órgão representa todo um sistema global que integra vários aspectos tais como relação com sentidos, tecidos, áreas do corpo, emoções. Os dois órgãos maioritariamente associados ao processo digestivo na medicina chinesa são o estômago e o baço. Este último transforma os nutrientes dos alimentos que ingerimos em energia e sangue, transportando-o para todas as áreas necessárias do nosso corpo. É também o baço que gere o nosso pensamento e capacidade de estudo, memória e concentração, pelo que o excesso de pensamento e actividade mental pode lesar a energia deste órgão, dificultando por consequência a digestão. Assim, este órgão em equilíbrio facilita o processo digestivo bem como a boa capacidade de pensar, estudar, concentrar e memorizar. Podemos verificar então que um dos principais órgãos associados à digestão é também aquele que gere o pensamento. A visão holística da medicina chinesa sobre o corpo humano, dá particular atenção às emoções e suas relações com corpo físico. As cinco principais emoções na medicina chinesa associada aos órgãos são: a alegria (associada ao coração), pensamento (associada ao baço), tristeza (associada ao pulmão), medo (associado ao rim) e raiva (associada ao fígado). As desordens emocionais podem assim lesar os órgãos correspondentes. Por exemplo, uma tristeza prolongada pode afectar o pulmão e suas funções; tal como preocupação constante pode lesar a energia do baço, como foi anteriormente dito. Tanto a desordem da emoção pode afectar o órgão associado como o inverso pode também acontecer (desordem do órgão levar ao desenvolvimento da emoção associada). E para além desta relação directa emoção-órgão, o nosso organismo e corpo humano, qualquer órgão, pode ser facilmente afectado por stress emocional. O grande gestor das nossas emoções é o fígado. É ele o responsável por facilitar a circulação energética do nosso corpo, sem a qual não seria possível realizar-se o processo digestivo por exemplo. Quando há stress emocional no indivíduo temos normalmente a energia do fígado envolvida e afectada, a qual pode gerar tensão física e outros sintomas, bem como frequentemente afectar as funções digestivas. A medicina tradicional chinesa, munida da compreensão das leis naturais do universo e do conceito do holismo, ajuda-nos a compreender estes processos, observando o ser humano como um todo – mente, corpo, espírito. Reunindo métodos terapêuticos como a acupunctura capazes de restabelecer estes desequilíbrios energéticos, sintomas digestivos entre muitos outros. A MTC visa retornar ao equilíbrio do corpo e também da mente, uma vez que estes não se separam e se influenciam mutuamente. Através da inserção em pontos específicos no corpo humano, a acupunctura acalma a mente e o espírito, resolvendo a estagnação, acalmando a energia do fígado e aliviando os sintomas digestivos de manifestação. Existem ainda várias técnicas que têm vindo a demonstrar ser eficazes para a digestão e desbloqueios emocionais. Embora existam várias ferramentas terapêuticas ao dispor do público e qualquer indivíduo que procure a MTC possa beneficiar dos seus efeitos, o processo “digestivo” passa também muito por reeducar a mente, ter consciência das nossas emoções, voltar a aprender a reconhecê-las, aceitá-las, digeri-las e libertá-las. Ana Sofia Rodrigues O tema da alimentação à luz da Medicina Tradicional Chinesa é tão abrangente e complexo quanto maravilhoso!
Uma correta alimentação não diz respeito apenas aos alimentos ingeridos. Naturalmente esse é um dos principais aspectos, mas não só. Quantas vezes se alimenta por dia? Quantas horas fica sem comer? Toma o pequeno-almoço ou fica em jejum até ao almoço? Que variedade existe nas suas refeições e alimentação diária? Qual a qualidade dos alimentos que escolhe? Como cozinha os alimentos? E o seu “ritual” de refeições, existe? Ou seja, faz uma pausa para comer ou come em 5 minutos ao computador para não interromper o trabalho? Estas e muitas outras questões são tidas em consideração. É fundamental parar enquanto almoça ou para qualquer outra refeição. Encontrar momentos de tranquilidade e mastigar bem os alimentos, o que activa os principais meridianos e órgãos envolvidos na digestão. É também importante variar os alimentos ingeridos pois qualquer alimento por mais benéfico que seja, se ingerido em excesso poderá vir a ser prejudicial. A título de exemplo, o excesso de alimentos quentes e picantes podem lesar os líquidos orgânicos do corpo, gerando calor e secura, originando por sua vez muitos outros sintomas. A Dietética Chinesa tem em conta a variedade, qualidade e quantidade dos alimentos. “Comer de tudo um pouco, na qualidade e quantidade certa” é uma das referências. Outro ditado que frequentemente se utiliza para ilustrar a importância da alimentação é “Tomar o pequeno-almoço como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo”. Infelizmente nos dias de hoje estes aspetos não são tidos em conta, gerando uma debilidade energética geral nos indivíduos desta sociedade. Uma boa parte das pessoas come pouco e mal ao longo do dia e depois come demais à noite, invertendo o que é aconselhado e benéfico num regime alimentar diário. Vivemos tempos difíceis, de stress e de correrias, dificuldades económicas e também de prioridades trocadas. Mas saiba que é dos alimentos que se gera grande parte de toda a sua energia. A Medicina Tradicional Chinesa vai ainda mais longe, analisando cada alimento na sua temperatura, sabor e tropismo. Necessitando para o efeito de reconhecer o padrão clínico de cada um, é tomando consciência deste que se faz a melhor escolha sobre quais os melhores alimentos para cada pessoa. Um determinado alimento pode ser extremamente benéfico para uma pessoa e muito prejudicial para outra. Nas minhas consultas não prescrevo dietas rígidas mas sim aconselho os alimentos a substituir pelos alimentos prejudiciais presentes na dieta da pessoa. Dou também o “retorno” dos alimentos adequados a cada caso em particular. Costumo chamar a este processo de “Consciência Alimentar”. Por exemplo, o gengibre é bem conhecido pelas suas propriedades terapêuticas que vão desde facilitar a digestão ao tratamento de constipações. No entanto, para uma pessoa com muito “calor interno” este alimento pode agravar alguns sintomas e ser mesmo prejudicial. Por “calor interno” pode-se exemplificar por uma pessoa com muita sede e preferência por bebidas frias e frescas, fome voraz, tendência para herpes labial, aftas ou erosão da mucosa bocal, sensação de calor na cara ou outras partes do corpo, irritabilidade, entre outros sintomas. O mesmo se aplica aos picantes-quentes (estes também devem ser evitados por este tipo de indivíduos). Da mesma forma que uma pessoa com tendência a mucosidades, (sejam elas ao nível respiratório, gástrico ou de outro sistema do corpo), deverá evitar o consumo de lacticínios, doces e farináceos pois estes alimentos irão agravar a sua condição. Já é conhecido o tema do leite ser prejudicial, mas falo ainda mais além do leite. Aqui se enquadram alguns casos de sinusite e rinite, bem como várias desordens do aparelho digestivo e intestinal. Estes e outros aspectos são avaliados numa consulta de modo a aconselhar a retirada ou inclusão de alguns alimentos na rotina diária. Muitas vezes é necessário a (re)educação da questão alimentar na maioria das pessoas que me procura em clínica. É também uma questão cultural que deve ser abordada com compreensão e sugerir alternativas saudáveis que incluem não só o tipo de alimentos mas todos os aspectos anteriormente identificados. “Somos o que comemos” Ana Sofia Rodrigues® © Todos os direitos reservados As Cefaleias e Enxaquecas são sintomas e queixas muito comuns na nossa sociedade, afectando cerca de um milhão de Portugueses, com maior incidência na população adulta e do género feminino. Existem diferentes tipos de Cefaleias e estas podem estar associadas a diferentes causas. As Cefaleias de Tensão estão mais associadas ao stress e à ansiedade, ocorrem mais no final do dia e a dor é normalmente leve a moderada. Já as Nevralgias são mais incómodas e persistentes, afectando a região malar, frontal, ocular e temporal. A dor pode ser intensa e muito forte e pode mesmo afectar o quotidiano da pessoa (exemplo são as Nevralgias do Trigémio, que ocorrem por inflamação do nervo ou por vírus). As Enxaquecas afectam no geral mais a população feminina e por norma são desencadeadas por estímulos, como por exemplo a menstruação, o stress, ingestão de álcool, ou ingestão de certos alimentos como o chocolate e citrinos). A dor pode ser de moderada a severa e podem ocorrer outros sintomas tais como náuseas, vómitos ou mau-estar geral. Embora episódica, a enxaqueca é recorrente e tende a ser crónica se não tratada. Na Medicina Chinesa, a Enxaqueca (e outras Cefaleias) são igualmente diferenciadas pelos seus factores de manifestação, factores desencadeantes ou agravantes, bem como pelos sinais e sintomas associados. Um padrão comum das enxaquecas em clínica, está associado à estagnação da energia do Fígado e ocorre associada à menstruação – já que este é o órgão responsável pela distribuição do sangue menstrual. A Medicina Chinesa recorre assim aos seus métodos naturais terapêuticos para regular a energia do Fígado, aliviando a dor e tratando a respectiva causa. Para além da Acupunctura, pode ser sugerido a retirada de alguns alimentos que se verifiquem ser o estímulo que desencadeia a dor ou também prescrita alguma combinação de plantas terapêuticas para complementar a terapêutica. As dores de cabeça são ainda diferenciadas pela sua localização, uma vez que tal corresponde a um determinado nível energético e por sua vez a determinado órgão ou órgãos que se encontrem afetados, facilitando assim o diagnóstico e respetiva estratégica terapêutica a ser utilizada pelo Especialista de Medicina Chinesa. A explicação seguinte corresponde a tal diferenciação, conforme ilustrado na imagem. - Tai Yang (área occipital): muitas vezes associada a cervicalgias e problemas de coluna ou associada também a constipações e gripes; - Yang Ming (área frontal): problemas e desordens de Estômago ou Intestinos, tais como dificuldades digestivas, gastrites, azia, refluxo, entre outras; - ShaoYang (área lateral / fontes): associação a desordens menstruais ou emocionais; desordens associadas à Vesícula (e por afinidade, ao Fígado); muitas vezes a dor é acompanhada de sensação de latejar; - Tai Yin (área medial): sensação de pressão e peso frequente e muitas vezes associado a humidades e mucosidades, podendo existir sintomas de alterações respiratórias ou digestivas; - Shao Yin (área medial): pode estar associada a problemas do sistema nervoso ou cardiovascular, tal como ansiedade, medo e palpitações; sensação comum de distensão ou subida; - Jue Yin (vértice): esta área corresponde ao Fígado e encontra-se muitas vezes associada a distúrbios menstruais e/ou emocionais. De referir que o anteriormente descrito é apenas exemplo e indicativo, devendo ser elaborado o respectivo diagnóstico pelo Especialista, de modo a identificar qual a desordem no organismo e escolher o tratamento adequado a cada caso. ©Ana Sofia Rodrigues Depressão ou Infelicidade? Depressão ou Solidão? Depressão ou incompreensão? Depressão ou resistência à mudança? Deparo-me constantemente com pessoas medicadas com antidepressivos sem nunca lhes ter sido perguntado sequer porque estavam tristes. Muitas delas até me dizem que nunca estiveram propriamente tristes, mas sim sem forças. É de facto um dos sintomas ou sinais inerentes ao diagnóstico de depressão: a falta de vontade e apatia, perda de interesse em realizar certas tarefas (que no passado eram prazerosas). Mas é necessário muito mais do que isto para se estabelecer um diagnóstico de depressão e acima de tudo, ser prescrito medicação nesse sentido. Nos actuais dias que vivemos facilmente um adulto pode chegar a um momento cansado, esgotado, sem forças, sem vontade – ninguém pára, não se respira, não se contempla, mal se convive, tanto se trabalha e esquecemo-nos de nós próprios...todo o santo dia! Vivemos dias tão conturbados que os próprios médicos, com o tempo de consulta contado, mal olham para o paciente e procuram a causa de determinadas queixas. Isso leva-nos a um facilitismo e banalidade tal, tanto na própria queixa como no respectivo diagnóstico de ansiedades, depressões e outras patologias do foro nervoso, mental ou emocional. Esta é também uma questão cultural em que nos habituamos a “resolver” tudo com um comprimido. Acontece que, na maioria das vezes, o comprimido nada resolve…apenas “anestesia” e “esconde” a origem dos sintomas que se manifestam… Na minha opinião terapêutica, mais importante que tudo é questionar o porquê de tal estado de espírito! É observar, sentir, ouvir quem nos procura. Não me canso de dizer que somos um todo – corpo-mente-espírito – e o corpo físico reage à forma como vivemos, como reagimos, como interagimos, como “digerimos” coisas, acontecimentos e emoções. Muitas vezes a pessoa simplesmente nunca chorou uma situação dolorosa vivida no passado como por exemplo nunca tenha feito um luto de algum ente querido perdido. Ou talvez se encontre a desempenhar o mais terrível e ingrato dos trabalhos diários para sobreviver. Talvez não durma bem porque teima em jantar muito tarde e nunca ninguém lhe explicou que a digestão vai interferir na qualidade do sono. Talvez se tenha esquecido do que gosta de fazer em função de desempenhar papéis necessários nesta sociedade. Mil respostas me ocorrem, juntamente com mil opções de ultrapassar esse estado – tudo isto antes de um diagnóstico de desordens mentais e/ou psicológicas ou mesmo de prescrição de medicação! Não estou contra nenhum sistema nem contra os médicos ou a medicação, compreendendo que em algum momento tudo isto pode ser necessário. No entanto, a prescrição e toma de anti-depressivos e ansiolítcos no nosso país tomou proporções avassaladoras – hoje em dia, muitos jovens e crianças já estão também medicados. Portugal está no topo da lista dos países de maior consumo destes medicamentos e de diagnósticos de ansiedade e depressão. É importante reflectir… As pessoas necessitam de ser mais ouvidas, sentidas, compreendidas e orientadas. Não necessitam propriamente de mais diagnósticos e medicamentos para camuflar sentimentos e adormecer emoções – até porque estas não desaparecem e ficam como que gravadas no nosso corpo físico, mental e emocional. ©Ana Sofia Rodrigues A Acupuntura é a técnica de inserção de agulhas filiformes no corpo, em pontos específicos reconhecidos pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC). É frequentemente associada a tratamentos de dor, no entanto é muito mais do que isso.
Hoje em dia esta técnica é praticada por diversos profissionais de outras áreas, os quais dispõem na sua maioria apenas do conhecimento do tratamento com agulhas em analgesia e associação dos pontos ao sistema muscular, ósseo e nervoso. No entanto, importante será referir e salientar que a Acupunctura é parte integrante da MTC, carecendo portanto de um vasto conhecimento e experiência sobre anatomia, meridianos, pontos de acupuntura e várias teorias subjacentes à utilização dos pontos adequados, para poder ser exercida. Por este mesmo motivo, a sua utilização e eficácia de resultados vai muito para além da dor. Esta técnica pode ser utilizada em inúmeras patologias dos vários sistemas do corpo humano como por exemplo em distúrbios de sono, ansiedade ou depressão, alterações do sistema gástrico ou intestinal (como exemplo gastrites, úlceras, diarreias, obstipação, doença de chrown e outras), desordens do aparelho respiratório (tais como tosse, asma, bronquite, constipações e gripes, entre outras) e muito mais. A sua utilização como ferramenta terapêutica é também indicada para recuperar ou manter equilíbrio geral do corpo bem como é muito benéfica usada como prevenção da doença ou na simples regulação do bem-estar. É um tratamento natural e muito eficaz praticado na china há milhares de anos. Os seus benefícios foram inclusivamente reconhecidos há vários anos pela própria OMS (Organização Mundial de Saúde) a qual publicou um artigo onde constam inúmeras patologias e quais os resultados obtidos no estudo efectuado. Artigo OMS: http://apps.who.int/medicinedocs/pdf/s4926e/s4926e.pdf O uso de plantas e ervas terapêuticas antecede a história humana escrita. É de facto admirável como a natureza nos providencia remédios naturais e tão eficazes, desde sempre.
Sabia que pode tratar uma infecção urinária recorrendo a um chá com duas ou três plantas apenas? Ou que pode ter o alívio imediato de sintomas como a azia? Ou mesmo que pode tratar uma constipação desta forma? O estudo das plantas à luz da Medicina Tradicional Chinesa vai muito além das propriedades das mesmas. Tal como nos alimentos, é tido em conta o sabor e temperatura da planta. Por temperatura não me refiro à forma de consumo da mesma, ou seja, se bebe por exemplo o chá quente ou frio. Todas as plantas têm uma natureza que vai de fria a quente. A título de exemplo, o alecrim é um excelente tónico de energia, fortalece o sistema digestivo e favorece a produção e circulação do sangue recomendado por isso em casos de fadiga, convalescença e anemia; no entanto, é de natureza morna podendo desta forma beneficiar qualquer pessoa que necessite de aumentar o seu calor interno, mas por outro lado, poderá prejudicar uma pessoa que tome esta planta em excesso tendo já por si só, um quadro clínico de calor apresentando sintomas como sede, obstipação, cara vermelha, entre outros. O aspecto aqui referido sobre quadros de “calor” ou “frio” é algo analisado também nesta Medicina, permitindo identificar padrões clínicos e as suas origens e como tal, permitindo também identificar quais as terapêuticas adequadas para cada caso. Naturalmente qualquer planta, por mais benéfica que seja, se tomada em excesso, poderá vir a ser prejudicial. O devido acompanhamento e aconselhamento profissional na sugestão de toma de plantas terapêuticas pode no entanto auxiliar o tratamento eficazmente em determinadas patologias, podendo mesmo substituir a toma de certos medicamento (colaborando desta forma para uma diminuição da intoxicação do organismo pela ingestão excessiva de químicos). Pequenos exemplos são problemas como as infecções urinárias, que facilmente se tratam com plantas como a uva-ursina, barbas-de-milho, pés-de-cereja ou cavalinha. Evitando assim o recurso constante a anti-bióticos, estas plantas são diuréticas e anti-sépticas e tratam os sintomas da infecção urinária, sendo que a cavalinha é ainda remineralizante, ou seja, repõe os minerais no organismo. Outro exemplo é o Tomilho. Planta benéfica para o Pulmão e problemas respiratórios, que pode ser consumida sobre a forma de condimento adicionando a especiaria às mais diversas refeições e alimentos, bem como sobre a forma de chá, infusão. Tem também propriedades digestivas. Esta planta pode ainda ser usada através de inalação dos seus vapores, favorecendo a limpeza das vias respiratórias congestionadas. O mundo das plantas medicinais e terapêuticas é imenso. E juntamente com os alimentos que escolhe para comer, algumas plantas deveriam fazer parte da sua farmácia natural em sua casa. Ana Sofia Rodrigues Síndrome do Canal Cárpico O que é? O Canal Cárpico é um espaço na face anterior do punho onde o nervo medial e vários tendões passam do antebraço para o punho. A condição conhecida por Síndrome do Canal Cárpico acontece quando ocorre compressão no nervo medial originando dor e dormência na mão e dedos, podendo mesmo afetar a condição motora e limitar alguns movimentos. Quais as Causas? As causas podem ser várias mas frequentemente se deve ao excesso de esforço produzido pelos flexores do antebraço, levando à tal compressão do nervo no túnel do canal cárpico. Movimentos repetidos com estes músculos em esforço irão causar tensão na respetiva área levando aos sintomas descritos anteriormente. Hoje em dia é comum quem utiliza computador e o rato diariamente desenvolver este problema. Como tratar? Na Medicina Convencional frequentemente é sugerida a cirurgia como tratamento. Na Medicina Natural e Chinesa, existem várias alternativas muito eficazes. A Acupuntura é sem dúvida uma delas – pela inserção de pontos específicos que se localizam não só na área afectada, mas ao longo de todo o trajecto do nervo mediano, antes e após o pulso, esta técnica permitirá não só aliviar a dor, como eliminar a dormência, descomprimindo o nervo em causa e desbloqueando todo o trajecto afectado. Aliado à Acupuntura é possível introduzir a Massagem Tuina para desbloqueio e relaxamento dos flexores que comprimem o nervo. Alguns alongamentos serão também benéficos e recomendados ao paciente. Sabia que... A cor dos alimentos tem associação a determinados órgãos e como tal beneficia os mesmos? Naturalmente que o estudo dos alimentos segundo a Dietética Chinesa vai muito além da classificação por cores. Existem vários aspectos e outras características que são consideradas tais como o sabor, a temperatura ou o tropismo do alimento. No entanto, este pequeno artigo foca apenas o aspecto da cor dos alimentos e respectivos benefícios. Aqui fica um breve resumo orientador: Alimentos vermelhos: Beneficiam o Coração - e o sangue (ex: mirtilos, amoras, ameixa vermelha, beterraba, etc) Alimentos brancos: Beneficiam o Pulmão (ex: pêra - branca por dentro - nabo, rábano, etc) Alimentos verdes: Beneficiam o Fígado (ex: espinafres, brócolos, couves, agrião, abacate, etc) Alimentos laranjas / amarelos: Beneficiam o Baço / Pâncreas / Estômago - e como tal, o sistema digestivo geral (ex: cenoura, batata doce, abóbora, papaia, etc) Alimentos cinza / pretos: Beneficiam o Rim e Bexiga (algas, feijão azuki, uvas, sementes sésamo pretas, etc) Desejos de pratos saudáveis e coloridos :) Ana Sofia Rodrigues De acordo com a Teoria dos 5 Elementos (ou Movimentos) da Medicina Tradicional Chinesa, o Fígado está associado ao Elemento Madeira e à Estação da Primavera. Esta estação simboliza o nascimento, o desabrochar das flores, a expansão, o início do movimento da energia Yang, em expansão. Por este motivo, é natural algumas pessoas nesta época se sentirem mais agitadas e muitas vezes com oscilação emocional e mesmo manifestação de alguns sintomas físicos. Segundo a MTC, o Fígado é o órgão responsável pela gestão das nossas emoções, sendo frequente encontramos a expressão de "livre fluir do qi (neste contexto, refere-se à energia do corpo) e das emoções" associado às funções do referido órgão. É este o órgão que facilita e gere assim, a circulação energética e emocional do Ser Humano. Quando a energia do Fígado se encontra afectada e/ou em desarmonia, pode dar origem a sintomas como: irritabilidade, raiva, tensão muscular, cãibras, opressão torácica, distúrbios menstruais nas mulheres, alterações visuais, entre outros. O Fígado já é, por si só, um órgão com energia Yang, pelo que nesta época da Primavera, a sua energia manifesta-se mais. A sua energia manifesta-se no sentido ascendente e por isso muitas vezes ocorrem sintomas como dor de cabeça lateral ou no vértice, enxaquecas ou subida da tensão arterial, com sensações de calor na cabeça. Entre as suas várias funções está também a associação aos músculos, ligamentos e tendões e ao armazenamento, regulação e distribuição do sangue (incluindo o menstrual). A importância do tratamento deste órgão e das suas manifestações, não diz respeito apenas a si mesmo e à sintomatologia anteriormente descrita. Os órgãos encontram-se ligados e relacionados entre si, afectando quer positiva quer negativamente (quando em desequilíbrio) uns aos outros. Um exemplo frequente é surgirem problemas digestivos por "agressão" do Fígado ao BaçoPancreas e Estômago (este conceito é explicado através do ciclo de dominação da Teoria dos 5 Elementos). São exemplos os sintomas de azia, eructações, dilatação abdominal, alterações intestinais, entre outros, normalmente associados a situações emocionais ou de stress. A Acupunctura é uma excelente ferramenta terapêutica para regular os distúrbios quer emocionais quer físicos, associados à sintomatologia do Fígado. Cuidados na dieta alimentar diária são também importantes para equilibrar os sintomas, evitando o excesso de alimentos e bebidas tais como: bebidas alcoólicas, café, açúcar branco, alimentos ácidos e alimentos picantes quentes. Existem plantas medicinais ocidentais de fácil acesso no mercado que contribuem também para uma limpeza do Fígado tais como o Dente-de-Leão. Trate do seu Fígado! Ana Sofia Rodrigues © Todos os direitos reservados Finalmente o inverno parece ter chegado. Com ele muitos sintomas e doenças tendem a manifestar-se. São exemplo as constipações e/ou dores do tipo ciática – uma vez que o frio contrai os tecidos e músculos, agravando a condição pré-existente.
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o Inverno é associado ao elemento Água, ao órgão Rim e à emoção Medo. É também a estação mais Yin de todas, simbolizando uma época de recolha, conservação, introspecção. É portanto natural que o Ser Humano se sinta mais introspectivo e recolhido. Reconhecendo a energia própria de cada estação podemos compreender melhor a nossa própria disposição. A natureza “fala-nos” espelhando estas e outras condições que podem ser também verificadas no próprio Ser Humano. Assim nos diz esta Medicina Milenar cuja observação das leis universais e da natureza, permitiu conhecer melhor o nosso corpo e respectivos comportamentos, bem como a predisposição para determinadas doenças ou sintomas e por consequência, os tratamentos mais adequados e eficazes. Esta época de frio e chuva pode agravar algumas condições como já referido. Muitas dores e desordens tendino-musculares ou mesmo patologias como artrites, podem agravar no inverno uma vez que o frio “contrai” e a humidade “pesa” e tende ainda a “estagnar” a circulação. Nestes casos é importante não só aliviar as dores, mas reforçar e aquecer as zonas e energia vital do corpo. Dos vários tratamentos em Medicina Chinesa, a acupunctura para regular os meridianos e aliviar as dores é frequentemente associada a fitoterapia e moxabustão para o aquecimento interno e tonificação dos órgãos / sistemas afectados. As constipações e gripes são também frequentes nesta época, principalmente se a pessoa já tiver alguma fragilidade no seu sistema defensivo e imunitário. Mais uma vez a Medicina Chinesa tem uma resposta rápida e eficaz para tais sintomas. Se tratado no primeiro ou segundo dia, apenas a acupuntura e ventosaterapia numa sessão serão suficientes para eliminar os sintomas gripais, evitando assim não só o agravamento da doença como a toma de medicação mais “agressiva” para o organismo. Ana Sofia Rodrigues © Todos os direitos reservados |
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