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O Equinócio de Primavera representa de certa forma, o equilíbrio.
É um dos dias mais equilibrados do ano, em que dia e noite têm a mesma duração, trazendo assim também o equilíbrio das energias Yin e Yang. Não deixa de ser curioso que um dos dias mais equilibrados do ano, possa corresponder ao início de uma das épocas mais desequilibradas para o Ser Humano. Do Inverno, vem a energia Yin que aí encontrou o seu auge e agora inicia-se o movimento para a energia Yang, que atingirá o seu auge no verão. Iniciamos assim o movimento “de dentro (Yin), para fora (Yang)”. Como sempre digo, a natureza ensina-nos, tanto. Observando a natureza, o que nos mostra ela na Primavera? As flores desabrocham, os animais saem da toca e terminam a hibernação. E quer acreditem quer não, também assim é com o Ser Humano pois somos parte integrante da natureza. Por esta altura, já muitos aceitam e compreendem que de facto, o ambiente externo pode influenciar o ambiente interno. Inúmeros factores externos podem influenciar a nossa energia interna, a nossa saúde, as nossas emoções. Desta forma, conforme aquilo que possamos ter “guardado” dentro, agora é a época que esse “algo” vai querer saltar cá para fora. E não é por acaso que a Primavera corresponde a uma época típica de crises de Ansiedade e Depressão. Este movimento “de dentro para fora” pode ser muito desafiante para alguns. Os ânimos exaltam-se e as emoções também “desabrocham”. Emocionalmente, esta estação está associada à irritabilidade, raiva e frustração, emoções estas associadas ao órgão Fígado, do Elemento Madeira. É certo que vivemos tempos que constantemente nos desafiam com notícias que podem facilmente gerar estas emoções – mas não nos iludamos, se as sentimos, é porque estão dentro de nós e como tal, “são nossas”. Aproveitemos para olhar para dentro e questionar o que realmente nos irrita, onde e em quê nos sentimos frustrados, nas nossas vidas, no nosso mundo interno, no nosso micro. Pois o que acontece no micro, acontece no macro, bem como o que acontece no macro, acontece no micro. Possamos por exemplo reflectir, sobre qual tem vindo a ser a nossa “guerra interna”. No entanto, estas emoções – tal como as outras – podem ser correctamente reconhecidas, “digeridas”, expressadas e libertadas. O Fígado e a Primavera são também época de expressar a nossa Criatividade! Olhemos para a natureza: é momento de nascer e renascer, criar e recriar! Experimentemos canalizar estas emoções para algo que queiramos manifestar. Fisicamente o Fígado está associado aos tendões, aos olhos, à digestão, à menstruação nas mulheres. Tipicamente com movimento ascendente, quando a sua energia se exalta e o seu calor sobe, podemos facilmente visualizar um rosto bem vermelho numa expressão facial de tensão e raiva, quando alguém se irrita. Por este movimento ascendente sobretudo para quem já tem essa predisposição (física ou emocional) é também comum o surgimento ou agravamento de dores de cabeça, enxaquecas, tonturas. Alimentos de cor verde-escura são excelentes para ajudar o Fígado a desintoxicar, sendo a Primavera uma das melhores épocas para fazer um Detox. No entanto, não esqueçamos: não basta fazer um Detox alimentar se continuarmos a alimentar as nossas mentes e corações com o que nos intoxica. Feliz Equinócio de Primavera. Ana Sofia Rodrigues® ©Todos os direitos reservados
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forno com castanhas, abóbora e batata doce.
Sendo de natureza Yang, a castanha promove o aquecimento interno do nosso organismo, ideal para o tempo frio que já chegou. Promove também a circulação de sangue, fortalece o sistema digestivo e beneficia os órgãos Baço, Estômago e Rim. Dica: Para quem sofre com a dilatação abdominal e flatulência pela ingestão deste alimento, fica a dica: Chá de Erva-doce ou Funcho. Se forem cozidas, já é do conhecimento geral que são cozidas com a erva-doce. E porquê? Não é para ficarem mais doces, pois já é um alimento doce - é exatamente para ajudar a fermentação e digestão da castanha. Assim, mesmo se optarem pelas assadas ou em acompanhamento com pratos principais, podem sempre beber o chá à refeição ou imediatamente após. E lembrem-se: o chá bebe-se morno e não quente. Ana Sofia Rodrigues® Sabia que uma alimentação rica em alimentos quentes e gordurosos podem originar e/ou agravar a sinusite e rinite? E sabia que tais sintomas e patologias podem ser tratadas com Acupuntura? Uma queixa muito frequente entre a população e muito frequente em clínica. Assim como a Rinite, a Sinusite surge na maioria das vezes como um problema crónico e com o qual muitas pessoas se habituaram a viver sem procurar outras soluções terapêuticas. Um dos medicamentos mais usados na Medicina Convencional para este tipo de sintoma e doença são os anti-histamínicos, os quais aliviam os sintomas, mas não tratam a patologia. Além disso, muitos anti-histamínicos provocam efeitos secundários como a sonolência, o que afecta depois o quotidiano da pessoa. Na Medicina Tradicional Chinesa procuramos sempre diferenciar a sintomatologia, caracterizando as várias diferentes e possíveis manifestações da mesma. Por exemplo, se as secreções são transparentes, brancas ou amarelas pois isso indica-nos o grau de frio ou calor presente na pessoa e respectivos sintomas. Embora as excrecções na Sinusite tendam a ser mais espessas e amarelas e na Rinite mais líquidas e brancas, o quadro geral com os restantes sinais e sintomas dar-nos-á uma perspectiva mais clara do padrão de desarmonia e de temperatura envolvidos. Além disso, é muito frequente ambas as patologias surgirem juntas como queixa pela mesma pessoa. Da mesma forma, procuramos compreender qual o (ou os) órgãos mais afectados para adaptar a direccção do tratamento correctamente. Na milenar compreensão e estudo desta Medicina é analisada as relações entre os órgãos e suas funções. No caso da Sinusite, podemos de imediato associar ao órgão Pulmão e sistema respiratório. No entanto, não quer dizer que este seja o único órgão e sistema afectado. A título de exemplo, é comum encontrar o Baço-Pâncreas e os Rins também debilitados, já que estes órgãos desempenham também importantes funções no metabolismo e circulação dos líquidos no nosso corpo. Dependendo dos restantes sinais e sintomas do paciente, ainda outros órgãos podem ser identificados como causas ou agravantes para a queixa em causa. Também a alimentação é fundamental de ser avaliada. Nas consultas de Medicina Chinesa fazemos a revisão alimentar e sugerimos as respectivas recomendações de alteração na dieta, sobretudo quando se confirma a suspeita de que determinados alimentos que a pessoa ingere regularmente, estão a agravar a sintomatologia, como sendo lacticínios e derivados, alimentos picantes quentes, entre outros. De referir que a Dietética é um dos métodos terapêuticos utilizados na Medicina Chinesa, pelo que a alimentação constitui factor determinante não só para a nossa saúde em geral, mas também como tratamento de diversas patologias. Existem inclusive muitos alimentos bons, saudáveis e nutritivos, mas que pelas suas características de temperatura, sabor ou acção, possam não ser aconselhados em determinado momento e a determinada pessoa consoante o seu quadro clínico. A Acupuntura tem demonstrado excelentes resultados neste tipo de quadros e sintomatologia. Além de aliviar os sintomas, beneficia os órgãos e as suas funções vitais, melhora o quadro geral de circulação dos líquidos, contribui para melhoria do sistema respiratório e imunitário, entre outros benefícios e efeitos. Mediante o caso, pode ainda ser utilizado outro método terapêutico como sendo a fitoterapia, através do aconselhamento de plantas medicinais sob a forma de chá, comprimidos, sprays ou suplemento. Marque a sua consulta. Ana Sofia Rodrigues® © Todos os direitos reservados No Dia da Mulher escrevo sobre a saúde feminina.
O grande público da Medicina Tradicional Chinesa (e de outros métodos e abordagens naturais), é sem dúvida o público feminino. São muitas as patologias e sintomas que podem afectar a saúde, a vida e o quotidiano da mulher, sobretudo nesta sociedade actual, onde o stress, as responsabilidades e tarefas diárias do trabalho e da família se acumulam, gerando tensão emocional e física. São muitas as lacunas nos hábitos e estilo de vida saudável de muitas mulheres, como sendo o excesso de trabalho e responsabilidades, a falta de descanso, a ausência de uma alimentação equilibrada e nutritiva, uma correcta estão emocional. Na linguagem da Medicina Chinesa pode dizer-se que a Mulher representa o Yin e o Homem o Yang. O Yin, no que diz respeito ao corpo humano, relaciona-se com os líquidos e com o sangue, a parte interior e órgãos internos, com a parte inferior do nosso corpo. O Yin representa também aquele lado tão bem conhecido das mulheres: o emocional. Com a evolução dos tempos, a Mulher adquiriu imensas competências que por um lado lhe permitiram desenvolver autonomia e poder pessoal, por outro lado, o seu aspecto Yin tem vindo a ser negligenciado. O aspecto Yang tomou forma e terreno. De referir que todos temos um aspecto Yin e outro Yang, sejamos homens ou mulheres. No equilíbrio entre os dois (Yin e Yang) é onde reside a saúde e o bem-estar. Naturalmente que a Mulher é – ou deveria ser – mais Yin do que o Homem. Tendencialmente a Mulher sofre mais problemas e desordens associadas a questões de sangue e o Homem a questões de Qi – energia. Os órgãos mais afectados na mulher tendem a ser o Fígado (com papel determinante na gestão emocional e na menstruação), o Coração (com determinantes funções mentais e emocionais -Shen - e na produção e circulação do sangue), o Baço (associado à alimentação e digestão, mas também com papel importante na produção de sangue e da energia vital e ainda com funções fundamentais intelectuais), os Rins (essência). De salientar que os órgãos à luz da Medicina Chinesa, não correspondem apenas à visão dos mesmos na Medicina Convencional – cada órgão tem funções energéticas, mentais, emocionais e fisiológicas. É, portanto, fundamental a atenção e cuidado a ter para com todos os órgãos do nosso corpo, nos seus vários aspectos, para viver com saúde - quer ao nível mental, como emocional ou física. O útero da mulher tem também um papel fundamental, não só na regulação e funções relativas à menstruação e de reprodução, mas também a um nível mental e emocional, representando a relação que existe num eixo entre os órgãos Coração e Rim. O útero tem também uma espécie de “armazém de memórias emocionais”, sobretudo memórias relacionadas com actos sexuais. Entre as várias desordens e patologias, posso aqui citar algumas das mais comuns como as enxaquecas, os problemas menstruais e outros sintomas consequentes destes (dismenorreia, amenorreia, TPM, tensão mamária, entre outros), corrimento vaginal (leucorreia), as infecções urinárias, a candidíase e outros problemas do sistema genito-urinário, problemas do sistema nervoso como a depressão e a ansiedade, a endometriose, os ovários poliquísticos, questões de infertilidade, a menopausa, entre outras patologias que não sendo apenas do foro feminino, tendem a ter maior incidência nas mulheres (como por exemplo a fibromialgia). A Medicina Tradicional Chinesa, na sua visão holística, compreendendo as diversas relações entre os sistemas e órgãos, bem como a relação entre a alimentação ou mesmo as emoções e o corpo físico, é munida de conhecimento e de técnicas milenares, naturais e não invasivas, para ajudar a prevenir e tratar estas e outras Patologias na Mulher. Ana Sofia Rodrigues® ©Todos os direitos reservados A capacidade intelectual, de pensamento e lucidez, de capacidade de concentração e estudo, bem como boa parte da capacidade de memória está, à luz da Medicina Tradicional Chinesa, associada ao Baço. Este órgão tem funções determinantes no nosso organismo, quer ao nível fisiológico, como mental e emocional. O seu principal papel no processo digestivo, permite-nos assimilar e transformar os alimentos, transportando-os para onde são necessários no nosso corpo, quer ao nível de energia vital, quer ao nível de funções dos outros órgãos. Esta função de transformação e transporte dos alimentos e bebidas que ingerimos, tem inclusive um impacto importante na produção de sangue e também nas capacidades mentais e intelectuais anteriormente referidas.
Nos actuais dias que vivemos, a preocupação constante faz parte do dia-a-dia da maioria das pessoas. Esse estado de pensamento gera stress para o organismo e debilita o Baço e o Pâncreas, impedindo os mesmos de realizarem correctamente as suas funções. Assim, podemos verificar que tanto o aspecto mental como físico é afectado e tanto os pensamentos como os alimentos influenciam nestes órgãos e na saúde em geral. Alguns sintomas e queixas frequentes são o esquecimento das tarefas habituais ou de nomes, a dificuldade de concentração e incapacidade de estudar por exemplo. Confusão mental, tonturas, sonolência após as refeições, dificuldades digestivas como dilatação abdominal ou mesmo problemas intestinais, são frequentemente sintomas que acompanham estes quadros clínicos. Além da alimentação correcta e saudável, maioritariamente focada em reforçar os órgãos mencionados, é importante encontrar momentos de descanso físico e mental. Permitir-se não se preocupar tanto com aquilo que não pode controlar, é fundamental. Permitir-se ter actividades e momentos de distração e prazer, é fundamental. Descansar e dormir o tempo necessário, é fundamental. Costumo dizer que, de certa forma, da mesma forma que necessitamos de realizar a digestão alimentar, possamos compreender que necessitamos também de realizar a “digestão mental e emocional”. O nosso aspecto físico não se separa do mental ou emocional. Tudo se interliga e se influencia mutuamente. O reforço da energia do Baço é determinante para recuperar as capacidades de memória e concentração. Tal pode ser feito através de Complementos, Fitoterapia, Aacupuntura, Moxabustão e muito também ao nível da Alimentação. É naturalmente importante discernir qual o padrão energético clínico da pessoa para adequar as respectivas sugestões alimentares. No entanto, posso aqui adiantar que alimentos como abóbora, cenoura, castanhas, aveia e tâmaras são bons para o Baço e Pâncreas. Devem ainda evitar açucares, lacticínios, farinhas brancas e alimentos crus ou congelados. Naturalmente que outros órgãos além do Baço e Pâncreas podem estar envolvidos nesta sintomatologia, como o Coração e os Rins. Existem também vários suplementos naturais no mercado que ajudam a reforçar as capacidades cognitivas e a melhorar a circulação periférica cerebral, como sendo o Ginko Biloba. Ana Sofia Rodrigues ® © Todos os direitos reservados As causas associadas aos problemas de pele podem ser diversas, entre as quais se destaca a Alimentação imprópria. Saiba aqui quais os alimentos que agravam esta condição. O acne caracteriza-se pelo aparecimento de lesões cutâneas, frequentemente borbulhas, brancas ou vermelhas e com excesso de gordura – as chamadas “borbulhas de cabeça branca” – com pus. É provavelmente a doença de pele mais comum e embora seja mais frequente na adolescência, não invalida que muitas pessoas não venham a sofrer desta condição na idade adulta. Na adolescência está muito associado às alterações hormonais. No entanto, na idade adulta, está muitas vezes associado ao uso de determinados medicamentos como os corticoides, a problemas emocionais e alimentares. Neste artigo, iremos dar atenção em especial ao factor alimentar.
Encontra de seguida, uma lista dos alimentos que agravam esta condição patológica:
Um padrão comum encontrado em clínica nos casos de acne com causas alimentares, reúne não só os alimentos já indicados, mas também o álcool, e excesso de alimentos quentes (como picantes quentes por exemplo). A combinação dos alimentos que geram calor (picantes quentes) com os que geram mucosidades (doces, laticínios) frequentemente origina a condição das borbulhas vermelhas (associadas à existência de calor) e com cabeça branca (pelo excesso de gordura e mucosidades). A Medicina Tradicional Chinesa, munida desta compreensão e estudo profundo sobre os alimentos, com conceitos muito próprios como sendo a Temperatura (em forma de impacto no organismo), trata e previne inúmeras doenças e patologias, como sendo o Acne. A Alimentação é, como vimos, um factor importante e sempre revisto nos casos clínicos com queixas semelhantes. A Acupuntura tem também resultados muto bons no que diz respeito à eliminação do excesso de calor tóxico e eliminação de mucosidades, além de regular a energia e funções dos órgãos mais afectados e do organismo em geral. Existem ainda Plantas Medicinais em forma de chá que podem ajudar muito neste condição, como sendo a Calêndula, Bardana ou Camomila. A Camomila e a Calêndula podem inclusivamente ser utilizadas de forma tópica, com compressas embebidas na infusão do chá e aplicadas na zona afectada. A escolha mais adequada da planta, depende do padrão clínico de cada pessoa. De um ponto de vista simbólico, é importante compreender que a pele é o nosso contacto com o exterior e também é, de certa forma, o reflexo do que se passa no nosso interior. Compreender os sinais do nosso corpo é um aspecto determinante para alcançarmos uma vida mais saudável e equilibrada. Caso sofra de acne e consuma os alimentos anteriormente referidos, faça a experiência e elimine-os durante, no mínimo 1 mês e avalie a sua pele. De referir ainda que os alimentos indicados neste artigo não só são prejudiciais para problemas de pele, como também originam outras patologias e afectam outors órgãos e sistemas como sendo o sistema respiratório e/ou gastro-intestinal. Ana Sofia Rodrigues® © Todos os direitos reservados A Hipertensão Arterial caracteriza-se por elevada pressão do sangue no sistema circulatório. Afecta quase 30% da população, sendo de maior incidência nas mulheres. Para a Medicina Ocidental, a maioria das causas são idiopáticas, cerca de 90% respectivamente – ou seja, a sua causa é desconhecida. Outras causas conhecidas estão associadas à hereditariedade, a doenças renais, doenças hormonais, a uma alimentação incorrecta e deficiente em nutrientes, à obesidade e a outras doenças como o diabetes.
Entre os vários sintomas destacam-se as tonturas e vertigens, zumbidos, dores de cabeça e visão turva. Também o sono pode ser afectado por esta condição. Ao nível de tratamento recomendam os medicamentos vasodilatadores e diuréticos – que aumentam a produção de urina – e ao nível alimentar recomenda-se a redução de consumo de sal. Actualmente, uma grande parte da nossa população encontra-se afectada por esta condição e é medicada para o efeito. Na abordagem convencional, uma vez que as causas são desconhecidas em boa parte, a maioria destes casos são medicados para o resto da vida. Para a Medicina Tradicional Chinesa, a Hipertensão está associada a desordens e distúrbios emocionais, a dieta imprópria, a stress e excesso de trabalho e esforço prolongado. Pode igualmente estar associada a problemas endócrinos e a factores genéticos. No entanto, é importante ressalvar que na maior parte dos casos, esta patologia é possível de ser controlada e tratada através de métodos naturais. Como em uma boa parte das doenças, a Alimentação e as Emoções são factores determinantes para melhorar esta condição. Ainda que existam factores genéticos e hereditários, é sempre possível melhorar alterando estilos de vida e procurando soluções naturais, que levam consequentemente a diferentes e melhores resultados. Ao nível da Alimentação, é necessária a avaliação e despiste da habitual dieta do indivíduo, a fim de averiguar se o consumo dos alimentos regulares que ingere, potenciam e agravam a subida da Tensão Arterial. Nos dias que correm, o sistema nervoso encontra-se fortemente afectado. Vivemos momentos muito desafiantes e inconstantes, pelo que a maioria das pessoas vive sob grande tensão, quer seja esta física, mental ou emocional. Explica-se na Medicina Chinesa, que a energia do órgão Fígado é responsável pela boa gestão emocional. Este órgão, tem também como sabemos, influência e importante papel no processo digestivo. Ao nível emocional, cabe ainda referir que emoções como raiva, irritabilidade ou frustração estão directamente associadas ao Fígado. Uma das típicas descrições em clínica com subidas de tensão arterial referidas pelos pacientes, é o calor na cara, acompanhado de pressão na cabeça e zumbidos nos ouvidos. Estes sintomas são clássicos e associados aquilo que consideramos num diagnóstico de padrões clínicos e energéticos na Medicina Chinesa, de “subida de Yang do Fígado” – a energia do Fígado “exalta-se” e sobe, elevando o calor ao alto, originando pressão na cabeça e nos ouvidos. A “exaltação” da energia do Fígado é, infelizmente, cada vez mais comum nos actuais dias que correm. Outros sintomas comuns associados a esta condição envolvendo o Fígado podem incluir insónias e pesadelos, inquietação, impaciência e irritabilidade fácil, visão turva, para além dos já referidos anteriormente como dores de cabeça, tonturas e zumbidos. Outras condições podem estar associadas à energia e funções dos Rins, bem como a desarmonias entre o Yin e o Yang – nestes casos, é comum a pessoa ter também outras queixas e sintomas como dor nos joelhos ou tornozelos, lombalgias, membros frios e insónias. A avaliação inicial em consulta clínica, permite analisar o quadro de cada caso em particular, de forma a traçar o melhor plano terapêutico, o qual pode incluir Acupuntura, revisão da Alimentação e Dietética, Fitoterapia, entre outras técnicas e abordagens. Importante ressalvar a eficácia nos resultados do controlo da Hipertensão com a Acupuntura. A frequência e número das sessões dependem da antiguidade e gravidade da condição do paciente. Também alguns simples chás podem ajudar a controlar uma crise de tensão alta, como o chá de Flores de Oliveira (hipotensor) ou de Passiflora (sedativo e hipotensor). Marque a sua consulta. Ana Sofia Rodrigues® © Todos os direitos reservados Para os mais curiosos sobre estes temas, é sabido que à luz da Medicina Tradicional Chinesa, cada estação do ano tem uma associação a um órgão e uma emoção. O inverno está assim associado aos Rins e ao medo.
Esta estação, que se caracteriza pelo clima frio, traz consigo uma energia de recolhimento e introspecção, de interiorização e conservação. O inverno é a estação mais Yin de todas. O Yin, neste contexto, simboliza o nosso lado mais emocional, passivo e interior. Não é por isso de estranhar que tenhamos menos energia e mais vontade de recolher, descansar e dormir mais. Se o Ser Humano pudesse e conseguisse acompanhar as leis universais dos ciclos da natureza, certamente faria como acontece com os restantes animais: estes hibernam, recolhem, armazenam. Mas, como somos seres humanos que vivemos em sociedade, precisamos continuar o nosso ritmo de vida. No entanto, é preciso respeitar o nosso corpo, a nossa energia, as nossas emoções. Parar, pode ser muito desafiante para algumas pessoas. Diminuir o ritmo, aceitar um estado de espírito mais ameno, menos activo e menos alegre, pode ser extremamente desafiante e é também, muitas vezes, confundido com estados depressivos. É importante compreender: não temos de estar sempre bem. Nem sempre temos a mesma energia e as mesmas emoções. E está tudo bem, em não estar sempre tudo igual ou não estar sempre tudo bem. Muitas vezes o que constitui o problema é precisamente a não aceitação de um estado natural, como este: de convite à pausa, ao recolhimento, à introspecção. Olhar para dentro, pode ser desafiante, mas é sem dúvida a melhor forma de crescer, superar, evoluir, transformar. Aproveitemos o convite da estação. Sobre as emoções do momento, o medo é a emoção associada aos Rins e à estação do Inverno. Face ao contexto actual que vivemos, falar de medo nesta altura… até dá… medo! Mas sim, é verdade. E tal como todas as outras emoções são necessárias e fundamentais, também o medo assim o é. O problema está no seu excesso ou na escassez, como em praticamente tudo na vida, na verdade. O medo em excesso, a nível psicológico, gera fobias e paranoias, impede a capacidade de clareza de pensamento; a nível físico, o excesso de medo gera estagnação da circulação do nosso organismo – energética e sanguínea –, causa diversas dores originadas pelo bloqueio da circulação e pelo estado permanente de tensão física e pode mesmo levar à exaustão pois o medo esgota-nos a energia vital. Por outro lado, também a ausência do medo é tão preocupante como o excesso dele. O medo está associado à sobrevivência e ao reconhecimento de estados de perigo, sendo por isso fundamental. No contexto actual é determinante conseguir manter lucidez e um pensamento crítico, de forma a filtrar as informações e desinformações que nos chegam diariamente. Encontrar um equilíbrio entre a informação do cenário actual e o permitir-se “desligar” e viver a sua vida, com coerência e sem medos exagerados, pois a própria vida em si, é um risco que vale a pena ser vivido. Recordando também que o medo é a base de muitos estados de ansiedade, pelo que também estes quadros patológicos podem sofrer agravamentos. Ainda sobre o medo e o simbolismo energético desta estação, talvez possa aceitar o convite da introspecção e reflectir sobre os seus próprios medos e receios, pois estes são muitas vezes fortes condicionantes para vivermos a nossa vida em pleno. Faça uma lista dos seus medos com essa reflexão. De seguida, procure reflectir sobre pequenas acções e actividades, que possa realizar para ajudar a ultrapassar esses medos. Aproveite o momento Yin do ano para reflectir e descansar, tanto quanto possa. Pois de seguida virá novamente a energia activa do Yang, com a chegada da Primavera que nos pede (re)nascimento e movimento. O Yin, também simboliza neste contexto, o aspecto mais interior do nosso corpo humano e organismo, como sendo os ossos, o sangue, os órgãos vitais internos. Assim, ao nível físico vários são os sintomas comuns desta época, que podem surgir ou agravar, tais como as lombalgias, ciáticas, artrites (e outras dores físicas, musculares ou ósseas), debilidade nos joelhos e problemas circulatórios – já que o frio contrai os tecidos e estagna a circulação. Problemas renais e urinários também podem ocorrer devido à relação com as funções dos Rins. Alguns conselhos importantes: manter a zona lombar e dos Rins aquecidas e evitar andar descalço em casa (o primeiro ponto do meridiano dos Rins situa-se na planta do pé, pelo que é muito importante não deixar entrar frio por esta zona). Alimentar-se com alimentos saudáveis, quentes e nutritivos, beber chás (com a escolha das plantas mais adequadas ao seu caso), não esquecendo de beber também água (algo muito frequente: algumas pessoas deixam de beber com o frio). Descansar e dormir mais, sem culpas. Ana Sofia Rodrigues® ©Todos os direitos reservados Uma das muitas maravilhas da Medicina Tradicional Chinesa, é que frequentemente permite aliviar diversos sintomas em simultâneo. A visão holística de que é munida, bem como as diferentes técnicas e abordagens terapêuticas que lhe são inerentes, permitem melhorar vários sintomas e queixas simultaneamente. É muito frequente os pacientes reunirem um conjunto de queixas e sintomas. Raramente têm apenas uma única queixa. Algumas pessoas podem até referir uma só queixa na consulta inicial quando me procuram, por ser a que mais incomoda e para a qual procuram ajuda. No entanto, no interrogatório inicial e anamnese, sempre detecto outros problemas, ainda que o próprio paciente possa considerar serem “o seu normal”. Raros são os casos que não tenham mais algum desequilíbrio ou desordem quer ao nível físico, mental ou emocional. É importante referir que muitas vezes as pessoas consideram “normal” aquilo a que estão habituadas, não querendo isso significar, que seja saudável e não constitua uma desordem a algum nível.
Exemplo de sintomas e queixas comuns na mesma pessoa são as dores de coluna, insónias, ansiedade e problemas digestivos. Naturalmente que neste tipo de casos - que reúnem várias desordens em simultâneo - deverá ser avaliada a prioridade, sendo a selecção da terapêutica também adequada, respectivamente. Um exemplo de actuação clínica, com os métodos e sabedoria da Medicina Chinesa, é a associação da Acupuntura a outras técnicas como por exemplo a aplicação de Ventosas para as dores de coluna, a Fitoterapia para as insónias e ansiedade e alterações alimentares para os problemas digestivos. A própria sessão isolada de Acupuntura poderá ter efeitos rápidos e eficazes em diferentes sintomas na mesma pessoa. Tenhamos como exemplo, algo muito comum, uma pessoa com problemas digestivos e intestinais, derivados ao seu sistema nervoso. Uma pessoa ansiosa, nervosa e agitada, que constantemente vive em estados de sobressalto, com batimentos cardíacos elevados e preocupação constante. Os problemas digestivos e intestinais manifestam-se maioritariamente quando existe algo que agrava a condição da sua ansiedade e distúrbios do sistema nervoso. Actuando como prioridade no sistema nervoso e ansiedade, é muito comum que a pessoa melhor consequentemente os problemas digestivos e intestinais. Também é muito comum um paciente com dores crónicas de coluna - ou mesmo com outro tipo de dores - ter alterações no sono. Muitas vezes os meus clientes referem que as suas dores são impedimento de dormirem repousada e continuamente, acordando várias vezes durante a noite para mudar de posição devido às dores. Da mesma forma, tratando os problemas e dores de coluna - com acupuntura e ventosas por exemplo - o sono consequentemente melhora pois a pessoa deixa de acordar com dores. A compreensão da relação que existe entre os vários sintomas, como a doença surge e como se desenvolve, a relação inseparável do corpo e a mente, a influência das emoções no nosso organismo, são apenas alguns exemplos do estudo que contempla a abordagem terapêutica nos casos clínicos, através do olhar e sabedoria desta Medicina milenar. Ana Sofia Rodrigues® Todos os direitos reservados© Somos um povo que tem na sua cultura a ingestão frequente de chá, sobretudo com a chegada do tempo frio. Mas será que optamos pelo melhor chá? Descubra neste artigo. Sou uma fã de plantas! Quem me conhece bem, sabe como a minha farmácia caseira é sobretudo composta por uma enorme colecção de chás.
No decorrer do meu estudo na Medicina Chinesa, que estuda maioritariamente a fitoterapia chinesa, pude também conhecer algumas das maravilhosas plantas ocidentais que temos ao nosso dispor. Fiquei surpreendida como um simples chá pode aliviar e tratar inúmeros sintomas e patologias comuns do nosso dia-a-dia. Aprofundei assim o estudo sobre as propriedades de algumas dessas plantas, muitas delas tão comuns e presentes na cozinha de uma boa parte das pessoas. No entanto, muitas vezes as pessoas bebem chá, simplesmente por beber. Ou pelo gosto e sabor, ou apenas pelo prazer de aquecer o corpo, com um chá quente num dia frio de inverno. A escolha do chá correcto para cada caso em particular, pode fazer maravilhas. Vejo as plantas como medicina. Portanto, para mim, não será qualquer chá o indicado para qualquer pessoa. Quando bebemos sempre o mesmo chá, estamos a dar ao organismo sempre as mesmas propriedades, podendo estas serem, ou não, benéficas para a pessoa. Além da minha própria experiência em utilizar os chás na manutenção da minha saúde, frequentemente sugiro os mesmos aos meus clientes. Muitas vezes requer um conjunto de plantas e não somente uma, tudo depende dos sintomas e do objectivo e resultado pretendido. Em város casos de queixa de insónias que recebo em clínica, pude por exemplo constatar, que a combinação de Alfazema e Tília, ajudam a melhorar e muito, a qualidade do sono. E porquê? Se existem tantas plantas e outros chás calmantes? Porque a Alfazema ajuda a relaxar as tensões do corpo e a Tília ajuda na indução do sono, tornando-se assim uma combinação perfeita, para ajudar no sono, com benefícios para o corpo e para a mente, simultaneamente. Ambas as plantas têm ainda outras acções e propriedades, tendo sido escolhidas nestes casos de insónias, por estas características que anteriormente referi. Recentemente, uma outra paciente procurou-me por se encontrar extremamente cansada, sem energia, com falta de concentração. Também tinha anemia. Esta cliente, com uma conduta alimentar e de estilo de vida bastante saudável, já bebia com frequência vários chás. No entanto e por desconhecimento, a sua escolha não era ideal e embora não a prejudicasse, também não a beneficiava. Depois de despistar vários sintomas e eventuais doenças que pudessem estar presentes, de forma a ter a certeza que a minha sugestão poderia ser a mais indicada para esta paciente, recomendei o Alecrim. O Alecrim em chá pode ser uma ajuda considerável neste tipo de casos, pois sendo um tónico de energia e de sangue, beneficia na recuperação dos sintomas deste quadro geral. Dois dias depois da nossa consulta, a cliente enviou-me mensagem de agradecimento e com um certo espanto, pois de facto, notava muito mais energia desde que bebia o chá. De referir, no entanto, que nem para todos a solução pode ser a mesma. Quem me acompanha, mesmo aqui pelo Blog, já constatou o quanto defendo que “cada caso é um caso”. Apesar de ser apenas um simples chá, para determinadas pessoas pode constituir um agravamento de outros sintomas ou mesmo, originar novos sintomas e desordens, as quais nunca são associadas à planta, por desconhecimento de todas as suas características. Ilustro novamente com um exemplo de caso clínico, com a mesma planta, o Alecrim. Com queixas similares à anterior, acrescendo tonturas e síndrome vertiginoso, igualmente sugeri o chá de Alecrim a uma outra cliente. Faço questão de frisar a dosagem indicada para cada pessoa e apenas sugiro, prescrevo, o que quer for, quando acompanho com frequência a pessoa, de forma a puder avaliar evolução. No entanto, muitas vezes a vida impede-nos de mantermos a regularidade nas sessões e assim aconteceu. Esta cliente esteve meses sem puder comparecer nas consultas, devido ao seu exigente trabalho. Meses mais tarde, quando novamente me procurou, estava radiante pelos benefícios do Alecrim. Contou-me que todos os dias, durante esses meses, bebia 1 litro (ou mais) do referido chá, em boa parte logo pela manhã cedo quando ia treinar e que notava como a sua energia aumentava, como estava mais activa e produtiva, quer mental quer fisicamente. Ao ouvir este relato, imediatamente surgiram questões que me preocuparam e necessitei de despistar. Questionei sobre eventual sede, boca seca, calor e obstipação, tendo a cliente todos esses novos sintomas e ficando muito espantada de eu questionar sobre os mesmos, sem ela nada ter referido. Tal é muito bem explicado no estudo das plantas à luz da Medicina Chinesa, a qual estuda as mesmas, não só pelas suas propriedades e acções, mas muito também através de conceitos como tropismo, sabor e temperatura. Por temperatura não nos referimos à temperatura do chá em si, mas sim no impacto de calor ou frio que tal planta (ou alimento) pode ter no nosso organismo ao ser consumido. Sendo o Alecrim uma planta de temperatura morna, se consumida em excesso, sobretudo em pessoas que possam já ter tendência para o que consideramos “quadro clínico de calor interno”, poderá originar efeitos como os anteriormente referidos. No meu Workshop das Plantas Terapêuticas e Medicinais, falo muito deste conceito de temperatura, bem como no da Alimentação Energética, uma vez que este estudo não é do conhecimento geral e pode fazer a total diferença na prescrição ou sugestão de correcções alimentares e de plantas. O correcto e profundo estudo sobre as plantas bem como a junção correcta com outras plantas, fará toda a diferença. Por exemplo, o chá de Alcaçuz tem propriedades antitússicas, mas por ser tão doce não deve ser consumido por diabéticos. E dependendo do tipo de tosse, assim será selecionada a(s) planta(s) a juntar ao Alcaçuz, como por exemplo a Alteia para uma tosse seca, já que a Alteia irá humedecer. Como iniciei o artigo, sou uma fã e apaixonada por plantas. Algo tão simples e de fácil acesso no mercado, como um chá, pode fazer toda a diferença na nossa saúde. De referir ainda, que não recomendo os chás nas típicas e comuns “saquetas”, mas sim a planta seca. Recomendo ainda que bebam o chá morno e nunca quente. E também não recomendo a substituição total da água pelos chás. Os chás contêm plantas com propriedades medicinais e sim, contêm água. No entanto, a ingestão simples de água é essencial e fundamental para o nosso organismo. Ana Sofia Rodrigues® ©Todos os direitos reservados "Já experimentei tudo.... Nada funciona.! “Já fui a vários médicos e experimentei diferentes medicações e não melhorei.” Escuto com frequência esta e outras frases semelhantes, referidas pelos pacientes que recorrem à Medicina Tradicional Chinesa. Muitas vezes, nem um diagnóstico foi encontrado, mesmo após realização de diversos exames e consultas em Especialidades. E é normal que assim seja. Pois nem sempre os vários sintomas constituem doença diagnosticada e detectada pelos meios de exames e diagnóstico habituais. Considero ainda assim, sempre importante que tais exames sejam realizados.
Felizmente, a procura por soluções naturais tem vindo a crescer. É no entanto, importante salientar que, substituir a medicação por suplementos, ou manter todas as rotinas iguais e acrescentar complementos na busca da resolução, nem sempre é a opção mais correcta, consciente, saudável e eficaz. Os suplementos e complementos são isso mesmo, suplementares e complementares. Não substituem os alimentos e os importantes hábitos de vida saudáveis. Sabemos que a medicação dita química da Medicina Convencional, nem sempre trata a raiz do problema, mas sim alivia ou trata sintomas, acrescendo o facto de muitas vezes originar efeitos secundários e prejudiciais ao nosso organismo. Existem soluções naturais que tantas vezes são tão mais benéficas e não invasivas, pelo que todos necessitamos de conhecer e experimentar. No entanto, nem sempre essas opções naturais podem ser a solução efectiva. Apesar de naturais e não invasivas, obviamente que são soluções mais saudáveis para os casos em geral. Mas é preciso despistar. Cada caso, é um caso. E nem sempre a solução passa por tomar algo. Por exemplo, se uma pessoa tem dores de cabeça sempre que fica largos períodos sem comer, ou se tem cansaço físico e mental, com dificuldade de concentração e tonturas porque dorme em média apenas 5h por noite, não haverá suplementos que resolvam efectivamente o problema, pois na sua causa, na raiz, está os maus hábitos de vida. Prescrever um tónico de energia para quem sofre de fadiga mas não descansa o suficiente e não se alimenta correctamente, não é para mim, solução. Tal como não será solução prescrever algo para as dores de estômago e problemas digestivos, se a causa destes for a incorrecta escolha dos alimentos diários que a pessoa ingere. Podemos ajudar, mas nunca iremos resolver, na verdade, este tipo de casos. Na minha opinião e prática clínica, é fundamental e necessária a educação sobre o nosso organismo e necessidades básicas e fisiológicas deste nosso ser vivo e humano. Deveria esta informação ser do senso comum e geral, mas efectivamente não é. O mundo em que vivemos trocou as prioridades a uma boa parte das pessoas. Ao invés de dormirem bem, alimentarem-se correctamente, terem um equilíbrio entre o trabalho e o descanso, momentos de prazer e lazer, a prioridade é, de forma geral, o trabalho. É certo que "é o trabalho que paga as contas" como tão frequentemente me respondem. Mas a que preço? Será que faz sentido “pagar as contas” mas viver doente? Será que faz sentido “pagar as contas” mas viver dependente de medicamentos? Será que faz sentido juntar dinheiro para o gastar a tratar da doença? Sou apologista e defensora da Prevenção. De prevenir e promover a saúde e o bem-estar. E na verdade, muitas pessoas não se auto-respeitam e vivem com tanto medo de falhar e perder os seus empregos, que chegam mesmo a ignorar as suas necessidades fisiológicas básicas. Muitas pessoas acabam por admitir que de facto a sua auto-gestao é ineficaz e são esquecidas e desvalorizadas as suas próprias necessidades, constantemente. Já tive casos de pessoas que não precisaram da minha intervenção com técnicas clínicas terapêuticas para tratar os seus sintomas, precisaram apenas de melhorar os seus hábitos de vida. E para tal, primeiro que tudo, é necessário ganhar consciência: consciência do nosso estilo de vida, do nosso corpo, do nosso estado geral de saúde, dos nossos sintomas e emoções, na nossa gestão de prioridades. Recordo-me de uma cliente jovem, na casa dos 20 e poucos anos, que me procurou com queixas de insónias, náuseas e tonturas. No diagnóstico inicial faço sempre um longo interrogatório, como que um check up à pessoa, o que inclui saber um pouco mais sobre o seu estilo de vida e hábitos diários. Concluí rapidamente que esta mulher, esquecia-se de comer com o stress no trabalho. Eram muitos os dias em que almoçava às 15h ou nem mesmo almoçava. As náuseas e tonturas surgiam sempre ao final da manhã e início da tarde, melhorando após realizar alguma refeição. Realizei um tratamento de Acupuntura no primeiro dia e expliquei a importância da Alimentação como fonte de energia e combustível para realizarmos todas as nossas funções vitais. Falámos muito sobre a Alimentação e dei várias sugestões quer ao nível de alimentos a preferir quer ao nível das rotinas, horários, etc. Na segunda consulta a cliente regressou radiante. Super feliz e agradecida pelo tratamento, pois dormia bastante melhor e não tinha voltado a sentir náuseas ou tonturas. Sorri e perguntei se tinha alterado alguma coisa no seu dia a dia. Respondeu que tinha passado a não falhar nenhuma refeição e além de almoçar, tinha passado também a fazer intervalos de snacks. Sorri novamente e expliquei que o meu tratamento não tinha sido direccionado às queixas digestivas ou tonturas, mas sim e apenas à insónia. Os seus sintomas tinham desaparecido porque tinha alterado os seus hábitos. Curioso é observar que, tal como esta cliente, a maioria das pessoas vive tão desconectada do seu próprio corpo que não têm sequer consciência de que podem, por exemplo, estar a esquecer-se de alimentar o organismo para que ele realize correctamente as suas funções. Uma outra cliente procurou-me com queixas de dor lombar e também insónias. No interrogatório inicial pude constatar que o seu ritual diário e nocturno inclua ver TV no sofá, onde adormecia sempre e despertava mais tarde - quando só aí se mudava para a sua cama. Ao ir para a cama despertava e dificilmente pegava no sono outra vez. Consequentemente também se queixava de cansaço pela ausência de um sono reparador. A terapêutica clínica foi realizada e teve influência com melhorias consideráveis logo na primeira sessão. No entanto, apenas quando a cliente deixou de adormecer no sofá, os sintomas desapareceram por completo. As más posturas de quem adormece no sofá podem facilmente levar a dores musculares e problemas de coluna, bem como a interrupção do sono inicial é crucial para um sono total, contínuo e reparador. Novamente, esta cliente também não tinha consciência de que as suas queixas eram derivadas a hábitos diários e regulares. Daí a importância de um diagnóstico diferenciado e educativo. Costumo dizer que não trabalho sozinha. Faço a minha parte, no entanto e regra geral, os pacientes são responsáveis por outra parte. Além da responsabilidade do tratamento a realizar para ajudar a melhorar o quadro clínico, sou também responsável pela educação, por trazer à consciência da pessoa o que ela não consegue ver. Sou totalmente a favor da reeducação de hábitos saudáveis, do retorno à consciência e do simbolismo e interpretação dos nossos sintomas, pois como sempre digo "o nosso corpo fala". Da mesma forma, muitos clientes sofrem de problemas físicos por questões traumáticas emocionais. E novamente, a maioria não tem consciência disso. E mais: muitas vezes é o conjunto destas situações - questões emocionais com hábitos de vida não saudáveis. Sendo que, de facto, a alimentação e as emoções são, sem sombra de dúvida, a grande causa da maioria das doenças. Recordo-me de um caso de uma senhora na casa dos 50 anos, com diagnóstico de asma desde muito jovem. Quando me procurou, o seu estado estava fortemente agravado e além da asma, sofria diariamente de tosse com muita expectoração e congestão nasal. Na recolha do histórico clínico e pessoal, apurei os dois aspectos fundamentais para tal agravamento: o consumo excessivo e diário de leite e seus derivados, bem como o falecimento de um familiar seu directo, que nunca digeriu, aceitou ou processou. Curiosamente, os lutos e tristezas estão associadas ao Sistema Respiratório e aos Pulmões, à luz da Medicina Chinesa, pelo que foi rapidamente identificada essa causa e respectiva associação. Embora tenha naturalmente sido realizado um tratamento inicial, o mesmo foi mais direcionado ao quadro emocional. Novamente expliquei a influência da alimentação - neste caso, dos lacticínios e do impacto negativo destes no Sistema Respiratório. Convidei a cliente a fazer a experiência de durante 2 semanas não beber leite nem tocar em lacticínios para avaliarmos a evolução e diferenças. Na consulta seguinte, a cliente praticamente não tinha tosse e o uso da bomba de asma tinha passado de diário a ocasional. Foram realizados vários tratamentos em clínica de forma regular, maioritariamente focados no aspecto emocional e os resultados foram incrivelmente satisfatórios e positivos. Sensivelmente um ano mais tarde, esta cliente contactou-me a dar a notícia de que tinha tido alta do seu diagnóstico de asma pelo respectivo Pneumologista. Por último ilustro com mais um exemplo: Queixa de cansaço, tonturas e enxaquecas. Desde a primeira consulta que o meu feedback foi claro: poderia ajudar a melhorar os sintomas, mas os mesmos iam sempre regressar se não alterasse alguns hábitos como o de dormir mais e melhor. Neste caso, há largos anos que esta pessoa dorme apenas uma média de 5h a 6h, com uma vida diária de muito stress laboral. Após consultar outras especialidades como Neurologia, o feedback foi o mesmo: excesso de trabalho, stress, falta de descanso. Quando assim é, eu até posso prescrever alguma Fitoterapia como adjuvante ao tratamento clínico, deixando, no entanto bem claro que a solução do problema não está em nenhum medicamento ou suplemento. É importante compreender que, mesmo com suplementos naturais, se a causa do problema não for corrigida ou no mínimo, melhorada, o suplemento vai ajudar, é certo, dando mais energia, aliviando dores, tonturas, mas a pessoa continua a gastar a sua energia (que já é mínima), sem a repor devidamente pelos meios naturais, fisiológicos e orgânicos. Sim, o nosso corpo fala. Sim, os medicamentos e suplementos ajudam. Sim, deve procurar ajuda e realizar tratamentos. No entanto, e sobretudo, ganhar consciência do seu estado geral de saúde bem como do seu estilo de vida, é absolutamente determinante para a sua saúde e bem-estar. Ana Sofia Rodrigues® Todos os direitos reservados© Regresso ao tema das Enxaquecas face ao elevado (e crescente) número de pessoas que sofrem deste problema, afectando mais de 1% da nossa população, com maior incidência nas mulheres.
Muito mais do que uma simples dor de cabeça, as Enxaquecas chegam mesmo a ser incapacitantes, limitando a vida quotidiana de quem sofre com elas. Além da dor, muitas vezes é acompanhada de outros sintomas como náuseas e enjoos, mau estar, fotossensibilidade, entre outros. Na minha prática clínica já pude acompanhar diversos casos de Enxaquecas e em todos eles pude verificar que existem sempre estímulos que desencadeiam os respectivos episódios e crises. Importante salientar que este tipo de dor, mesmo que moderada e episódica numa fase inicial, tende a agravar, a ser cada vez mais frequente e mesmo crónica, se não tratada. Cheguei a receber clientes com crises diárias e toma de analgésicos e outros medicamentos (diários) para conseguirem suportar as dores. Muitos, em consequência, desenvolviam também problemas de Estômago face ao excesso de medicação. Numa boa parte dos casos, as crises estavam associadas a stress e nervosismo, irritabilidade e ansiedade. No entanto, em muitas pessoas verifica-se um conjunto de factores causais que estão na base do problema. Como já mencionei em diversos artigos, a alimentação e as emoções são as grandes causas da maioria das queixas e sintomas da nossa actualidade. Quando recebo um caso clínico, a primeira consulta serve sempre para conhecer melhor a pessoa, as suas queixas, os seus hábitos de vida que incluem alimentação, gestão de tempo e gestão emocional. Nem sempre é evidente e imediata a resposta sobre qual o motivo pelo qual a pessoa tem crises de enxaquecas. É necessário por vezes despistar alguns alimentos e hábitos de vida. A título de exemplo, posso referir que já encontrei pessoas que tinham um episódio de enxaqueca sempre que comiam chocolate, outras sempre que bebiam vinho branco, outras leite, e por aí fora. Outras por falta de descanso, outras por passarem longos períodos sem comer, etc. A importância de encontrar os factores causais pode ser determinante para os resultados positivos que se pretendem alcançar. Muito comum são as crises por stress e fadiga. A privação de sono com excesso de trabalho e preocupação pode ser o suficiente para alguém desenvolver um quadro clínico como este. Nas mulheres, é muito frequente que as Enxaquecas sejam disputadas pela menstruação, que chegam muitas vezes a ficar de repouso sem conseguir realizar as suas tarefas diárias devido a estas crises. Avalio sempre o nível de dor e exemplificando na escala de 0 (sem dor) a 10 (insuportável), a maioria das pessoas refere que as suas dores se situam entre o nível 6 a 8, chegando muitas vezes a 10. É importante aqui salientar que ter dor de cabeça ou outras dores durante a menstruação não é normal. Muitas mulheres aprenderam a conviver com determinados sintomas durante este período que acabam por considerar “normal”. Mas não é. E tudo isso pode ser melhorado. À luz da Medicina Chinesa, a energia do órgão Fígado é uma das principais a ter em consideração para regular e melhorar este tipo de casos. O Fígado, que armazena e distribui o sangue menstrual, quando não se encontra nas suas plenas funções, frequentemente também origina outros sintomas como enxaquecas, tonturas, problemas de visão, entre outros. De referir que isto não implica ter um problema físico e fisiológico no órgão em si. No entanto, carece de intervenção terapêutica, sendo normalmente a Acupuntura e a Fitoterapia muito eficazes para o efeito. Saliento ainda que a localização da zona de dor na cabeça é também uma informação importante, alvo de análise e interpretação. A título de exemplo, as dores frontais estão muitas vezes associadas a problemas de estômago ou intestinos e as dores laterais ou no vértice estão frequentemente associadas a tensão nervosa. Naturalmente existem muitos parâmetros mais a avaliar e cada caso, é um caso. No entanto e até hoje, pude ajudar todas as pessoas que me procuram com esta queixa. É sim, possível tratar Enxaquecas. Sendo que para tal, muitas vezes é primeiro necessário descobrir quais as causas subjacentes e actuar nesse sentido. A terapêutica escolhida depende do quadro clínico de cada um e pode incluir vários métodos e abordagens, tal como consta neste Testemunho da Sofia: “Eu tinha muitas enxaquecas, com náuseas e mau estar, muitas vezes chegando a ser incapacitante. Recorri a vários médicos e diferentes tratamentos sem sucesso. Com o decorrer de algumas consultas com a Ana Sofia que incluam acupuntura, toma de um chá específico e algumas alterações na alimentação, percebi que tinha melhorado como nunca. Era raro ter uma enxaqueca. Muito obrigada Ana Sofia.” Ana Sofia Rodrigues® Saúde e Desenvolvimento Pessoal Quem me conhece sabe que sou uma apaixonada pelo Ser Humano, pelo Desenvolvimento Pessoal e pelo mundo das emoções.
Em 2014 fiz um estudo e investigação sobre a Ansiedade e Depressão no nosso País, cujos resultados me alarmaram. Já sabia, porém, que tais patologias eram bastante frequentes na nossa sociedade, e por esse mesmo motivo foram alvo do meu estudo. No entanto, os números que encontrei, não deixaram de me surpreender. Com base na “Saúde Mental em Números” (um documento oficial da DGS publicado em 2014), a Ansiedade e Depressão eram já nesse ano classificadas como as perturbações psiquiátricas mais comuns na nossa sociedade, sendo os distúrbios mentais, os responsáveis por mais de 12% da carga global das doenças em todo o mundo. Ainda nesse mesmo documento, as perturbações depressivas surgem classificadas como a 3ª causa global da doença (a 1ª nos países desenvolvidos) e estimando-se ainda que em 2030 passaria a ser a 1ª, a nível mundial. No que se refere a Portugal, o aumento do consumo de medicação para este tipo de patologias, entre 2000 a 2012, corresponde a cerca de +240% nos anti-depressores e +171% nos anti-psicóticos. Em 2018, outra fonte da mesma DGS (O retrato da Saúde, DGS de Abril de 2018), refere que o número de portugueses (entre os inscritos nos centros de saúde) com depressões, passou dos 6,85% para os 9,8% e a percentagem de perturbações de ansiedade, praticamente duplicou (dos 3,51% para os 6,51%). Ainda em 2018, a OMS reconhece e inclui o Burnout, na nova classificação internacional de doenças (em vigor a partir de 1 de janeiro de 2022) - "Burnout" surge na secção consagrada aos "problemas associados" ao emprego e desemprego, sendo descrito como "*uma síndrome resultante de 'stress' crónico no trabalho que não foi gerido com êxito*". No final do ano passado (2019), uma publicação no jornal expresso (com base nos números oficiais da DGS inerente ao habitual estudo da saúde mental dos portugueses), indica que estes, consumiram mais de 10 milhões de embalagens de ansiolíticos, num só ano. Os números publicados pela DGS, colocam ainda o nosso país em quinto lugar, entre os 29 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) que mais consome antidepressivos, apresentando o número de 8,8 milhões para estes (antidepressivos) e 10,5 milhões de embalagens de ansiolíticos. Considero fundamental a observação e consciência desta realidade (e subida) alarmante dos números, quer ao nível do diagnóstico, quer da respectiva medicação. Tal só demonstra que a nossa sociedade já se encontrava fortemente afectada no que refere à saúde mental e emocional dos portugueses, antes mesmo deste extraordinário cenário pandémico que agora vivemos. Poderá vir a ser agora um tema de maior destaque, pois será assim inevitável dado todo o actual contexto, bem como a análise dos respectivos números. O próprio bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, referiu numa entrevista ao Jornal Público do dia 8 de Agosto: "A saúde mental vai ser a grande pandemia deste século". Eu diria que “não vai ser”, já é! e tem sido, já lá vão muitos anos. E infelizmente, não tem sido dada a devida atenção a este crucial tema. É necessário existir muito mais terapia, mais apoio, mais educação, mais prevenção, do que diagnósticos e medicação. E é também necessária a tomada de consciência e responsabilidade de cada um. Se o nosso sistema de saúde tem várias lacunas? Claro que tem. Mas se simplesmente continuarmos a depositar a responsabilidade das nossas vidas, saúde e bem-estar, nas mãos de outros, pouco ou nada irá mudar e melhorar. É urgente cada um compreender quais são os seus limites. É urgente cada um saber respeitar-se, nutrir-se, amar-se. É urgente saber reconhecer o estado do seu corpo, físico e emocional. É urgente dar atenção aos sinais e sintomas, antes da doença se instalar. Não me canso de dizer: o nosso corpo fala. E muitos são os que ignoram. Procuram ajuda, quando os seus próprios limites já foram, há muito, ultrapassados. E nada disto se ensina na escola, bem sei. Ontem mesmo, em clínica, durante uma sessão de acompanhamento terapêutico, a minha cliente perguntou-me: “Mas porque não nos ensinam isto na escola? Seria tudo tão mais fácil e simples agora.” Não soube responder, confesso, não deixando de concordar totalmente. Tanto que nos ensinam na escola, nos obrigam a decorar, a saber… e o essencial, fica de fora, esquecido… E sobre estes alarmantes números referentes à ansiedade e depressão no nosso país e no mundo, acresce agora todo este cenário de pandemia do medo que se instalou com a pandemia covid19. Que com todas as consequências das medidas tomadas e impostas, quer ao nível socio-económico, quer psico-emocional, muitas são as pessoas que se encontram, ainda mais, “aprisionadas” (…e não em refiro ao confinamento nos seus lares). É preciso sair do medo e do pânico. Preferindo a consciência, responsabilidade e esperança. Apostar mais em prevenir do que remediar. Apostar mais na saúde e bem-estar. Apostar mais na educação. Respeitar mais as vidas humanas. Ana Sofia Rodrigues® ©Todos os direitos reservados O presente artigo, em modo de esclarecimento composto por perguntas e respostas, é escrito em resposta às várias questões que frequentemente me colocam, com o intuito de clarificar a visão e abordagens da Medicina Tradicional Chinesa.
A Medicina Tradicional Chinesa é uma terapia alternativa? Não. De acordo com a legislação em vigor, a Medicina Tradicional Chinesa é descrita como sendo “a terapêutica que utiliza métodos de prevenção, diagnóstico, prescrição e tratamentos próprios, baseados nas teorias da medicina tradicional chinesa e nos seus métodos específicos, designadamente, na estimulação dos pontos de acupuntura e meridianos através de diferentes métodos terapêuticos, na prescrição de fórmulas fitoterapêuticas, aconselhamento alimentar e exercícios para promover e recuperar a saúde”. A Medicina Tradicional Chinesa é assim uma Medicina Não Convencional, de carácter Complementar e não Alternativo, devidamente enquadrada na legislação do nosso país, nas “Terapias Não Convencionais”. Que tipo de formação precisa ter um Terapeuta de Medicina Tradicional Chinesa? O termo correcto é “Especialista de Medicina Tradicional Chinesa”, e para tal carece de formação adequada para que o profissional seja devidamente reconhecido e detentor de cédula profissional para o exercício da sua actividade e profissão. A legislação actual define 4 anos de formação, sendo que ainda não existe a decorrer o respectivo curso superior em Medicina Tradicional Chinesa em Portugal. (No meu caso, a minha formação foi de 5 anos, antes da respectiva entrada em vigor da legislação). Existem no mercado vários cursos de terapêuticas da Medicina Chinesa isoladas, os quais não dão competências ou formação adequada para o exercício profissional devidamente reconhecido e legislado no nosso país. Qual a diferença entre a Medicina Convencional e a Medicina Tradicional Chinesa? Existem várias. Uma delas é que a Medicina Convencional tem o seu foco maioritariamente no sintoma, enquanto que a Medicina Tradicional Chinesa tem o seu foco na causa do sintoma. Outra diferença é a visão da Medicina Chinesa sobre o Ser Humano, que é observado como um Todo, compreendendo as diversas relações entre os aspectos psíquicos, mentais, emocionais, energéticos ou fisiológicos do Ser Humano. A abordagem da Medicina Chinesa é também natural e não invasiva - ao contrário da Medicina Convencional – que utiliza métodos terapêuticos próprios como sendo a acupuntura, massagem tuina, fitoterapia, dietética chinesa, entre outros. Por último, cabe ressalvar que a Medicina Tradicional Chinesa está orientada para a saúde e bem-estar, actuando também – e muito – ao nível preventivo, enquanto que a Medicina Convencional está orientada para a doença. Ambas são necessárias e complementares. O que é a Acupuntura e como funciona? A Acupuntura é a técnica de utilizar agulhas filiformes em pontos específicos no nosso corpo, reconhecidos há milhares de anos, de forma a aliviar e tratar diversos sintomas e doenças, bem como prevenir e promover a saúde e o bem-estar. Os pontos de acupuntura fazem parte do conceito de Meridianos na Medicina Tradicional Chinesa, que nos explica a existência de Meridianos, que se conectam com os nossos órgãos, sistemas, sentidos, emoções, e diferentes áreas do nosso corpo. Cada ponto tem assim uma função (ou várias funções e indicações) e diversas relações. A escolha adequada dos pontos a utilizar, é o que determina os bons resultados de um tratamento de Acupuntura. Que tipo de formação é necessária para ser Acupuntor? Da mesma forma que a Medicina Chinesa requer a devida formação superior, a detenção de cédula profissional e encontra-se legislada no nosso país, assim é para a Acupuntura. Actualmente a formação é de 4 anos – sendo no meu caso, como já referido, tendo frequentado um curso de 5 anos, antes da legislação em vigor. Cursos de fins-de-semana, alguns meses ou mesmo opções que se verificam de ofertas estrangeiras online, não darão competências profissionais para ser Acupuntor e exercer a profissão. A Acupuntura é a única técnica da Medicina Tradicional Chinesa? Não. Existem várias técnicas utilizadas pela Medicina Tradicional Chinesa, sendo de facto a Acupuntura a mais conhecida, a mais procurada e também a mais utilizada. São as outras técnicas e métodos: a Massagem Terapêutica Tuina, a Fitoterapia, a Dietética Chinesa, a Moxabustão e o Qigong Terapêutico. São ainda utilizados outros métodos como a Ventosaterapia, a Auriculoterapia, a Reflexologia, o Guasha entre outras. Ser Acupuntor ou Especialista de Medicina Chinesa é a mesma coisa? Não. O Especialista de Medicina Chinesa tem formação em Acupuntura e nas outras diversas técnicas e áreas inerentes à Medicina Chinesa, referidas anteriormente (Fitoterapia, Alimentação e Dietética Oriental, Moxabustão, Chi Kung Terapêutico, técnicas como Guasha, Ventosas, Martelo de 7 pontas, Reflexologia, Auriculoterapia, entre outras). O Acupuntor tem a sua formação focada maioritariamente na técnica da Acupuntura e não nas referidas áreas mencionadas anteriormente. A Acupuntura Médica é a mesma que a Acupuntura da Medicina Tradicional Chinesa? Não. A Acupuntura Médica é um termo recente atribuído pelos Médicos, aos Profissionais de Medicina Ocidental, que praticam Acupuntura. Neste caso, normalmente a formação de Acupuntura é bastante reduzida e focada somente no sistema nervoso e músculo-esquelético, sendo por isso maioritariamente utilizada apenas em casos de dor. A Acupuntura como parte integrante da Medicina Tradicional Chinesa, contempla formação de longo prazo (4 a 5 anos como já foi referido), numa base teórica milenar da própria Medicina Chinesa, que estuda, observa e trata o Ser Humano como um Todo, sendo por isso capaz de aliviar e tratar inúmeros sintomas e patologias, de qualquer um dos nossos sistemas do corpo humano. A inserção das agulhas é dolorosa? Algumas pessoas podem sentir várias sensações no acto da inserção da agulha no seu corpo. Muitas vezes, a experiência sensitiva não é propriamente dor, mas sim sensações como calor, formigueiro, distensão, contracção, ou mesmo uma sensação semelhante a um choque eléctrico. Cabe ao Profissional fornecer a explicação prévia ao paciente, das possíveis sensações para que este esteja devidamente informado e seguro do que poderá sentir. Quantas sessões e tratamentos são necessários para alcançar resultados? A eficácia do tratamento depende de inúmeros factores, como por exemplo a antiguidade e gravidade dos sintomas ou da patologia em causa. Cada caso é um caso. De forma geral, logo na primeira sessão podem ser observadas melhorias. O número de sessões é avaliado consoante cada caso e respectiva resposta e evolução aos tratamentos. De referir ainda que a Medicina Chinesa e suas técnicas, são também utilizadas como manutenção regular, para promover a saúde e bem-estar, e não somente para tratar ou aliviar sintomas e doenças. No que diz respeito à alimentação, qual a dieta seguida na Medicina Tradicional Chinesa? Não existem propriamente dietas definidas da Medicina Tradicional Chinesa. Esta Medicina estuda os alimentos e plantas, de forma única e singular, compreendo vários conceitos como o de temperatura, sabor, tropismo, acção terapêutica e outros. A classificação e estudo dos alimentos desta forma, permite adequar a melhor escolha a cada pessoa, mediante o seu caso em particular. Para uma pessoa, determinado alimento pode ser bom e benéfico, para outra, esse mesmo alimento pode ser prejudicial. Tudo depende do quadro clínico de cada um. Se tem mais alguma dúvida ou questão que gostaria de ver esclarecida, pode entrar em contacto através do email: info.anasofiarodrigues@gmail.com Ana Sofia Rodrigues ® ©Todos os direitos reservados Vários aspectos diferenciam a Medicina Alopática da Medicina Chinesa.
Um deles é o facto da Medicina Tradicional Chinesa procurar encontrar a causa do problema, ou seja, não nos limitamos a observar o sintoma, a doença, mas também e sobretudo, procuramos compreender o que está a causar tal manifestação. Este é um aspecto fundamental e um motivo pelos quais, tantas vezes temos sucesso em casos que já percorreram várias abordagens da Medicina Alopática, sem resposta ou melhoria. Outro aspecto determinante, é o facto de olharmos o corpo como um todo e não como fragmentos, ou seja, uma determinada área do corpo pode estar a ser afectada por um problema existente em uma outra área do corpo, ou por estímulos frequentes prejudiciais, tal como sendo a alimentação, questões posturais e tantos outros aspectos do estilo de vida diário da pessoa. Para melhor compreensão, um dos exemplos que posso aqui ilustrar são as epicondilites. A Epicondilite é uma inflamação do cotovelo, também conhecida como Cotovelo de Tenista. Dos vários casos que já tratei, todos já tinham passado por outras especialidades da Medicina Alopática, como a Ortopedia ou Fisioterapia, entre outros. No meu diagnóstico inicial, não só ouço o relato das pessoas sobre as suas queixas, como coloco várias questões para compreender melhor o sintoma e a respectiva causa, ou causas. Quando encontro problemas no cotovelo – ou membro superior – imediatamente penso no todo, neste caso, estrutura física, do corpo humano. Assim, sempre questiono os clientes com Epicondilite ou com qualquer outro problema no membro superior, pela sua cervical. E todos eles se espantam com a minha perguntam e muitos referem mesmo: “mas eu já fui ao Ortopedista e Fisiatra e ninguém me perguntou pela cervical.” Não quero com isto dizer que o problema está na cervical – embora, também possa estar – mas quero com isto despistar o local de inserção dos nervos e músculos que passam pelo braço, cotovelo, membro superior. O paciente que se queixa de um cotovelo a um Ortopedista, este médico vai apenas ver, olhar e tratar o seu cotovelo. E por isso mesmo, muitas vezes não resolve o problema, pois não vai à raiz, onde se iniciam, onde nascem, os músculos afectados. Nestes casos, trato a área local sim, mas também o antes (inserção dos músculos, nervos que irritam músculo e que nascem da cervical) e o depois (pontos distais correspondentes aos meridianos e trajectos afectados, que correspondem por sua vez, aos músculos e nervos afectados). Outro exemplo pode ser dado com dores de estômago e problemas digestivos. Mais uma vez, já recebi vários casos que já haviam passado por especialidades como Gastroenterologia e Medicina Geral. Além da prescrição da habitual medicação protectora do Estômago, pouco mais foi feito. Ninguém questionou a rotina alimentar da pessoa, algo determinante e fundamental de despistar com queixas digestivas. Por outro lado, compreendendo o todo do Ser Humano, devemos também despistar se se trata de questões nervosas que frequentemente afectam o Estômago e/ou mesmo e até problemas de coluna – este último mais raro, no entanto, já encontrei casos cujos sintomas na área abdominal e com sintomas digestivos, tinham como causa vértebras desalinhadas da coluna (pois até mesmo no nosso tronco e abdómen, temos músculos que se correspondem com a nossa coluna e vértebras dorsais). Um outro exemplo são as insónias, uma queixa muita comum na nossa sociedade. O paciente que recorra à Medicina Alopática com problemas de sono, será certamente medicado com ansiolíticos ou indutores do sono, sem ser feito um devido interrogatório para despiste da causa da insónia. Uma pessoa com insónia pode ter inúmeras e diferentes causas. O excesso de trabalho e preocupação, alterações do próprio sistema nervoso, hábitos não saudáveis antes de dormir, jantar tardiamente e ir deitar-se no pico do processo digestivo, são apenas alguns exemplos das possíveis causas. Na Medicina Chinesa, além de fazermos este despiste, analisamos e avaliamos o tipo e qualidade de sono, isto é, se adormece facilmente e acorda durante a noite, se tem dificuldades em adormecer, se sonha muito, se sua durante a noite, entre outros aspectos. Tudo isto nos ajuda a compreender melhor, qual o padrão clínico da pessoa em particular, de forma a escolher o melhor tratamento adequado para o seu caso em questão. Da mesma forma, dores de cabeça e enxaquecas, são vulgarmente tratadas por medicação analgésica, sem ir à raiz do problema. Toda a enxaqueca tem um, ou vários estímulos, que desencadeiam a dor. A título de exemplo, já tratei enxaquecas, cujas causas eram nervosas, outras alimentares, outras hormonais, entre outras. Muitas vezes, o tratamento pode não ser imediato, no sentido de se encontrar as causas e os estímulos presentes na vida da pessoa. No entanto, os resultados são sempre visíveis e acumulativos. Em suma, podemos ter 5 pessoas com a mesma queixa e sintomas e essas mesmas 5 pessoas terem diferentes causas como base para a sua queixa. É necessário avaliar como, quando e porquê se manifesta no nosso corpo, determinados sintomas e doenças. Só assim poderemos alcançar bons resultados com a nossa intervenção médica e terapêutica. Salve ainda ressalvar, que a Medicina Chinesa actua de diferentes formas: se por um lado é muito eficaz no tratamento de inúmeras patologias, sintomas e doenças, por outro, actua muito bem como prevenção e manutenção. Ou seja, mesmo sem queixas em particular, qualquer pessoa pode beneficiar da Medicina Chinesa, pois estas abordagens irão sempre contribuir para melhorar e promover a saúde e bem-estar da pessoa no geral. A Acupuntura, técnica mais conhecida e utilizada na Medicina Chinesa, pode melhorar a circulação sanguínea e linfática, ajudar a melhorar a qualidade de sono, regular o sistema nervoso, melhorar as funções dos nossos vários órgãos, e por aí fora. Neste caso, é necessário que a Acupuntura seja mesmo realizada por um profissional de Medicina Tradicional Chinesa com a devida formação completa, pois este tem os conhecimentos base e fundamentais para a prática da Acupuntura no seu todo e não apenas para o tratamento da dor (como acontece em algumas outras práticas e vertentes). No que toca ao tratamento, é assim fundamental compreender o porquê dos sintomas, tentando descobrir a causa e raiz do problema, pois desta forma o resultado será evidentemente melhor e mais duradouro. Se apenas for tratado o sintoma, este pode reincidir rapidamente. Numa boa parte dos casos, a própria medicação apenas “camufla”, adormece os sintomas, pouco, ou nada trata efectivamente. Como já referi num outro artigo “cada caso, é um caso” e naturalmente nada é assim tão linear e deve sempre ser observado e tratado o caso individual, atendendo ao seu contexto específico, bem como o histórico da doença e dos sintomas. No que diz respeito à observação, estudo e diagnósticos, a Medicina Alopática tem o seu foco no Como, a Medicina Chinesa no Porquê. E como tal, na minha opinião, são ambas necessárias e ambas se complementam. ® Ana Sofia Rodrigues | Todos os direitos reservados |
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Março 2022
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